Lia alguns textos curtos, umas tiras de jornais e comecei a perceber o quão em vão eram as minhas delongas...
Todo esse tempo perdido de uma narração pobre e sem objetivos concretos e aparentes: Eu, um mero jovem de muita idade por razões da minha falta de maturidade e a pouca responsabilidade que preciso, já que sou sozinho e tudo é muito pequeno no universo de um homem só.
Repousei após ter lido muitas tirinhas, poemas e crônicas, vencido pelo cansaço e a frustração de nunca ter percebido o quanto algumas coisas podem ser transmitidas de forma mais claras e objetivas.
Acordei num sobressalto, como se ouvisse o zumbido de um pernilongo em meu ouvido nas noites quentes de um verão curto, porém incômodo e percebi que era inverno e não havia outro inseto ali, senão eu mesmo rebaixado a isso por meus métodos de julgamentos tão intransigentes.
Resolvi mudar, nem eu mesmo podia acreditar na vanguarda em tempos já tão remotos, mas era o que queria, era inovar, transformar, modificar! Ah! Como o som dessas palavras soa bem, quando há muito não se altera em nada...
Comecei pela minha cabeça: Dormia sempre com dois travesseiros, um mais alto e outra menos, no começo, tirei o mais fino e com o tempo troquei, dormia com a cabeça, quase rente ao colchão e assim, tinha a impressão de que as idéias estavam mais centradas e que poderia sonhar menos, não que eu fosse um homem que da utopia moldasse a minha vida, mas eu era egoísta e por mais duro que fosse pra reconhecer tive que me rebaixar ao nível do colchão, meu subalterno colchão, me dando conta que era tão semelhante aos outros quanto eu não imaginava ser.
Ao me acostumar com o travesseiro baixo, percebi o conforto que era a simplicidade, não perdi a sofisticação, dormia com lençóis de algodão que minha irmã trouxera da Europa como agrado ao seu único e solitário irmão, mas havia me sentido mais humano dormindo daquela forma.
Então... Mudei a risca do meu cabelo, do lado esquerdo para o direito, foram anos da minha vida, minha infância toda, a adolescência quando eu não tinha cabelo cumprido, a fase adulta e um pedaço da velhice, ainda pretendo viver muito e agora com o cabelo do outro lado!
Foi difícil para me acostumar, puxa como me sentia estranho e isso acabou gerando uma nova mudança:
Toda a manhã ia comprar três pães na padaria, um pedaço de manteiga e poucas fatias de queijo, com o meu cabelo repartido do outro lado, fiquei tão envergonhado de sair na rua que resolvi na primeira manhã do meu novo visual, não comprar nada e nem por os pés para fora da porta, a fome me foi batendo e achei torradas num pote de vidro e as comi com geléia de morango.
Sou apaixonado por geléia, sempre tenho, pelo menos uns três potes delas em casa, companheira do meu café das 5 que era minha última refeição antes de dormir, com os anos minha digestão ficou lenta e já não podia abusar.
Em cinco dias foram-se os potes de geléia de morango, o de uva e também o de framboesa, as torradas já haviam acabado há uns dois dias e o gosto da bolacha água e sal não era tão prazeroso, pronto! Mais um desafio: Botar meu nariz para fora de meu jardim seria o máximo!
Fiquei ensaiando no espelho alguns diálogos e explicações se por ventura alguém viesse a me perguntar sobre o novo visual, fiquei um pouco embaraçado, mesmo diante de um mero espelho de madeira de cerejeira que compunha o cenário tão antiquado de minha casa... Antiquado mas vivaz, não pense que fui radical ao ponto de trocar minha mobília, essa se pudesse, levava junto ao meu caixão, são anos de tradição familiar e o zelo que tinha com elas, era algo de temer até mesmo aos cupins que não ousavam nem se quer deslizar por ali.
Senti-me mais seguro e saí de casa às compras de mantimentos para saciar minha fome e a vontade de um pãozinho francês que há dias não sentia derreter em minha boca e enrolar o miolo como quem é criança e cava a terra para fazer um túnel!
Lembro-me com certa angústia de que ninguém, nem mesmo o padeiro que me via por todos os dias, há 10 anos, reparou no meu cabelo! Fiquei indignado com tamanho descaso das pessoas, com que era obrigado a conviver, nessa vizinhança de gente mal-amada e desolada de compaixão!
É... Perguntaram-me por que passei tantos dias sem aparecer e se eu estava bem, mas ainda não se deram conta de uma mudança tão brusca e notável.
Após quase dois meses de mudanças no meu dia-a-dia resolvi voltar a escrever, ah! Esqueci de comentar que também deixei de sair todos os dias pela manhã, agora comprava mais pães e comia pão amanhecido mesmo nos outros dois dias, isso me dava mais tempo livre e menos tempo com aquela gente insensível que não consegue nem ao menos olhar no meu rosto para perceber a risca do lado direito do meu cabelo.
Antes de escrever qualquer palavra, me dei conta de que meus óculos sempre estiveram em bom estado e impecável como se acabasse de buscar da ótica após uma apreensiva visita ao oftalmologista.
Coloquei meus óculos sobre a poltrona e fui até a geladeira beliscar a torta que aproveitei comprar no mercado, ao voltar sentei sobre ele, de forma quase que sem querer, mas como tudo é tão preciso e ordenado, não poderia senão, ser calculado aquele descaso e então, tinha agora a risca do cabelo para a direita, dois dias seguidos comendo pão amanhecido, a cabeça mais perto do colchão do que de comum e meus óculos meio tortos.
No começo os meus textos não faziam muito sentido, era difícil pra mim, escrever com tão pouco tudo que gostaria...
Com o tempo os meus textos já não faziam é sentido algum! Nem conseguia me localizar para entender o que eu mesmo queria dizer!
Como era complexo mudar, como foi árduo cada detalhe do meu novo dia-a-dia e ao perceber tudo isso em vão, levando as mãos aos olhos já curtidos de uma vida longa, chorei... Chorei como aos cinco anos as crianças choram para não sair do playground e fiquei ali... Desalmado num novo ritmo, preso aos novos costumes e ainda assim, com minhas delongas!
Percebia o tédio em minhas frases cumpridas e não conseguia consertá-las, percebia minhas mudanças sem ter forças para reajustá-las e assim vivi e assim estou vivendo, adaptado numa nova rotina e mais consciente de meus erros e temperamento, até liguei para minha irmã na semana que passou, propus que me fizesse uma visita e compraria torradas e geléia de figo que ela tanto gosta...
19 dezembro 2008
11 novembro 2008
A volúpia do insulto
Deu-me uma vontade louca de brigar... É, perder meu tempo em conversas sem fundamentos, utilizando mil e um argumentos que serão em vão quando virarmos as costas e percebemos que nada mudou na opinião do outro, com quem discutia...
Mas que apesar de saber a conseqüência não me afasta nenhum pouco do desejo de sair do modo passional, cansei das conversas dos amigos numa mesa de bar.
A boêmia foi minha companheira nos melhores e nos piores momentos, nos mais solitários, era com ela que dividia minha carência, com ela que me inspirava e reencontrava algo que me desse um sentido, nem que o único sentido fosse beber ao som de uma boa música, ao menos não faria aquilo de maneira vã... Nos momentos felizes usava dela como desculpa pra “comemorar” e assim passaram os anos.
Arrumei empregos, estudei, mudei várias vezes de companheiras e de grupos sociais, diferente do que muitos pensam, a boêmia não fez de mim um vagabundo, muito pelo contrário.
Talvez ela fosse a única que fazia da minha vida um pouco menos desregrada, por ela tornei-me leal e companheiro, não a abandonei, amadureci... Meu relacionamento mais sólido, minha única “fiel escudeira”!
Agora o que me importa é uma bela briga, não precisa ser física, a verbal me satisfaz, preciso de palavrões, da intensidade e do ardor pelo que defenderei!
A boêmia me tornou calmo e hoje o que quero é a Adrenalina que há muito me esqueci, num passado cheio de outras faces e de uma personalidade ainda vulnerável, quero voltar no tempo de minhas maiores inseguranças e do modo mesquinho de auto-afirmação! Quero sentir de novo a volúpia do insulto e a sanha de ser insultado...
Quero explodir de raiva, ficar vermelho por sentimentos aflorados e não mais pelos porres, nem que seja preciso uma humilhação, ser humilhado nos inspira a seguir de maneira diferente, nem que eu me arrependa e leve um murro pelas duras palavras ofensivas, eu quero isso! Eu preciso disso!
Cansei dessa mesmice, cansei da minha vida sempre tão pacata e da paz... Do conforto e tolerância, eu quero desabar em prantos e fúria, gargalhar tão alto quanto os meus sonhos e explodir em sentimentos extremistas de ódio e imensa paixão...
Defender com unhas, dentes, garra e argumentos convincentes ou não tudo aquilo que eu acredito sem ter certeza se é o certo, mas apenas por lutar, lutar por alguma coisa e não hesitar, não mais...
Mas que apesar de saber a conseqüência não me afasta nenhum pouco do desejo de sair do modo passional, cansei das conversas dos amigos numa mesa de bar.
A boêmia foi minha companheira nos melhores e nos piores momentos, nos mais solitários, era com ela que dividia minha carência, com ela que me inspirava e reencontrava algo que me desse um sentido, nem que o único sentido fosse beber ao som de uma boa música, ao menos não faria aquilo de maneira vã... Nos momentos felizes usava dela como desculpa pra “comemorar” e assim passaram os anos.
Arrumei empregos, estudei, mudei várias vezes de companheiras e de grupos sociais, diferente do que muitos pensam, a boêmia não fez de mim um vagabundo, muito pelo contrário.
Talvez ela fosse a única que fazia da minha vida um pouco menos desregrada, por ela tornei-me leal e companheiro, não a abandonei, amadureci... Meu relacionamento mais sólido, minha única “fiel escudeira”!
Agora o que me importa é uma bela briga, não precisa ser física, a verbal me satisfaz, preciso de palavrões, da intensidade e do ardor pelo que defenderei!
A boêmia me tornou calmo e hoje o que quero é a Adrenalina que há muito me esqueci, num passado cheio de outras faces e de uma personalidade ainda vulnerável, quero voltar no tempo de minhas maiores inseguranças e do modo mesquinho de auto-afirmação! Quero sentir de novo a volúpia do insulto e a sanha de ser insultado...
Quero explodir de raiva, ficar vermelho por sentimentos aflorados e não mais pelos porres, nem que seja preciso uma humilhação, ser humilhado nos inspira a seguir de maneira diferente, nem que eu me arrependa e leve um murro pelas duras palavras ofensivas, eu quero isso! Eu preciso disso!
Cansei dessa mesmice, cansei da minha vida sempre tão pacata e da paz... Do conforto e tolerância, eu quero desabar em prantos e fúria, gargalhar tão alto quanto os meus sonhos e explodir em sentimentos extremistas de ódio e imensa paixão...
Defender com unhas, dentes, garra e argumentos convincentes ou não tudo aquilo que eu acredito sem ter certeza se é o certo, mas apenas por lutar, lutar por alguma coisa e não hesitar, não mais...
19 outubro 2008
A cortina e eu
As cortinas seguiam a posição que o vento da fresta da janela coordenava, invadindo o quarto, aquela luz branca... Eu acordei e fiquei observando a cortina bailar de frente a janela, parado... Ali diante de um ato tão banal, mas que naquele instante deixava de ser, mesmo sem eu ter me dado conta disso.
O dia seguiu sua trama rotineira e eu inserido numa realidade que muito rejeitei, muito evitei, mas estava nela e agora não podia colocar de fronte aos meus ideais e princípios que não fazem nem nunca fizeram diferença alguma pro resto da sociedade e suas morais pré estabelecidas.
Pensei em quantas vezes fui como a cortina: Dançando conforme a música.
Dancei conforme a música, segui aquilo que me mandaram seguir, ultrapassei meus princípios e aprendia a ceder e ser flexível, não que só houvesse o mal em todas as posturas que o mundo me forçou a ter, não que restassem apenas a essência... Se eu pudesse que tudo fosse diferente, se o vento não coordenasse minhas idas e vindas e a luz não fosse cegamente branca, talvez tivesse chegado onde sempre quis estar, fosse um pouco menos as minhas frustrações e os dias teriam todas as cores e eu não estaria preso num trilho onde meu caminho é sempre o mesmo e minha função também.
Não quero ser apenas uma cortina, vendo o mundo da janela sem nunca poder tocá-lo, sem nunca chegar onde a vista já não alcança.
O dia seguiu sua trama rotineira e eu inserido numa realidade que muito rejeitei, muito evitei, mas estava nela e agora não podia colocar de fronte aos meus ideais e princípios que não fazem nem nunca fizeram diferença alguma pro resto da sociedade e suas morais pré estabelecidas.
Pensei em quantas vezes fui como a cortina: Dançando conforme a música.
Dancei conforme a música, segui aquilo que me mandaram seguir, ultrapassei meus princípios e aprendia a ceder e ser flexível, não que só houvesse o mal em todas as posturas que o mundo me forçou a ter, não que restassem apenas a essência... Se eu pudesse que tudo fosse diferente, se o vento não coordenasse minhas idas e vindas e a luz não fosse cegamente branca, talvez tivesse chegado onde sempre quis estar, fosse um pouco menos as minhas frustrações e os dias teriam todas as cores e eu não estaria preso num trilho onde meu caminho é sempre o mesmo e minha função também.
Não quero ser apenas uma cortina, vendo o mundo da janela sem nunca poder tocá-lo, sem nunca chegar onde a vista já não alcança.
12 outubro 2008
Ritual de iniciação.
Todos os dias passo por alguma situação inusitada, por menor que sejam... São nesses pequenos detalhes que traduzo longas linhas de um novo conto, são neles que encontro o reflexo de toda uma história, de uma história que já possui um passado e tenho a árdua tarefa de criar seu presente com uma certa coerência, coerência essa, que muitas vezes é tida com apenas uma intuição.
O futuro da história torna-se conseqüência do que criei, do que desejei aos meus personagens, eu me sinto como... Como se fosse o destino, eu sou o destino que impôs determinado comportamento diante de vidas que já se ocorriam, que já se viviam em lugares e pensamentos remotos, criações não são apenas elas, assim... A esmo, cabe a mim o papel difícil de julgar, de explicar suas ações e tentar compreender e transmitir o que eles sentem, como a cena prosseguiu e alguns por quês que muitas vezes nem mesmo eu posso saber, são tantos os segredos e mistérios do comportamento humano, são tantas as dúvidas e razões de estarmos ou deixarmos de existir e são tantas as escolhas, como sentenciar certos atos e descrever num impulso o reflexo de um bom ou mau dia, transformar o simples em algo tão grandioso.
Minhas palavras são a única coisa que realmente possuo, são apenas minhas e de todos aqueles que criei resgatando de alguma parte, mas são só minhas... Meu lado egoísta, o meu orgulho e satisfação no produzir, no sentir que ao menos nas poucas vezes que sento diante desse computador ou com uma caneta e um velho caderno ou folha de papel transformo o que quero e sei que isso é o meu trabalho, a junção das palavras em frases que fazem um pouco de sentido são minhas, esse universo que é o meu e a responsabilidade de apresentar isso à alguém...
A preciosidade de cada palavra, se mal colocada... Posso arruinar vidas, sejam reais ou sejam as minhas milhares de vidas que domino a cada nova história e esse cargo que assumo podem me custar até horas de uma longa noite acordada, a fio...
Podem me custar o descaso de abandonar, de abortar contos sem um fim, sem nem se quer um meio, por parecer muito ousado...
A ousadia também me custa certos preços e o que faço agora, é apenas relatar um lado de tudo que se passa na mente de um escritor, dos medos e inseguranças ao se mover.
Destorcendo cada trecho do que foi real, criando seus extremos, desenrolando da maneira que eu desejo ou não, mas acho necessária é o que penso e o que causa impasse de ir além, de criar todos os dias dezenas de contos por simplesmente não passar de minha imaginação, do que posso, sem receio de ferir, de estragar... De corromper o que já existe, o que já tomou seu devido lugar e já sabe sua posição.
Até mesmo esse devaneio, não quero que se assustem, se quisesse... Falaria isso da maneira mais clara, ou seria dramática...
Apenas me refiro da maneira mais imparcial, talvez nem tanto...
Afinal, sou como qualquer outro escritor e sinto... Sinto o vento soprar no meu rosto e penso em milhares de coisas que poderia escrever, analiso a morte em suas diversas formas e quaisquer que sejam os sentimentos, do mais apático ao mais aflorado, ali estou julgando, analisando, interpretando pra sempre criar...
Mas nem sempre realmente produzir.
O futuro da história torna-se conseqüência do que criei, do que desejei aos meus personagens, eu me sinto como... Como se fosse o destino, eu sou o destino que impôs determinado comportamento diante de vidas que já se ocorriam, que já se viviam em lugares e pensamentos remotos, criações não são apenas elas, assim... A esmo, cabe a mim o papel difícil de julgar, de explicar suas ações e tentar compreender e transmitir o que eles sentem, como a cena prosseguiu e alguns por quês que muitas vezes nem mesmo eu posso saber, são tantos os segredos e mistérios do comportamento humano, são tantas as dúvidas e razões de estarmos ou deixarmos de existir e são tantas as escolhas, como sentenciar certos atos e descrever num impulso o reflexo de um bom ou mau dia, transformar o simples em algo tão grandioso.
Minhas palavras são a única coisa que realmente possuo, são apenas minhas e de todos aqueles que criei resgatando de alguma parte, mas são só minhas... Meu lado egoísta, o meu orgulho e satisfação no produzir, no sentir que ao menos nas poucas vezes que sento diante desse computador ou com uma caneta e um velho caderno ou folha de papel transformo o que quero e sei que isso é o meu trabalho, a junção das palavras em frases que fazem um pouco de sentido são minhas, esse universo que é o meu e a responsabilidade de apresentar isso à alguém...
A preciosidade de cada palavra, se mal colocada... Posso arruinar vidas, sejam reais ou sejam as minhas milhares de vidas que domino a cada nova história e esse cargo que assumo podem me custar até horas de uma longa noite acordada, a fio...
Podem me custar o descaso de abandonar, de abortar contos sem um fim, sem nem se quer um meio, por parecer muito ousado...
A ousadia também me custa certos preços e o que faço agora, é apenas relatar um lado de tudo que se passa na mente de um escritor, dos medos e inseguranças ao se mover.
Destorcendo cada trecho do que foi real, criando seus extremos, desenrolando da maneira que eu desejo ou não, mas acho necessária é o que penso e o que causa impasse de ir além, de criar todos os dias dezenas de contos por simplesmente não passar de minha imaginação, do que posso, sem receio de ferir, de estragar... De corromper o que já existe, o que já tomou seu devido lugar e já sabe sua posição.
Até mesmo esse devaneio, não quero que se assustem, se quisesse... Falaria isso da maneira mais clara, ou seria dramática...
Apenas me refiro da maneira mais imparcial, talvez nem tanto...
Afinal, sou como qualquer outro escritor e sinto... Sinto o vento soprar no meu rosto e penso em milhares de coisas que poderia escrever, analiso a morte em suas diversas formas e quaisquer que sejam os sentimentos, do mais apático ao mais aflorado, ali estou julgando, analisando, interpretando pra sempre criar...
Mas nem sempre realmente produzir.
16 setembro 2008
Conto que não é conto
Um dia ele me disse “Nem todo dia é dia” e o que seria um dia que não é dia?
Durante muito tempo da minha vida tentei entender os dias que não são dias e conseqüentemente tudo aquilo que deixa de ser o que é, que perde seu objetivo num decorrer de fatos aleatórios e imagens transfiguradas e no anonimato de simplesmente nascer não brilhando, nascer de um acaso ou não nascer.
Um dia não foi dia na minha vida, há alguns anos atrás e às vezes esse dia insiste em aparecer e aí o dia deixa de ser dia...
A cor também deixa de ser cor e o sorriso de ser sorriso... E assim por diante.
Quando eu penso nesses dias que às vezes aparecem, desaparecendo o dia e virando um sei lá o quê... Eu fico sentindo uma falta, uma falta do Sol brilhando, das flores de primavera, do inverno rigoroso, sinto a falta das nuvens cinzentas, das gotas que caem no meu suéter e... Porque nesses dias a última coisa que se lembra é das perguntas rotineiras sobre o clima e das mudanças repentinas devido ao aquecimento global, às vezes se esquece até de que se usa roupa e foi numa dessas ocasiões que me deparei com estações em mim, elas se tornam tão esquecidas que se instalam no nosso organismo pra ver se de alguma forma lembramos que elas estão ali... Que o dia é dia e não deixa de ser porque você proclamou que não seria.
Essas estações surgem em febres e lágrimas, muitas vezes, é tem dia que não é dia mesmo!
Mas hoje é um não-dia que eu quero falar dos dias... Porque na nostalgia há sempre um espaço apropriado nem que hoje não tenha cores, sorrisos e dias... Nem hoje seja apenas um espaço vago no calendário, um vazio mais tenebroso que o feriado chuvoso e depois que a festa acaba...
Quero lembrar das cores: Lembro sempre de Flicts quando as cores me perseguem e lembro que a capa de “Budapeste” é Flicts e logo lembro que Chico nunca foi pra Budapeste e teimava dizer que a cor da cidade era aquela, a Lua é Flicts e Ziraldo nunca foi até lá... Ele sabia que era e só. Assim como eu sei que fico vermelha quando tenho vergonha e às vezes meio Flicts quando estou enjoada.
Então eu quero criar: O dia estava azul, o céu estava limpo mas se via uma ou duas nuvens meio distantes... Branquinhas, branquinhas e eu via um jatinho traçando uma linha, cortando o céu, rasgando-o e deixando uma cicatriz... Eu via e o tempo ia passando e ele ia ficando menor e menor até que ele sumiu e eu girei no gramado gargalhando em despedida, a grama era verde, de várias tonalidades e o que me faz pensar que nesse conto não há sons, mas há cores e todas elas criam formas e imagens diferentes se destorcermos tudo ou se juntarmos um tanto...
Enquanto rodopiava pelo gramado algumas folhinhas se juntavam ao meu vestido listrado de branco e azul-turquesa e lembrei que já estava ficando tarde pro café que fiquei de tomar na casa da vovó...
Na mesa tinham todas as cores, preto, marrom, vermelho, amarelo... por baixo de tudo no xadrez, o roxo com branco e desenhos de diversas coisas de cozinha na velha e rendada toalha da vovó. Comi o bolo de chocolate, o café com bolachas e geléia de morango.
Já não quero mais as cores, já cansei de muitas delas e um sorriso não sai da minha cabeça, não sei nem a imagem que fiz da garotinha e seus balões, mas eu imagino seu sorriso e sua pureza e me faz muito bem e também lembro do sorriso do Super-Herói, esse lembro bem... Lembro de seu rosto e de cada detalhe e na mistura de tantos contos me faz tão presente a beleza daquele sorriso que guardo em mim em cada momento, como é belo e singelo... Como faz bem e as coisas que nos fazem bem são lembradas agora nesse momento que o que mais importa são minhas lembranças que seja num faz de conta ou que seja crua e real como a vida sem o resto...
Tem dia que a vida também não é vida mas a vida não sendo vida eu deixo pra um conto que não é conto, já que o trabalho é mais árduo e os sentimentos mais difíceis de serem interpretados.
Gosto do sorriso das crianças e gosto de Flicts.
Espero que amanhã tenhamos todos um bom dia... Afinal um dia há de recomeçar.
Durante muito tempo da minha vida tentei entender os dias que não são dias e conseqüentemente tudo aquilo que deixa de ser o que é, que perde seu objetivo num decorrer de fatos aleatórios e imagens transfiguradas e no anonimato de simplesmente nascer não brilhando, nascer de um acaso ou não nascer.
Um dia não foi dia na minha vida, há alguns anos atrás e às vezes esse dia insiste em aparecer e aí o dia deixa de ser dia...
A cor também deixa de ser cor e o sorriso de ser sorriso... E assim por diante.
Quando eu penso nesses dias que às vezes aparecem, desaparecendo o dia e virando um sei lá o quê... Eu fico sentindo uma falta, uma falta do Sol brilhando, das flores de primavera, do inverno rigoroso, sinto a falta das nuvens cinzentas, das gotas que caem no meu suéter e... Porque nesses dias a última coisa que se lembra é das perguntas rotineiras sobre o clima e das mudanças repentinas devido ao aquecimento global, às vezes se esquece até de que se usa roupa e foi numa dessas ocasiões que me deparei com estações em mim, elas se tornam tão esquecidas que se instalam no nosso organismo pra ver se de alguma forma lembramos que elas estão ali... Que o dia é dia e não deixa de ser porque você proclamou que não seria.
Essas estações surgem em febres e lágrimas, muitas vezes, é tem dia que não é dia mesmo!
Mas hoje é um não-dia que eu quero falar dos dias... Porque na nostalgia há sempre um espaço apropriado nem que hoje não tenha cores, sorrisos e dias... Nem hoje seja apenas um espaço vago no calendário, um vazio mais tenebroso que o feriado chuvoso e depois que a festa acaba...
Quero lembrar das cores: Lembro sempre de Flicts quando as cores me perseguem e lembro que a capa de “Budapeste” é Flicts e logo lembro que Chico nunca foi pra Budapeste e teimava dizer que a cor da cidade era aquela, a Lua é Flicts e Ziraldo nunca foi até lá... Ele sabia que era e só. Assim como eu sei que fico vermelha quando tenho vergonha e às vezes meio Flicts quando estou enjoada.
Então eu quero criar: O dia estava azul, o céu estava limpo mas se via uma ou duas nuvens meio distantes... Branquinhas, branquinhas e eu via um jatinho traçando uma linha, cortando o céu, rasgando-o e deixando uma cicatriz... Eu via e o tempo ia passando e ele ia ficando menor e menor até que ele sumiu e eu girei no gramado gargalhando em despedida, a grama era verde, de várias tonalidades e o que me faz pensar que nesse conto não há sons, mas há cores e todas elas criam formas e imagens diferentes se destorcermos tudo ou se juntarmos um tanto...
Enquanto rodopiava pelo gramado algumas folhinhas se juntavam ao meu vestido listrado de branco e azul-turquesa e lembrei que já estava ficando tarde pro café que fiquei de tomar na casa da vovó...
Na mesa tinham todas as cores, preto, marrom, vermelho, amarelo... por baixo de tudo no xadrez, o roxo com branco e desenhos de diversas coisas de cozinha na velha e rendada toalha da vovó. Comi o bolo de chocolate, o café com bolachas e geléia de morango.
Já não quero mais as cores, já cansei de muitas delas e um sorriso não sai da minha cabeça, não sei nem a imagem que fiz da garotinha e seus balões, mas eu imagino seu sorriso e sua pureza e me faz muito bem e também lembro do sorriso do Super-Herói, esse lembro bem... Lembro de seu rosto e de cada detalhe e na mistura de tantos contos me faz tão presente a beleza daquele sorriso que guardo em mim em cada momento, como é belo e singelo... Como faz bem e as coisas que nos fazem bem são lembradas agora nesse momento que o que mais importa são minhas lembranças que seja num faz de conta ou que seja crua e real como a vida sem o resto...
Tem dia que a vida também não é vida mas a vida não sendo vida eu deixo pra um conto que não é conto, já que o trabalho é mais árduo e os sentimentos mais difíceis de serem interpretados.
Gosto do sorriso das crianças e gosto de Flicts.
Espero que amanhã tenhamos todos um bom dia... Afinal um dia há de recomeçar.
13 setembro 2008
Oi, preciso contar!!
Oi, eu só queria fazer um relato porque eu acho que não vou conseguir viver se eu não contar o que aconteceu comigo ontem e o que eu vi!
Nossa! Só de pensar eu já fico toda emocionada e arrepiada, ai que vergonha!
Então, eu trabalho num estabelecimento, ele é público sabe? É uma galeria, mas a gente costuma dizer que é um shopping e os banheiros de lá são sempre na mesma ordem: homem na esquerda, infantil no meio e mulher na direita, é regra... já estou acostumada... Já nem olho quando vou.
Saí de casa ontem e entrei num shopping, eu estava toda descabelada porque estava um vendaval na rua e uma chuva irritante, sabe? Essas chuvas assim... Que começam e logo param, pois então.
Eu não sei ler direito, consegui um emprego de faxineira lá no shopping porque meu cunhado trabalha com um dos responsáveis por essa parte e ih! Sou esperta que só vendo, não gosto de ficar parada não... E tenho uma orientação muito boa, além de saber falar tudo direitinho e quando não sei eu sempre pergunto, não gosto de fazer feio, ainda pretendo saber escrever e ler, eu acho tão bonito... ah!
Minha vida não foi nada fácil, sabe?
Meu pai me abandou e minha mãe me criou como pode, eu sou a primogênita (acho tão bonita essa palavra...) e tenho mais três irmãos, então eu logo cedo passei a ajudar minha mãe em casa, com uns bicos pra guardar dinheiro... Depois ela ficou adoentada e eu tive que cuidar dela, não tive muito tempo pra pensar em mim e agora tenho minha família e tenho que garantir o estudo e o pão deles, mas acho que já estou fugindo demais do assunto e estou ficando agonizada aqui! Preciso contar o que vi... O que estou sentindo...
Como eu não sei ler e estou acostumada com o banheiro feminino sempre do lado esquerdo, fui andando e entrei... Nisso eu estava tão preocupada com aquele meu cabelo de vassoura, eu devia estar parecendo uma bruxa! Todo pra cima, como diz meu filho caçula: “mamãe fica igual o cara da propaganda de carro que tira coisas de dentro do cabelo...” ele é um menino muito inteligente, sabe? Tem oito anos mas conversa super bem e vai bem na escola, além de me ajudar com coisas fáceis em casa...
Então fui arrumando meu cabelo “guarda-coisas” no espelho e pelo espelho olho pra trás e tem um mictório!
Minha Nossa Senhora! Que Susto! Tinha um homem ali, de pé com... com... ai gente! Com aquele troço pra fora endireitando na calça! E eu fiquei ali toda sem graça, não sei se por ter visto, por estar no toalete errado ou pela minha cara de bruxa com cabelo armado!
O homem todo gentil foi conversar comigo:
- Moça, você está com algum problema?
- Eu? Não... Eu só entrei no banheiro errado por força do hábito, me perdoe moço, juro que não vi nada... (senti meu rosto corar)
- Tudo bem, nada que todos os homens não tenham igual ou parecido, né? (ele sorriu meio sem graça, já que não havia solução)
- É... eu acho, mas então deixe eu me apressar e ir para o outro toalete...
Saí que nem sabia por onde pisar! Aquele homem era lindo!
Era o Homem da Minha Vida... Tenho certeza e olha, cá entre nós... Era bem grande!
Eu não sou muito de reparar nessas coisas quando já estão por dentro da calça, mas como ele ainda estava ajeitando... Eu não pude deixar de notar, ah... estou tão envergonhada e ao mesmo tempo emocionada, desde que meu falecido marido (que Deus o tenha!) se foi que eu não via um...
As coisas estão baixando de nível e eu não posso permitir isso, sou uma mulher, mãe e tenho dois filhos e uma casa pra cuidar!
Mas eu precisava... Vocês me entendem? Eu precisava desabafar, nem que fosse manchar um pouco da minha reputação e um pouco da minha dignidade, não é todo dia que se acontece uma coisa dessas!
Ah... Acho que vocês estão curiosos pra saber quem está escrevendo isso pra mim, então... Minha sobrinha, Catarina... É um amor mesmo, né? Olha a paciência que ela tem comigo... Está aqui comigo pra eu relatar como tudo aconteceu... Não posso tomar mais o tempo dela, ela tem seus afazeres e eu os meus, é apenas uma história pra eu não morrer de aflições, precisava compartilhar da minha experiência, vocês entendem né? Vocês também não contariam pra alguém se fosse com vocês?!
Acho que vou procurar freqüentar aquele lugar, vai que eu vejo aquele moço de novo... mas não dentro do banheiro deles... De preferência.
Nossa! Só de pensar eu já fico toda emocionada e arrepiada, ai que vergonha!
Então, eu trabalho num estabelecimento, ele é público sabe? É uma galeria, mas a gente costuma dizer que é um shopping e os banheiros de lá são sempre na mesma ordem: homem na esquerda, infantil no meio e mulher na direita, é regra... já estou acostumada... Já nem olho quando vou.
Saí de casa ontem e entrei num shopping, eu estava toda descabelada porque estava um vendaval na rua e uma chuva irritante, sabe? Essas chuvas assim... Que começam e logo param, pois então.
Eu não sei ler direito, consegui um emprego de faxineira lá no shopping porque meu cunhado trabalha com um dos responsáveis por essa parte e ih! Sou esperta que só vendo, não gosto de ficar parada não... E tenho uma orientação muito boa, além de saber falar tudo direitinho e quando não sei eu sempre pergunto, não gosto de fazer feio, ainda pretendo saber escrever e ler, eu acho tão bonito... ah!
Minha vida não foi nada fácil, sabe?
Meu pai me abandou e minha mãe me criou como pode, eu sou a primogênita (acho tão bonita essa palavra...) e tenho mais três irmãos, então eu logo cedo passei a ajudar minha mãe em casa, com uns bicos pra guardar dinheiro... Depois ela ficou adoentada e eu tive que cuidar dela, não tive muito tempo pra pensar em mim e agora tenho minha família e tenho que garantir o estudo e o pão deles, mas acho que já estou fugindo demais do assunto e estou ficando agonizada aqui! Preciso contar o que vi... O que estou sentindo...
Como eu não sei ler e estou acostumada com o banheiro feminino sempre do lado esquerdo, fui andando e entrei... Nisso eu estava tão preocupada com aquele meu cabelo de vassoura, eu devia estar parecendo uma bruxa! Todo pra cima, como diz meu filho caçula: “mamãe fica igual o cara da propaganda de carro que tira coisas de dentro do cabelo...” ele é um menino muito inteligente, sabe? Tem oito anos mas conversa super bem e vai bem na escola, além de me ajudar com coisas fáceis em casa...
Então fui arrumando meu cabelo “guarda-coisas” no espelho e pelo espelho olho pra trás e tem um mictório!
Minha Nossa Senhora! Que Susto! Tinha um homem ali, de pé com... com... ai gente! Com aquele troço pra fora endireitando na calça! E eu fiquei ali toda sem graça, não sei se por ter visto, por estar no toalete errado ou pela minha cara de bruxa com cabelo armado!
O homem todo gentil foi conversar comigo:
- Moça, você está com algum problema?
- Eu? Não... Eu só entrei no banheiro errado por força do hábito, me perdoe moço, juro que não vi nada... (senti meu rosto corar)
- Tudo bem, nada que todos os homens não tenham igual ou parecido, né? (ele sorriu meio sem graça, já que não havia solução)
- É... eu acho, mas então deixe eu me apressar e ir para o outro toalete...
Saí que nem sabia por onde pisar! Aquele homem era lindo!
Era o Homem da Minha Vida... Tenho certeza e olha, cá entre nós... Era bem grande!
Eu não sou muito de reparar nessas coisas quando já estão por dentro da calça, mas como ele ainda estava ajeitando... Eu não pude deixar de notar, ah... estou tão envergonhada e ao mesmo tempo emocionada, desde que meu falecido marido (que Deus o tenha!) se foi que eu não via um...
As coisas estão baixando de nível e eu não posso permitir isso, sou uma mulher, mãe e tenho dois filhos e uma casa pra cuidar!
Mas eu precisava... Vocês me entendem? Eu precisava desabafar, nem que fosse manchar um pouco da minha reputação e um pouco da minha dignidade, não é todo dia que se acontece uma coisa dessas!
Ah... Acho que vocês estão curiosos pra saber quem está escrevendo isso pra mim, então... Minha sobrinha, Catarina... É um amor mesmo, né? Olha a paciência que ela tem comigo... Está aqui comigo pra eu relatar como tudo aconteceu... Não posso tomar mais o tempo dela, ela tem seus afazeres e eu os meus, é apenas uma história pra eu não morrer de aflições, precisava compartilhar da minha experiência, vocês entendem né? Vocês também não contariam pra alguém se fosse com vocês?!
Acho que vou procurar freqüentar aquele lugar, vai que eu vejo aquele moço de novo... mas não dentro do banheiro deles... De preferência.
04 setembro 2008
Ele não fechou em sinal de protesto, talvez.
A pia gotejava, seguia uma seqüência, num intervalo preciso e uniforme, diferente de sua mente que jorrava milhares de pensamentos e idéias frustradas, difusas – confusas, pertinentes...
Deitado na cama com as mãos entrelaçadas sobre o ventre, num olhar fixo e perdido na mancha do teto.
O cansaço o fez dormir.
As gotas provocavam eco, eco esse refletido inconscientemente [irritantemente] em sua cabeça.
O quarto escuro por completo se a luz do banheiro não estivesse acesa, na porta semi-aberta.
Acordou debruçado sobre suas coisas jogadas no canto da cama, havia babado...
O rosto amassado e seu escarro refletido nas gotas incansáveis de uma pia que continha um bilhete, era um papel colorido, fluorescente, colado abaixo do espelho:
“Feche bem a torneira” - Foi o último bilhete deixado antes de partir.
Ela partiu em silêncio.
Seu único pedido era por ele negado, como sinônimo de todo seu orgulho e conflitos internos, buscando lógicas comportamentais, buscando razões, buscando o inverso de uma profunda solidão e desolamento, buscando... Buscando um sentido nisso tudo.
Um sentimento nessa ausência, a amabilidade do acaso. O desconforto de sua roupa o fez levantar, na pequena mesa com um rádio relógio indicando longas horas da madrugada, voltou a perceber o barulho da gota, desprezando a pia.
Voltou ao banheiro, olhou o bilhete com os olhos lacrimejando, como se visse o reflexo de toda sua atenção, todo o zelo que procurava ter... Era um pedaço ( o único) dela que ainda restava.
Levou as mãos até o rosto, deslizou pelos azulejos da parede e aos soluços chorou, encolhendo-se cada vez mais...
Afogando-se, enclausurando-se sobre o intervalo da pia e o vaso sanitário... Era ali sua prisão e sua sentença assinada num pedaço de papel brilhante!
Seus princípios haviam sido cruelmente chocados, não havia um “nós” não havia espaço pra mais ninguém e apenas todo o seu vazio preenchido de uma enorme mágoa e insensatez, cabia a ele sofrer...
Sofrer seus dias, despejando toda a inutilidade e precariedade no seu intervalo. Sua vida era o intervalo da pia e o vaso, seu tempo era um bilhete, suplicando de que as gotas cessem...
(26 de agosto de 2008)
Deitado na cama com as mãos entrelaçadas sobre o ventre, num olhar fixo e perdido na mancha do teto.
O cansaço o fez dormir.
As gotas provocavam eco, eco esse refletido inconscientemente [irritantemente] em sua cabeça.
O quarto escuro por completo se a luz do banheiro não estivesse acesa, na porta semi-aberta.
Acordou debruçado sobre suas coisas jogadas no canto da cama, havia babado...
O rosto amassado e seu escarro refletido nas gotas incansáveis de uma pia que continha um bilhete, era um papel colorido, fluorescente, colado abaixo do espelho:
“Feche bem a torneira” - Foi o último bilhete deixado antes de partir.
Ela partiu em silêncio.
Seu único pedido era por ele negado, como sinônimo de todo seu orgulho e conflitos internos, buscando lógicas comportamentais, buscando razões, buscando o inverso de uma profunda solidão e desolamento, buscando... Buscando um sentido nisso tudo.
Um sentimento nessa ausência, a amabilidade do acaso. O desconforto de sua roupa o fez levantar, na pequena mesa com um rádio relógio indicando longas horas da madrugada, voltou a perceber o barulho da gota, desprezando a pia.
Voltou ao banheiro, olhou o bilhete com os olhos lacrimejando, como se visse o reflexo de toda sua atenção, todo o zelo que procurava ter... Era um pedaço ( o único) dela que ainda restava.
Levou as mãos até o rosto, deslizou pelos azulejos da parede e aos soluços chorou, encolhendo-se cada vez mais...
Afogando-se, enclausurando-se sobre o intervalo da pia e o vaso sanitário... Era ali sua prisão e sua sentença assinada num pedaço de papel brilhante!
Seus princípios haviam sido cruelmente chocados, não havia um “nós” não havia espaço pra mais ninguém e apenas todo o seu vazio preenchido de uma enorme mágoa e insensatez, cabia a ele sofrer...
Sofrer seus dias, despejando toda a inutilidade e precariedade no seu intervalo. Sua vida era o intervalo da pia e o vaso, seu tempo era um bilhete, suplicando de que as gotas cessem...
(26 de agosto de 2008)
24 julho 2008
Instintos
- Ele é um ególatra, um esnobe, individualista!
- Não estou aqui para discutir posturas de terceiros com você, quem somos nós pra julgar?
- Você não sabe o que diz, mas eu sei! Ele me traiu, eu não desisti dos nossos sonhos, ainda luto por aquela marca e ele... Ele deu as costas a tudo isso, quanto mais alimenta seus conhecimentos, estuda e a cada linha que lê de livros de grandes pensadores, um passo a menos de humildade... Um passo a menos de humanismo, é apenas um poço de sabedoria soberba.
- Chega disso! Eu não agüento mais! (aos soluços pude ver a pobre garota cobrindo o rosto com as mãos, as lágrimas em seus dedos era o sufocar dos fatos).
Estava ela falando de Arte num tom hostil, eram clássicos infantis, grandes obras!
O que os tornam viajantes de estradas diferentes: No início eram apenas jovens e banalidades que ganham prioridades em determinados contextos de uma história de vida, no outro se tornam rivais dos pontos de vista e atitudes até então ordinárias. Tornam-se escravos de suas idéias e da força que o conflito delas pode gerar.
- Eu falava de um livro, da magia de um livro, apenas isso... Não queria causar uma discussão e tão pouco fazê-lo recordar de angústias passadas...
- Sinto angústia, de fato... Não posso negar todo o sofrimento que aquele... (hesitou...).
Ela se adiantou, antes que ele voltasse a sua retórica ofensiva:
- Tudo bem, não falaremos de vocês dois, voltaremos ao tema inicial dessa conversa até então agradável.
- Mas isso tudo é culpa sua! Acaba com esse jeito cáustico e agressivo por causar sentimentos de fúria em mim, um homem com problemas de mais para certas imaturidades transpostas num diálogo cansativo e sem fundamento algum!
- Na infância eu li aquele livro, me sinto como o protagonista dele, acredito ainda, que estamos todos perdidos e buscamos onde nos encaixar, na individualidade de sermos formados por milhares de coisas, mas todas elas acopladas, num contexto onde o resultado é apenas um, um único ser de tudo aquilo e é tão difícil e complexo lidar com as diferenças.
- Me sinto perdido.
- Somos todos únicos, eu-você-ele: Talvez isso torne tão difícil julgar atitudes...
- Não retomemos essa discussão besta!
- Enfim... Era sobre o protagonista do livro infantil que eu queria dizer...
- Sobre a Arte presente desde a infância.
- Não, sobre a idéia de estar/sentir-se perdido, sendo individual apesar de viver em sociedade.
- Quem lhe apontou uma verdade há muito tempo exposta por tantos filósofos, psicólogos, pensadores, estudiosos ou até na análise simples de comportamentos, foi a obra infantil daquele autor?
- Não necessariamente... Mas talvez tenha sido o reflexo de percepções em mim contidas.
Ele parecia saber exatamente o efeito que suas perguntas causariam e já estavam causando, ela se via confusa até mesmo com suas respostas vagas...
Sua confusão começava na inversão de papéis: era posta à mesa suas perguntas, o encurralado nas dúvidas e respostas que exigiam mais prontidão e total atenção de quem está sendo questionado era o outro, era sempre o outro.
O conflito esticava-se até suas reflexões, que ele insistia em aguçar de forma sutil, mas que mesmo assim a abalava, sendo que ela não compreendia as razões desse efeito e o que lhe traria a proporcionar isso, voluntario ou involuntariamente ele provocou uma guerra no interior de uma alheia.
Ela sabia disso e havia uma revolta tão grande e um asco dessa conversa de início banal que agora se prolongava inúmeras vezes, de inúmeras formas em sua mente.
- Apresentando idéias e suas reflexões através da Arte de outrem?
- Não é bem assim... (calou-se, sem convencer e sabendo disso).
- Qual a importância da Arte para sua vida?Ela ficou parada por um tempo, assimilando as informações, se já não estivesse confusa teria a resposta em prontidão, por que hesitava dessa vez?
Sempre deixou nítida sua essencialidade, mas dessa vez era diferente... Ela temeu e recebeu a pergunta como uma tempestade de incertezas que a dominavam provocando um estado de desconforto.
Tentando passar serenidade e convicção, respondeu, desta vez sem muita prontidão mas manifestando segurança e com a cabeça erguida:
- Ela é essencial, talvez viva por ela. Isso se não vivo nela, de fato.
Triunfante! Uma atriz, uma verdadeira atriz!
Um pouco decepcionado com sua persuasão, encerram a conversa da mesma maneira que a iniciaram.
Nela provocando um alivio, foi um exaustivo interrogatório do qual prosseguiu de forma estratégica e numa perfeita atuação!
- Não estou aqui para discutir posturas de terceiros com você, quem somos nós pra julgar?
- Você não sabe o que diz, mas eu sei! Ele me traiu, eu não desisti dos nossos sonhos, ainda luto por aquela marca e ele... Ele deu as costas a tudo isso, quanto mais alimenta seus conhecimentos, estuda e a cada linha que lê de livros de grandes pensadores, um passo a menos de humildade... Um passo a menos de humanismo, é apenas um poço de sabedoria soberba.
- Chega disso! Eu não agüento mais! (aos soluços pude ver a pobre garota cobrindo o rosto com as mãos, as lágrimas em seus dedos era o sufocar dos fatos).
Estava ela falando de Arte num tom hostil, eram clássicos infantis, grandes obras!
O que os tornam viajantes de estradas diferentes: No início eram apenas jovens e banalidades que ganham prioridades em determinados contextos de uma história de vida, no outro se tornam rivais dos pontos de vista e atitudes até então ordinárias. Tornam-se escravos de suas idéias e da força que o conflito delas pode gerar.
- Eu falava de um livro, da magia de um livro, apenas isso... Não queria causar uma discussão e tão pouco fazê-lo recordar de angústias passadas...
- Sinto angústia, de fato... Não posso negar todo o sofrimento que aquele... (hesitou...).
Ela se adiantou, antes que ele voltasse a sua retórica ofensiva:
- Tudo bem, não falaremos de vocês dois, voltaremos ao tema inicial dessa conversa até então agradável.
- Mas isso tudo é culpa sua! Acaba com esse jeito cáustico e agressivo por causar sentimentos de fúria em mim, um homem com problemas de mais para certas imaturidades transpostas num diálogo cansativo e sem fundamento algum!
- Na infância eu li aquele livro, me sinto como o protagonista dele, acredito ainda, que estamos todos perdidos e buscamos onde nos encaixar, na individualidade de sermos formados por milhares de coisas, mas todas elas acopladas, num contexto onde o resultado é apenas um, um único ser de tudo aquilo e é tão difícil e complexo lidar com as diferenças.
- Me sinto perdido.
- Somos todos únicos, eu-você-ele: Talvez isso torne tão difícil julgar atitudes...
- Não retomemos essa discussão besta!
- Enfim... Era sobre o protagonista do livro infantil que eu queria dizer...
- Sobre a Arte presente desde a infância.
- Não, sobre a idéia de estar/sentir-se perdido, sendo individual apesar de viver em sociedade.
- Quem lhe apontou uma verdade há muito tempo exposta por tantos filósofos, psicólogos, pensadores, estudiosos ou até na análise simples de comportamentos, foi a obra infantil daquele autor?
- Não necessariamente... Mas talvez tenha sido o reflexo de percepções em mim contidas.
Ele parecia saber exatamente o efeito que suas perguntas causariam e já estavam causando, ela se via confusa até mesmo com suas respostas vagas...
Sua confusão começava na inversão de papéis: era posta à mesa suas perguntas, o encurralado nas dúvidas e respostas que exigiam mais prontidão e total atenção de quem está sendo questionado era o outro, era sempre o outro.
O conflito esticava-se até suas reflexões, que ele insistia em aguçar de forma sutil, mas que mesmo assim a abalava, sendo que ela não compreendia as razões desse efeito e o que lhe traria a proporcionar isso, voluntario ou involuntariamente ele provocou uma guerra no interior de uma alheia.
Ela sabia disso e havia uma revolta tão grande e um asco dessa conversa de início banal que agora se prolongava inúmeras vezes, de inúmeras formas em sua mente.
- Apresentando idéias e suas reflexões através da Arte de outrem?
- Não é bem assim... (calou-se, sem convencer e sabendo disso).
- Qual a importância da Arte para sua vida?Ela ficou parada por um tempo, assimilando as informações, se já não estivesse confusa teria a resposta em prontidão, por que hesitava dessa vez?
Sempre deixou nítida sua essencialidade, mas dessa vez era diferente... Ela temeu e recebeu a pergunta como uma tempestade de incertezas que a dominavam provocando um estado de desconforto.
Tentando passar serenidade e convicção, respondeu, desta vez sem muita prontidão mas manifestando segurança e com a cabeça erguida:
- Ela é essencial, talvez viva por ela. Isso se não vivo nela, de fato.
Triunfante! Uma atriz, uma verdadeira atriz!
Um pouco decepcionado com sua persuasão, encerram a conversa da mesma maneira que a iniciaram.
Nela provocando um alivio, foi um exaustivo interrogatório do qual prosseguiu de forma estratégica e numa perfeita atuação!
19 julho 2008
Relatos egocêntricos
Nove de junho de 2008-07-19
O nome dele era Chico e o da minha história era “A fadinha e o super-herói”, esse nome carregava um pesado fardo, responsável... Talvez de valor sentimental para outros e inspiração para alguns.
Foi assim que o nome da minha história junto com toda ela virou uma correspondência ao dono do nome Chico e de todo ele.
Qual seria o terceiro nome ao aparecer aqui? Seria aquele não sei, teria eu, o direito de saber que já indiretamente sou responsável por esse nome por todo o seu resto? Esses relatórios se perderam, talvez sem se quer existem, a forma mais utópica de sentir falta, é de tudo aquilo que não se conhece. Sinto falta daquela correspondência extraviada, interrompida, daquela que nunca vi, nunca li e que tanto quis apreciar, me emocionar, tendo a certeza de que me acrescentaria um tanto, deixando de lado a importância... Tornando desnecessário esse relato, mudando um pouco seu sentido, desconfigurando.
Passam-se textos, pensamentos e as pessoas e tudo isso e mais todo o resto sem que possamos ao menos ter acesso ou aproveitar disso e daquilo...
E por que do “possamos”, estou falando de mim, falo egocentricamente dos meus sentimentos e pensamentos e não há espaço nesse caso para reflexões com o resto da sociedade, necessito desse individualismo momentâneo e me iludir por alguns instantes de que a única razão e preocupação mundial são todas ligadas ao meu bem-estar.
Ainda não semana passada um amigo me dizia que o problema da falta de ignorância é que agregamos os problemas mundiais em nosso cotidiano, trocamos o mais sofisticado pelo mais justo e baseado nisso decido que nesse relato ignorarei o resto dos problemas mundiais e sociais (aqueles que conheço e/ou tenho noção que existem)
Tornando-me extravagante.
Voltando a causa do relato, discuti com minha terapeuta há umas duas semanas atrás de que não poderia sentir falta do que nunca vivi, ela concordou que tecnicamente eu tinha razão, mas que na prática eu poderia me frustras em determinados atos que nunca fiz e me pego em controvérsia, sinto falta do que idolatrei sem ter vivido ou possuído, não que seja a mesma coisa que “frustrações, falta daquilo que não viveu”, isto que digo são fatos pequenos e não creio que nos maiores isso seja possível, nas futilidades isso é mais aceitável.
Entendo agora porque conjugando verbos na 1ª pessoa do plural é mais digerível e menos exibicionista, agora estou me sentindo invadida e acabei por não ser clara, ah!
Cansei disso ta? Hasta!
O nome dele era Chico e o da minha história era “A fadinha e o super-herói”, esse nome carregava um pesado fardo, responsável... Talvez de valor sentimental para outros e inspiração para alguns.
Foi assim que o nome da minha história junto com toda ela virou uma correspondência ao dono do nome Chico e de todo ele.
Qual seria o terceiro nome ao aparecer aqui? Seria aquele não sei, teria eu, o direito de saber que já indiretamente sou responsável por esse nome por todo o seu resto? Esses relatórios se perderam, talvez sem se quer existem, a forma mais utópica de sentir falta, é de tudo aquilo que não se conhece. Sinto falta daquela correspondência extraviada, interrompida, daquela que nunca vi, nunca li e que tanto quis apreciar, me emocionar, tendo a certeza de que me acrescentaria um tanto, deixando de lado a importância... Tornando desnecessário esse relato, mudando um pouco seu sentido, desconfigurando.
Passam-se textos, pensamentos e as pessoas e tudo isso e mais todo o resto sem que possamos ao menos ter acesso ou aproveitar disso e daquilo...
E por que do “possamos”, estou falando de mim, falo egocentricamente dos meus sentimentos e pensamentos e não há espaço nesse caso para reflexões com o resto da sociedade, necessito desse individualismo momentâneo e me iludir por alguns instantes de que a única razão e preocupação mundial são todas ligadas ao meu bem-estar.
Ainda não semana passada um amigo me dizia que o problema da falta de ignorância é que agregamos os problemas mundiais em nosso cotidiano, trocamos o mais sofisticado pelo mais justo e baseado nisso decido que nesse relato ignorarei o resto dos problemas mundiais e sociais (aqueles que conheço e/ou tenho noção que existem)
Tornando-me extravagante.
Voltando a causa do relato, discuti com minha terapeuta há umas duas semanas atrás de que não poderia sentir falta do que nunca vivi, ela concordou que tecnicamente eu tinha razão, mas que na prática eu poderia me frustras em determinados atos que nunca fiz e me pego em controvérsia, sinto falta do que idolatrei sem ter vivido ou possuído, não que seja a mesma coisa que “frustrações, falta daquilo que não viveu”, isto que digo são fatos pequenos e não creio que nos maiores isso seja possível, nas futilidades isso é mais aceitável.
Entendo agora porque conjugando verbos na 1ª pessoa do plural é mais digerível e menos exibicionista, agora estou me sentindo invadida e acabei por não ser clara, ah!
Cansei disso ta? Hasta!
18 julho 2008
Eu pude ver a liberdade
Era loira, cabelos cacheados, olhos bem azuis e vivos ( não que eles pudessem estar mortos numa garotinha com tanta energia, o que quero dizer é que havia um brilho intenso naqueles olhos e em sua cor).
Pensando bem... Acho que seus cabelos eram lisos e negros... Pele branquinha e olhos esverdeados (ah! Aquela carinha de Branca de Neve) ou seria ruiva com muitas sardinhas? (Aquela coisa meio sueca, com um jeitinho sapeca...) Era negra! Lábios grossos e olhos de jabuticaba (sua pele reluzia, era linda!).
Já não sei qual foi a imagem que fiz da pequena garota e seus balões coloridos, eram daqueles simples, os de máquina de gás se soltarmos por um descuido... Voam alto até onde nossas vistas não possam encontrá-los.
Balões simples são como paixões... Tiram-nos o fôlego para encher, são viçosos quando cheios, brincamos... As vezes em alta outras em baixa e murcham aos poucos, devemos tomar cuidados para não estourarem, caso ocorra quando estiverem muito grandes, nos dão um susto.
Ela brincava com diversos deles, todos juntos: vermelhos, azuis, brancos, verdes... Os empurrava e eles alcançavam determinada altura, depois declinavam voltando às suas pequenas mãos estendidas como quem espera que uma prece seja atendida, eles permanecem mais tempo no ar do que no toque leve de seus dedos, mas é o suficiente para gargalhar, estendendo seu sorriso.
Passam-me como flashes histórias infantis de garotas, mas uma insiste como o reflexo da doce imagem da garotinha dos balões, ela seria aquela que ama o Sol e a Lua?
Cada um em seu determinado tempo, mas ambos na mesma intensidade...
A imagem da garota vem acompanhada de uma bela Lua, que a acompanhará até a hora de deitar, depois o Sol lhe acordará e os balões subirão e descerão ainda mais bonitos pela luz e calor de seu amado.
Como a imagem dela é tão presente se mal me lembro como ela era?
Talvez seja apenas um vulto, sua sombra... A imagem de sua alma era mais transparente, colocando à frente de qualquer característica física.
Seu riso livre de responsabilidades banais, olhar despreocupado das morais impostas e isso tudo embargado de uma inocência que o tempo ainda não pode destruir, de sonhos ainda não corrompidos...
Eu pude ver a liberdade, diante dos meus olhos na forma mais literária e abrangente, mais pura e genuína.
Ao meu caro M. Dylan
Pensando bem... Acho que seus cabelos eram lisos e negros... Pele branquinha e olhos esverdeados (ah! Aquela carinha de Branca de Neve) ou seria ruiva com muitas sardinhas? (Aquela coisa meio sueca, com um jeitinho sapeca...) Era negra! Lábios grossos e olhos de jabuticaba (sua pele reluzia, era linda!).
Já não sei qual foi a imagem que fiz da pequena garota e seus balões coloridos, eram daqueles simples, os de máquina de gás se soltarmos por um descuido... Voam alto até onde nossas vistas não possam encontrá-los.
Balões simples são como paixões... Tiram-nos o fôlego para encher, são viçosos quando cheios, brincamos... As vezes em alta outras em baixa e murcham aos poucos, devemos tomar cuidados para não estourarem, caso ocorra quando estiverem muito grandes, nos dão um susto.
Ela brincava com diversos deles, todos juntos: vermelhos, azuis, brancos, verdes... Os empurrava e eles alcançavam determinada altura, depois declinavam voltando às suas pequenas mãos estendidas como quem espera que uma prece seja atendida, eles permanecem mais tempo no ar do que no toque leve de seus dedos, mas é o suficiente para gargalhar, estendendo seu sorriso.
Passam-me como flashes histórias infantis de garotas, mas uma insiste como o reflexo da doce imagem da garotinha dos balões, ela seria aquela que ama o Sol e a Lua?
Cada um em seu determinado tempo, mas ambos na mesma intensidade...
A imagem da garota vem acompanhada de uma bela Lua, que a acompanhará até a hora de deitar, depois o Sol lhe acordará e os balões subirão e descerão ainda mais bonitos pela luz e calor de seu amado.
Como a imagem dela é tão presente se mal me lembro como ela era?
Talvez seja apenas um vulto, sua sombra... A imagem de sua alma era mais transparente, colocando à frente de qualquer característica física.
Seu riso livre de responsabilidades banais, olhar despreocupado das morais impostas e isso tudo embargado de uma inocência que o tempo ainda não pode destruir, de sonhos ainda não corrompidos...
Eu pude ver a liberdade, diante dos meus olhos na forma mais literária e abrangente, mais pura e genuína.
Ao meu caro M. Dylan
11 julho 2008
- Vamos lá, quantos filhos você tem?
Eu caminhava pela praia, numa manhã de céu acinzentado e não tinha mais noção de quantos dias passaria por ali, tenho problemas com cronologias... E isso tem se agravado ultimamente, cada vez mais... Não sei dizer ao certo quanto tempo, pois como já estou dizendo: Esse é o problema.
Durante a caminhada, percebi que não iria chover tão logo, mas que o Sol também não apareceria naquele dia, resolvi sentar na ponta de uma pedra e contemplar uma vista que há muitos não agradariam.
Conforme o vento batia em meu rosto, embaraçando meus cabelos e secando a umidade natural dos meus olhos, conformei na situação.
Eu havia me perdido, por fim...
>"Morava numa casa velha.
Era julho. As temperaturas baixavam cada dia mais e por um hábito inconstante, levantava pelas manhãs, colocava ainda mais roupas e casacos sem nunca retirar o pijama de algodão, tomava um café preto com pouco açúcar e caminhava até o Parque do Lago que havia na cidade.
Sentava num banco observava os pombos, brincava com as pedrinhas, logo os operários começavam a cercar o parque, atrasados, apressados... Havia uma grande indústria ali perto.
Mesmo assim o inverno lhe trazia a solidão, uma solidão nostálgica no verão, tornando-se completo nessa estação, ironicamente não falo, talvez seja a manifestação da alma na incoerência do ser.
Passava horas ali, no frio... Tentando buscar não se sabe o que e foram assim os invernos durante anos. Se lhe acrescentou ou não, isso não cabe a mim, estou aqui para contar a história, os sentimentos envolvidos só os mais transparentes minha percepção alcança, os outros ficam subjugados sem a certeza, talvez na auto-reflexão."
Durante sete invernos, por todas as manhãs, estive no mesmo lugar, os lugares em mim eram distintos, mas no espaço físico, como num templo era um só.
Das banalidades às minhas prioridades, era tempo e espaço de definir, analisar, compreender, aceitar e buscar nos detalhes toda complexidade.
Não pude aproveitar ou me despedir do inverno no Parque do Lago, sabia do risco que corria todo o tempo de muda-me de cidade. Nada me prende aqui, apenas o Lago, posso construir uma nova estrutura num lugar distante, afinal... A vida é feita de despedidas.
Citações em determinadas ocasiões não devem ser atribuídas, sentimentos nos entregam...
Pensando no quanto, às vezes... Torna-se difícil se expressar e arrumar algo para querer dizer... por isso, isso aqui vira um conto do nada e volta e vai...
E o que meus filhos teriam a ver com isso?
Durante a caminhada, percebi que não iria chover tão logo, mas que o Sol também não apareceria naquele dia, resolvi sentar na ponta de uma pedra e contemplar uma vista que há muitos não agradariam.
Conforme o vento batia em meu rosto, embaraçando meus cabelos e secando a umidade natural dos meus olhos, conformei na situação.
Eu havia me perdido, por fim...
>"Morava numa casa velha.
Era julho. As temperaturas baixavam cada dia mais e por um hábito inconstante, levantava pelas manhãs, colocava ainda mais roupas e casacos sem nunca retirar o pijama de algodão, tomava um café preto com pouco açúcar e caminhava até o Parque do Lago que havia na cidade.
Sentava num banco observava os pombos, brincava com as pedrinhas, logo os operários começavam a cercar o parque, atrasados, apressados... Havia uma grande indústria ali perto.
Mesmo assim o inverno lhe trazia a solidão, uma solidão nostálgica no verão, tornando-se completo nessa estação, ironicamente não falo, talvez seja a manifestação da alma na incoerência do ser.
Passava horas ali, no frio... Tentando buscar não se sabe o que e foram assim os invernos durante anos. Se lhe acrescentou ou não, isso não cabe a mim, estou aqui para contar a história, os sentimentos envolvidos só os mais transparentes minha percepção alcança, os outros ficam subjugados sem a certeza, talvez na auto-reflexão."
Durante sete invernos, por todas as manhãs, estive no mesmo lugar, os lugares em mim eram distintos, mas no espaço físico, como num templo era um só.
Das banalidades às minhas prioridades, era tempo e espaço de definir, analisar, compreender, aceitar e buscar nos detalhes toda complexidade.
Não pude aproveitar ou me despedir do inverno no Parque do Lago, sabia do risco que corria todo o tempo de muda-me de cidade. Nada me prende aqui, apenas o Lago, posso construir uma nova estrutura num lugar distante, afinal... A vida é feita de despedidas.
Citações em determinadas ocasiões não devem ser atribuídas, sentimentos nos entregam...
Pensando no quanto, às vezes... Torna-se difícil se expressar e arrumar algo para querer dizer... por isso, isso aqui vira um conto do nada e volta e vai...
E o que meus filhos teriam a ver com isso?
02 julho 2008
Paredes da nostalgia
É... Talvez eu tenha um novo post
Meus olhos fitavam num ângulo que não sei definir direito, porque não consigo entender geometria espacial!
Mas num ângulo onde nem toda aquela construção parecia banal, nem toda nostalgia, efêmera. Confortei-me ao conseguir encontrar um ângulo, mesmo sem saber qual era, onde pudesse descobrir um resto daquilo que acabou...
As paredes trancaram a liberdade nostálgica, talvez o templo de toda a nostalgia, um aglomerado de todas as lembranças que vinham e iam sem seguir ordens cronológicas, sem se preocupar com as horas e com quem as vivia ou ouvia relatos... Ali igualávamos qualquer história que seja especial e relevávamos o resto, o que importa é o que realmente nos importava.
Uma vontade reprimida de destruir as paredes, o concreto que abala minha sede do intangível, do mistério de sentir...
Aquela foi uma tarde de acasos, nada planejado e tudo acontecendo e [des]acontecendo como o acaso espera que seja, dando direito até a chopp no meio do dia, violão, fones compartilhados com Hendrix, unhadas na coxa... A nostalgia cruza seu ápice na visão ampla de uma cidade que tão pouco exploramos, com visões diferentes diante de um mesmo ângulo (talvez esse, de um pouco mais de 180º). Assuntos vão sendo despejados em pautas como se tudo aquilo fosse planejado durante muito tempo... Sendo que o “tempo” é a única razão de aquilo tudo existir...
As causas de determinadas escolhas são diferentes, mas isso não altera as mesmas escolhas e tudo parece tão óbvio e ao mesmo tempo é tão surpreendente!
O que cabe agora é cruzar as linhas da nostalgia com minha vida que ainda acontece, no agora... Se eu pudesse mudar algumas coisas, algumas posturas e atitudes passadas... Teria o feito, mas tudo é uma grande forma de aprendizado e eu sou um poço de minhas próprias histórias e profundo para caber ainda diversas delas...
Minha vida sempre é literária demais...
Não segue regras de realismo, dosagens de realidade dura e cruel... Ela sempre vem embargada de... Contos, romances, filmes franceses... Sentimentalismo... Arte! É isso, eu não sei viver, eu apenas faço arte em tempo integral.
Meus olhos fitavam num ângulo que não sei definir direito, porque não consigo entender geometria espacial!
Mas num ângulo onde nem toda aquela construção parecia banal, nem toda nostalgia, efêmera. Confortei-me ao conseguir encontrar um ângulo, mesmo sem saber qual era, onde pudesse descobrir um resto daquilo que acabou...
As paredes trancaram a liberdade nostálgica, talvez o templo de toda a nostalgia, um aglomerado de todas as lembranças que vinham e iam sem seguir ordens cronológicas, sem se preocupar com as horas e com quem as vivia ou ouvia relatos... Ali igualávamos qualquer história que seja especial e relevávamos o resto, o que importa é o que realmente nos importava.
Uma vontade reprimida de destruir as paredes, o concreto que abala minha sede do intangível, do mistério de sentir...
Aquela foi uma tarde de acasos, nada planejado e tudo acontecendo e [des]acontecendo como o acaso espera que seja, dando direito até a chopp no meio do dia, violão, fones compartilhados com Hendrix, unhadas na coxa... A nostalgia cruza seu ápice na visão ampla de uma cidade que tão pouco exploramos, com visões diferentes diante de um mesmo ângulo (talvez esse, de um pouco mais de 180º). Assuntos vão sendo despejados em pautas como se tudo aquilo fosse planejado durante muito tempo... Sendo que o “tempo” é a única razão de aquilo tudo existir...
As causas de determinadas escolhas são diferentes, mas isso não altera as mesmas escolhas e tudo parece tão óbvio e ao mesmo tempo é tão surpreendente!
O que cabe agora é cruzar as linhas da nostalgia com minha vida que ainda acontece, no agora... Se eu pudesse mudar algumas coisas, algumas posturas e atitudes passadas... Teria o feito, mas tudo é uma grande forma de aprendizado e eu sou um poço de minhas próprias histórias e profundo para caber ainda diversas delas...
Minha vida sempre é literária demais...
Não segue regras de realismo, dosagens de realidade dura e cruel... Ela sempre vem embargada de... Contos, romances, filmes franceses... Sentimentalismo... Arte! É isso, eu não sei viver, eu apenas faço arte em tempo integral.
30 junho 2008
Que sempre seja intenso
“Cabeça de juiz é igual bolsa de mulher, a gente nunca sabe o que tem lá dentro”.
O resultado do jogo tão esperado para os Operarianos será decidido no Tribunal, casos excêntricos... Jogos onde a decisão não é tomada em campo, mas fora dele.
Ó do que a maluca ta falando agora?
29 de junho de dois mil e oito, o dia começou e eu já estava tensa... Era o dia de subir! Subir ladeiras, despencar objetos de prédios, ultrapassar as barreiras, quebrar seu próprio espaço...
Não, era o Jogo decisivo do campeonato paranaense série B: Operário X Foz do Iguaçu.
Um empate seria suficiente para estarmos na série A e o Foz precisaria ganhar de nós para conseguir essa vaga...
Um torcedor do Foz acaba tendo seu fim, ataque cardíaco antes mesmo do jogo começar. Ausência de uma Ambulância no momento exato e assim... Ele deixa a vida por amor ao time, fiel até seu último suspiro...
Quem dera se toda a torcida fosse fraternal...
15:30 o jogo começou e logo nos primeiros 4min. gol de cabeça pro Operário, a Zaga do OFEC estava impecável, porém o ataque era quase nulo e até mesmo o meio de campo parecia deserto... As faltas surgiam a cada passe um pouco mais decisivo, o que deixava a torcida e o juiz revoltado, além dos jogadores acabarem se machucando a toa, saíram cartões amarelos também...
Segundo tempo, aos três minutos: Gol do Foz, agora precisávamos nos empenhar para permanecer dessa forma o jogo ou virá-lo.
Nosso goleiro sente dores, já havia reclamado no primeiro tempo e agora parece mesmo que Felipe será substituído... Dida assume o gol do Operário Ferroviário.
É sempre tão difícil jogar fora de casa, a torcida adversário os pressiona e intimida, nosso brilho ofusca e nos sentimos frustrados, o que resta é vibrar e mandar energias positivas a nosso time que está lá na divisa do país!
42 minutos, parece que ocorreu uma falta ali no Dida... O Juiz marca o Pênalti pro Foz e agora?!
A Torcida de Foz vibra, eles vão ao delírio... O destino está colaborando, é chance de estar entre os melhores do Estado, é agora!
Por outro lado, Operarianos revoltados, com medo e jogadores tentando conversar com o Juiz, rever essa decisão, até o treinador está lá...
Parem! Olhem lá!!
A Torcida do Foz está invadindo o campo e destruindo tudo, a polícia tenta conter mas são muitos... Intimidando os jogadores do Operário que abandonam o campo por falta de segurança...
Uns morrem por amor, outros... destroem com a essência do mesmo sentimento.
Não há fadas e nem magia nessa história, nem algo tão literário... Mas há a arte, a vejo presente em cada passe e cada rumo que ela levou, trilhou e consolidando a imagem de um fim que ainda está um pouco longe de chegar e com todas as dúvidas de que será feliz ou não... de maneira imparcial, será impossível.
As histórias, talvez todas elas não sejam unânimes, há sempre quem sai prejudicado e sempre torcemos por um dos lados, o meu é Operário, o único lado e a única bandeira que carrego.
Foi tanta euforia e sentimentos aflorados em toda aquela torcida fervorosa, foram risos de nervoso ou fé de que daria tudo certo, foram choros, foram dramas e caras surpreendentes, lágrimas...
O que me deixa inquieta é pensar naquele torcedor...
Quantas vezes a gente não destrói aquilo que mais ama? Enquanto outros, calados, enfrentam de uma forma diferente.
Existe uma forma correta e coerente de amar e ser amado?
Sei lá... Só quero que sempre seja intenso.
O resultado do jogo tão esperado para os Operarianos será decidido no Tribunal, casos excêntricos... Jogos onde a decisão não é tomada em campo, mas fora dele.
Ó do que a maluca ta falando agora?
29 de junho de dois mil e oito, o dia começou e eu já estava tensa... Era o dia de subir! Subir ladeiras, despencar objetos de prédios, ultrapassar as barreiras, quebrar seu próprio espaço...
Não, era o Jogo decisivo do campeonato paranaense série B: Operário X Foz do Iguaçu.
Um empate seria suficiente para estarmos na série A e o Foz precisaria ganhar de nós para conseguir essa vaga...
Um torcedor do Foz acaba tendo seu fim, ataque cardíaco antes mesmo do jogo começar. Ausência de uma Ambulância no momento exato e assim... Ele deixa a vida por amor ao time, fiel até seu último suspiro...
Quem dera se toda a torcida fosse fraternal...
15:30 o jogo começou e logo nos primeiros 4min. gol de cabeça pro Operário, a Zaga do OFEC estava impecável, porém o ataque era quase nulo e até mesmo o meio de campo parecia deserto... As faltas surgiam a cada passe um pouco mais decisivo, o que deixava a torcida e o juiz revoltado, além dos jogadores acabarem se machucando a toa, saíram cartões amarelos também...
Segundo tempo, aos três minutos: Gol do Foz, agora precisávamos nos empenhar para permanecer dessa forma o jogo ou virá-lo.
Nosso goleiro sente dores, já havia reclamado no primeiro tempo e agora parece mesmo que Felipe será substituído... Dida assume o gol do Operário Ferroviário.
É sempre tão difícil jogar fora de casa, a torcida adversário os pressiona e intimida, nosso brilho ofusca e nos sentimos frustrados, o que resta é vibrar e mandar energias positivas a nosso time que está lá na divisa do país!
42 minutos, parece que ocorreu uma falta ali no Dida... O Juiz marca o Pênalti pro Foz e agora?!
A Torcida de Foz vibra, eles vão ao delírio... O destino está colaborando, é chance de estar entre os melhores do Estado, é agora!
Por outro lado, Operarianos revoltados, com medo e jogadores tentando conversar com o Juiz, rever essa decisão, até o treinador está lá...
Parem! Olhem lá!!
A Torcida do Foz está invadindo o campo e destruindo tudo, a polícia tenta conter mas são muitos... Intimidando os jogadores do Operário que abandonam o campo por falta de segurança...
Uns morrem por amor, outros... destroem com a essência do mesmo sentimento.
Não há fadas e nem magia nessa história, nem algo tão literário... Mas há a arte, a vejo presente em cada passe e cada rumo que ela levou, trilhou e consolidando a imagem de um fim que ainda está um pouco longe de chegar e com todas as dúvidas de que será feliz ou não... de maneira imparcial, será impossível.
As histórias, talvez todas elas não sejam unânimes, há sempre quem sai prejudicado e sempre torcemos por um dos lados, o meu é Operário, o único lado e a única bandeira que carrego.
Foi tanta euforia e sentimentos aflorados em toda aquela torcida fervorosa, foram risos de nervoso ou fé de que daria tudo certo, foram choros, foram dramas e caras surpreendentes, lágrimas...
O que me deixa inquieta é pensar naquele torcedor...
Quantas vezes a gente não destrói aquilo que mais ama? Enquanto outros, calados, enfrentam de uma forma diferente.
Existe uma forma correta e coerente de amar e ser amado?
Sei lá... Só quero que sempre seja intenso.
27 junho 2008
Cinco da manhã, sou um...
Temas... Diversas “realidades” num mesmo mundo real e no fim como aborda uma vez, abordamos todas as outras essa existência de mesclar a utopia ao real e vice-versa e versos em prosa...
Eram cinco da manhã e meu relógio despertou lá na cozinha...
Não consegui me lembrar a quantos dias estava dormindo e muito menos que dia era agora.
Café – Açúcar – Leite – Torrada – Manteiga – Café, pensando nesse banquete caminhei no corredor escuro... Tateando a parede a procura de um interruptor vejo meu cinzeiro com um cigarro fumegando e ao lado meu rádio-relógio sobre o microondas...
Cinco da manhã, não importa o dia, enfim... Devo ir ao trabalho.
Sou um operário de um pouco mais de trinta, talvez bastante mais, mas isso não importa... Tento me lembrar que dia é hoje.
Meu trabalho não exige muito da minha mente, enquanto exerço minhas tarefas procuro viajar até a casa da minha avó.
Não sei que dia é hoje, porque meu cigarro fumegava no cinzeiro ou como o rádio-relógio foi parar sobre o microondas... Mas era uma tarde de sol, sentia o cheiro dos bolinhos de chuva da vovó e todos os meus primos correndo no gramado sobre a jabuticabeira enorme que havia no quintal... Não sei se era mais gostoso fazer guerras com as jabuticabas ou saboreá-las enquanto ríamos contando histórias... Nesse dia eu havia me cortado com uma das máquinas da produção e por isso fui transferido a grande árvore de jabuticabas novamente, onde tive meu braço quebrado pela primeira vez... Fui tão paparicado, comi tantas guloseimas que passaria o resto da vida quebrando os membros.
Voltando pra casa eu esqueci do braço quebrado e lembrei que não fumava. Eu tinha um cinzeiro que havia comprado numa viagem, ele era tão bonito... mas de quem seriam as cinzas e o cigarro?
Abri a porta da sala com delicadeza para não atrapalhar quem estaria no meu solitário apartamento...
Surgiu uma bela moça na minha frente, ela era linda, mas não senti nenhum interesse e não conseguia entender o que me impedia, de repente percebi... era minha irmã e me veio as lembranças do tempo que morávamos na mesma casa, quando fui morar sozinho ela ainda era uma menina, uma tia havia falecido e por isso ela estava em minha casa.
Minha irmã fumava, mas deveria ter lembrado que a fumaça do cinzeiro seriam as cinzas da irmã mais nova de nossa mãe, deveriam ter me alertado... meu relógio estava na cozinha porque minha irmã pediu para deixa-lo lá para que pudesse ver as horas durante o dia, ela parecia abatida. Eu não entendia muito bem.
Cinco da manhã, Fábrica.
Hoje lembrei das últimas peladas na rua de casa...
Real ao utópico! – Vivemos nossas realidades.
Eram cinco da manhã e meu relógio despertou lá na cozinha...
Não consegui me lembrar a quantos dias estava dormindo e muito menos que dia era agora.
Café – Açúcar – Leite – Torrada – Manteiga – Café, pensando nesse banquete caminhei no corredor escuro... Tateando a parede a procura de um interruptor vejo meu cinzeiro com um cigarro fumegando e ao lado meu rádio-relógio sobre o microondas...
Cinco da manhã, não importa o dia, enfim... Devo ir ao trabalho.
Sou um operário de um pouco mais de trinta, talvez bastante mais, mas isso não importa... Tento me lembrar que dia é hoje.
Meu trabalho não exige muito da minha mente, enquanto exerço minhas tarefas procuro viajar até a casa da minha avó.
Não sei que dia é hoje, porque meu cigarro fumegava no cinzeiro ou como o rádio-relógio foi parar sobre o microondas... Mas era uma tarde de sol, sentia o cheiro dos bolinhos de chuva da vovó e todos os meus primos correndo no gramado sobre a jabuticabeira enorme que havia no quintal... Não sei se era mais gostoso fazer guerras com as jabuticabas ou saboreá-las enquanto ríamos contando histórias... Nesse dia eu havia me cortado com uma das máquinas da produção e por isso fui transferido a grande árvore de jabuticabas novamente, onde tive meu braço quebrado pela primeira vez... Fui tão paparicado, comi tantas guloseimas que passaria o resto da vida quebrando os membros.
Voltando pra casa eu esqueci do braço quebrado e lembrei que não fumava. Eu tinha um cinzeiro que havia comprado numa viagem, ele era tão bonito... mas de quem seriam as cinzas e o cigarro?
Abri a porta da sala com delicadeza para não atrapalhar quem estaria no meu solitário apartamento...
Surgiu uma bela moça na minha frente, ela era linda, mas não senti nenhum interesse e não conseguia entender o que me impedia, de repente percebi... era minha irmã e me veio as lembranças do tempo que morávamos na mesma casa, quando fui morar sozinho ela ainda era uma menina, uma tia havia falecido e por isso ela estava em minha casa.
Minha irmã fumava, mas deveria ter lembrado que a fumaça do cinzeiro seriam as cinzas da irmã mais nova de nossa mãe, deveriam ter me alertado... meu relógio estava na cozinha porque minha irmã pediu para deixa-lo lá para que pudesse ver as horas durante o dia, ela parecia abatida. Eu não entendia muito bem.
Cinco da manhã, Fábrica.
Hoje lembrei das últimas peladas na rua de casa...
Real ao utópico! – Vivemos nossas realidades.
23 junho 2008
Vinho branco com licor e açucar refinado...
No gosto amargo
Na nostalgia... Romântica, empírica
No embriagar sem causa...
Na melancolia, tão atroz...
Os sinais fecham, o tempo acaba e o que resta...
Sempre há um resquício daquilo tudo
Do bem... Do mal e do que pode ser pior...
A nostalgia aflora-se novamente, por mais doloroso que seja...
Ela forma-se novamente
Vamos! Supersaturada a diluição desse açúcar...
No fundo do meu copo só sobram os grãos...
O resto é uma pequena quantia de líquido pra uma imensidão formada pela poeira...
Da poeira forma-se o caos, os espaços sem preenchimentos...
Na poeira cabe toda mágoa, todo o rancor dali
Ali... Depositado junto ao escarro.
[Da melancolia, aos dias de paz; da utopia ao almejo seguro; da falta de, para o contentamento; dos momentos com riso, às lágrimas descontroladas; aos grãos...]
Dos grãos que construo um lar
Dos grãos que despejo meu mar
Dos grãos que formo as barreiras
Enchendo papos de galinhas, sobressaindo dos menores, empurrando as escórias desse mundo devastado...
Onde se formam outros grãos
E toda sociedade em cacos que se inferiorizam, transformando-se naquilo de menor.
A poesia não me faz melhor, quando tudo que tenho são os trechos do meu mundo e a prosa mal elaborada da mesma forma...
Na nostalgia... Romântica, empírica
No embriagar sem causa...
Na melancolia, tão atroz...
Os sinais fecham, o tempo acaba e o que resta...
Sempre há um resquício daquilo tudo
Do bem... Do mal e do que pode ser pior...
A nostalgia aflora-se novamente, por mais doloroso que seja...
Ela forma-se novamente
Vamos! Supersaturada a diluição desse açúcar...
No fundo do meu copo só sobram os grãos...
O resto é uma pequena quantia de líquido pra uma imensidão formada pela poeira...
Da poeira forma-se o caos, os espaços sem preenchimentos...
Na poeira cabe toda mágoa, todo o rancor dali
Ali... Depositado junto ao escarro.
[Da melancolia, aos dias de paz; da utopia ao almejo seguro; da falta de, para o contentamento; dos momentos com riso, às lágrimas descontroladas; aos grãos...]
Dos grãos que construo um lar
Dos grãos que despejo meu mar
Dos grãos que formo as barreiras
Enchendo papos de galinhas, sobressaindo dos menores, empurrando as escórias desse mundo devastado...
Onde se formam outros grãos
E toda sociedade em cacos que se inferiorizam, transformando-se naquilo de menor.
A poesia não me faz melhor, quando tudo que tenho são os trechos do meu mundo e a prosa mal elaborada da mesma forma...
15 junho 2008
Destorcendo o tempo
Roubaram seu computador e o que mais machuca são todas as lembranças...
A nostalgia é relatada e absurdamente perspicaz, num nuance torna-se essencial e tudo que se perdeu e nossas memórias fracas...
Das memórias fracas lembro-me de flashes de uma semana turbulenta da qual os detalhes não cabem mais a minha fraca lembrança, sentindo uma falta de todas as sensações que posso nem ter chegado a curtir por faltar tempo de degluti-las.
Isso é abstinência teimosa de um pedaço esdrúxulo de papel e uma caneta da boca do lixo e o tempo mal utilizado.
Do tempo reconstruo propostas literários de sentidos inversos, sendo cúmplice, réu, mocinho, ladrão, inconveniente e suas extremidades, sinônimos, adjetivos, fantasias e analogias mal elaboradas...
Relações entre determinadas coisas, sendo quase todas sem restrições entre laçadas de forma direta ou indiretamente, todas fazem parte da mesma coisa, isso lembra-me “Regurgitofagia”.
Há muito tempo não o citava, Michel Melamed e suas analogias, despidas, curiosas, inspiradores, provocativas. A citação nada mais é que isso.
Arte, o acaso – seria dela feita o acaso, ou seria por si “o acaso”. Perguntaram-me ainda, se não estaria faltando um “a”. A onde? Numa reconstrução.
Vamos desfragmentá-la:
Antes de obter uma resposta da localização de um “a” que até então parecia-me inútil, passei despercebida..
“A arte, o acaso” – Pronome definido feminino ligado a palavra “arte”.
“Arte a, o acaso” – Ã?
“Arte ao acaso” – Lembrando que aquela vírgula (nas anteriores) não existe no link, é interpretada pelo dono da idéia [eu mesma]. Acho que foi isso que quiseram me dizer, “ao acaso” seria produzido [a arte] ao acaso.
A arte, na concepção desse blog não cria uma relação entre o “acaso” e a “arte” e sim expõem a “arte” como sinônimo de “acaso”.
A arte é o acaso, em outras palavras (elas sendo acrescentadas...).
Contaria uma história...
A nostalgia é relatada e absurdamente perspicaz, num nuance torna-se essencial e tudo que se perdeu e nossas memórias fracas...
Das memórias fracas lembro-me de flashes de uma semana turbulenta da qual os detalhes não cabem mais a minha fraca lembrança, sentindo uma falta de todas as sensações que posso nem ter chegado a curtir por faltar tempo de degluti-las.
Isso é abstinência teimosa de um pedaço esdrúxulo de papel e uma caneta da boca do lixo e o tempo mal utilizado.
Do tempo reconstruo propostas literários de sentidos inversos, sendo cúmplice, réu, mocinho, ladrão, inconveniente e suas extremidades, sinônimos, adjetivos, fantasias e analogias mal elaboradas...
Relações entre determinadas coisas, sendo quase todas sem restrições entre laçadas de forma direta ou indiretamente, todas fazem parte da mesma coisa, isso lembra-me “Regurgitofagia”.
Há muito tempo não o citava, Michel Melamed e suas analogias, despidas, curiosas, inspiradores, provocativas. A citação nada mais é que isso.
Arte, o acaso – seria dela feita o acaso, ou seria por si “o acaso”. Perguntaram-me ainda, se não estaria faltando um “a”. A onde? Numa reconstrução.
Vamos desfragmentá-la:
Antes de obter uma resposta da localização de um “a” que até então parecia-me inútil, passei despercebida..
“A arte, o acaso” – Pronome definido feminino ligado a palavra “arte”.
“Arte a, o acaso” – Ã?
“Arte ao acaso” – Lembrando que aquela vírgula (nas anteriores) não existe no link, é interpretada pelo dono da idéia [eu mesma]. Acho que foi isso que quiseram me dizer, “ao acaso” seria produzido [a arte] ao acaso.
A arte, na concepção desse blog não cria uma relação entre o “acaso” e a “arte” e sim expõem a “arte” como sinônimo de “acaso”.
A arte é o acaso, em outras palavras (elas sendo acrescentadas...).
Contaria uma história...
11 junho 2008
Da Utopia ao Real...
Disseram por aí que amanhã é dia dos namorados...
Deve ser legal esse dia né? Teoricamente cessam as brigas, ganham-se presentes bonitos, que tanto queríamos, românticos, criativos, surpreendentes... Muito carinho, muitos sorrisos, podia até chamar o “Dia do conto de fadas”, ser um feriado também não iria nada mal...
Esse momento que eternize: Faltava um pouco de tudo para um post e agora sobra um pouco desse tudo.
Uma ligação pode mudar muitas coisas, mata-se a saudade, noticias chegam, sentimentos afloram... nostalgia.
Do utópico ao Real, entre os extremos existem todo o resto...
Apesar de ter do Muito, faltam-me maneiras de expor isso tudo, é complexo e extenso:
Pegar fragmentos dessa história, juntar tudo e misturar, recondicionar, criar um conto de fadas, magia, Luz, ação!- Já foi tudo gravado até aqui, daqui pra frente é conseqüência de um passado, como sempre foi e sempre continuará sendo até o fim.
Não to inspirada, só estou a sentir...
Deve ser legal esse dia né? Teoricamente cessam as brigas, ganham-se presentes bonitos, que tanto queríamos, românticos, criativos, surpreendentes... Muito carinho, muitos sorrisos, podia até chamar o “Dia do conto de fadas”, ser um feriado também não iria nada mal...
Esse momento que eternize: Faltava um pouco de tudo para um post e agora sobra um pouco desse tudo.
Uma ligação pode mudar muitas coisas, mata-se a saudade, noticias chegam, sentimentos afloram... nostalgia.
Do utópico ao Real, entre os extremos existem todo o resto...
Apesar de ter do Muito, faltam-me maneiras de expor isso tudo, é complexo e extenso:
Pegar fragmentos dessa história, juntar tudo e misturar, recondicionar, criar um conto de fadas, magia, Luz, ação!- Já foi tudo gravado até aqui, daqui pra frente é conseqüência de um passado, como sempre foi e sempre continuará sendo até o fim.
Não to inspirada, só estou a sentir...
05 junho 2008
Nossas tempestades...
Meu caro amigo, há dias tenho pensado em lhe escrever uma carta, como vão seus filhos e a esposa? Mande lembranças e abraços saudosos.
Os dias por aqui andam complexos, nem tão óbvios, mas longe de uma coerência. As manhãs são frias e rotineiras, assim como o clima, o convívio social não parece diferente, o problema nem é tanto a frieza e sim o vento cortante, a estupidez e o mau humor das pessoas invadem meu ego e poderosamente me gelam também, mas nada que um solzinho ao meio dia não amenize, ainda no conveniente, pela tarde surgem as surpresas, as vezes tempestades, as vez um calor maravilhoso e as noites prolongam da mesma forma.
São dessas tardes de surpresas que gostaria de alongar minha humildade correspondência.
O reflexo de um belo dia deveria seguir da mesma forma, as vezes a tempestade vem encharcada de alegrias e o dia que prossegue é de sol, mas se fecha em si, se torna úmido e escuro.
Haveria de alguma forma critérios ou explicações para os extremos se cruzarem em pequenas frações de tempo? Qual a razão de tanta incerteza?
A monotonia condena e a extravagância confunde, o que faço com todos os problemas de “aquecimento global”?!
Os dias passavam, as temperaturas caíam e o tempo fechava.
O menino crescia, seu humor piorava e ele se fechava para o mundo e a sociedade, em pouco tempo haviam grandes tempestades...
Manta Xadrez, boa música, uma caneca bem grande com chá fumegando e as baixas temperaturas completam o clima melancólico e conflitante.
Quantos dias ainda faltam para o fim do mês? E da semana? Puts amanhã já é quinta e as palavras tomam o espaço do que deveria ser reservado ao útil e não as queixas do tempo, isso mais parece conversa de desconhecidos... Se bem que... Eu não conheço você e tampouco você me conhece!
- Será que chove amanhã?
- É... O tempo tá fechando.
- Não só o tempo, as pessoas também
- Como?
- É, elas se trancam nas suas fantasias, criam realidades utópicas e reconstroem a sociedade, as dificuldades, os problemas mundiais do jeito mais egocêntrico...
- Nós falávamos da chuva!
- não me olhe assim, falávamos, de fato, da chuva... As pessoas quando se trancam em seus mundos, evitando o contato com todo resto, criam também suas tempestades...
- O que interfere uma coisa n’outra?
- Se está chegando o fim de semana, a temperatura caindo e os planos e a grana se esgotaram, aí parece que vai chover... Logo você pensa em?
- Um filmezinho, cobertor, pipoca...
- Certo! Há algum problema nisso?
- Não... Muito pelo contrário, não poderia ser melhor.
- Agora... Você está no meio da semana, vai trabalhar de ônibus e o ponto mais próximo do seu emprego é há uma quadra de distância, a temperatura cai e vai chover, logo você pensa em?
- Como eu tenho azar, que vou ficar todo molhado e as pessoas vão estar estressadas, inclusive eu!
- Então... Como a chuva não interfere nas tempestades pessoais?
- É, mas isso é loucura!
- É a minha loucura e você não tem nada a ver com isso!
- Ta... Meu ônibus chegou, até mais mocinha!
- Até senhor, tenha um bom dia!
28 maio 2008
A fadinha e o Super-Herói
Reinicia... Reinicia merda!
Que vontade de jogar WAR.
A auto-tortura da resenha acabou, um pouco mais de quinhentas palavras mal elaboradas, feito às pressas de última hora (literalmente), eu odiei, mas o que importa é que a professora gostou e a minha note virá assim mesmo =)
Eu comecei falando da importância do filme “Juventude” na carreira do Bergman, depois o comparei com outros filmes dele, falei sobre o filme, voltei a compara-lo com outros filmes de Bergman elogiando seu trabalho e por fim falando da “morte”.
Mas ficou verdadeiramente ruim! Eu ia até postar no blog, mas aí me arrependi.
Vou-lhes contar mais uma dessas historinhas, mas dessa vez ela terá uma fada:
Era uma vez uma fada pequenina de uma Terra muito distante que fora deixada numa sociedade formada por três classes sociais, separados por grau de conhecimento.
A Fadinha chegou e conheceu primeiro os da segunda e terceira classe... Ela sentia uma necessidade enorme de ir além, de buscar encontrar outras pessoas, de se encontrar em outras pessoas e aí... Passou a conhecer pessoas da primeira classe por quem se encantou e passou a admirar querendo ser igual a eles... Buscando dar o melhor de si, mas eles eram poderosos demais, sua magia ia muito além do que a pobre fadinha alcançaria.
Apesar de parecer se dar bem com todas as classes e sempre tirar o melhor delas, o que mais chegava perto de uma boa convivência era com a segunda classe, mas mesmo assim a fadinha sentiu-se triste e solitária... Sentiu um grande vazio, mas não se contentou e sua sede de relações aumentava, queria voar por todos os cantos a conhecer fadas, duendes, mágicos, super-heróis...
Sua luta foi longa, buscou por todos os lados, em cada olhar e diálogo procurava atentamente se identificar e compreender, se esforçou muito e seu resultado não foi dos piores, muito pelo contrário, mostrava-se uma boa companheira.
Apesar disso... Ainda se sentia só e percebeu que aquilo era crônico, que sua carência nunca seria integralmente suprida e que deveria aprender a lidar com esse buraco, tapando-o parcialmente com essa convivência, com as relações...
As vezes é difícil pra ela, as vezes é quase incontrolável e ela mesma não se compreende e numa dessas crises onde o buraco parecia fundo e bem escuro a pequena fadinha conheceu um Super-Herói!
Ele era valente, já havia salvado seu planeta da invasão de outros várias vezes e apesar de muitos poderes ele também não tinha o controle sobre todas as situações, também errava, também tinha seus medos e a fadinha encontrou nele um amigo, um confidente. Ele não podia resolver os problemas da pequena fada, mas podia ouvi-la e sem perceber ajuda-la a amenizar seus conflitos.
Hey... Conte-me uma história?
Uma história?
É... Daquelas mágicas, com fadas e tudo! (com os olhos brilhando, sonhadores...).
Talvez não a conte, mas a desenha pra você =)
Vinte e oito de maio de 2008 – 17:08
Que vontade de jogar WAR.
A auto-tortura da resenha acabou, um pouco mais de quinhentas palavras mal elaboradas, feito às pressas de última hora (literalmente), eu odiei, mas o que importa é que a professora gostou e a minha note virá assim mesmo =)
Eu comecei falando da importância do filme “Juventude” na carreira do Bergman, depois o comparei com outros filmes dele, falei sobre o filme, voltei a compara-lo com outros filmes de Bergman elogiando seu trabalho e por fim falando da “morte”.
Mas ficou verdadeiramente ruim! Eu ia até postar no blog, mas aí me arrependi.
Vou-lhes contar mais uma dessas historinhas, mas dessa vez ela terá uma fada:
Era uma vez uma fada pequenina de uma Terra muito distante que fora deixada numa sociedade formada por três classes sociais, separados por grau de conhecimento.
A Fadinha chegou e conheceu primeiro os da segunda e terceira classe... Ela sentia uma necessidade enorme de ir além, de buscar encontrar outras pessoas, de se encontrar em outras pessoas e aí... Passou a conhecer pessoas da primeira classe por quem se encantou e passou a admirar querendo ser igual a eles... Buscando dar o melhor de si, mas eles eram poderosos demais, sua magia ia muito além do que a pobre fadinha alcançaria.
Apesar de parecer se dar bem com todas as classes e sempre tirar o melhor delas, o que mais chegava perto de uma boa convivência era com a segunda classe, mas mesmo assim a fadinha sentiu-se triste e solitária... Sentiu um grande vazio, mas não se contentou e sua sede de relações aumentava, queria voar por todos os cantos a conhecer fadas, duendes, mágicos, super-heróis...
Sua luta foi longa, buscou por todos os lados, em cada olhar e diálogo procurava atentamente se identificar e compreender, se esforçou muito e seu resultado não foi dos piores, muito pelo contrário, mostrava-se uma boa companheira.
Apesar disso... Ainda se sentia só e percebeu que aquilo era crônico, que sua carência nunca seria integralmente suprida e que deveria aprender a lidar com esse buraco, tapando-o parcialmente com essa convivência, com as relações...
As vezes é difícil pra ela, as vezes é quase incontrolável e ela mesma não se compreende e numa dessas crises onde o buraco parecia fundo e bem escuro a pequena fadinha conheceu um Super-Herói!
Ele era valente, já havia salvado seu planeta da invasão de outros várias vezes e apesar de muitos poderes ele também não tinha o controle sobre todas as situações, também errava, também tinha seus medos e a fadinha encontrou nele um amigo, um confidente. Ele não podia resolver os problemas da pequena fada, mas podia ouvi-la e sem perceber ajuda-la a amenizar seus conflitos.
Hey... Conte-me uma história?
Uma história?
É... Daquelas mágicas, com fadas e tudo! (com os olhos brilhando, sonhadores...).
Talvez não a conte, mas a desenha pra você =)
Vinte e oito de maio de 2008 – 17:08
26 maio 2008
Ócio, histórias, magia...
O maior desconforto do ócio talvez sejam as milhares de voltas em um mesmo colchão que somos obrigados a dar... Depois de longas cochiladas e do constante “nada para fazer”, vira-se de um lado, do outro, de barriga para baixo, de barriga para cima... Bah!
Que inferno constante, sem fogo, sem chamas, sem o ódio... É apenas o “nada” tão conflitante, tão óbvio e sagaz... Razões das quais nos causam profundas dúvidas e auto-interrogatórios sobre o sentido de tudo isso, sobre nossas causas, nossos atos, a dúvida de nossas dúvidas e de um instante... transformo todo o ócio em prioridade, talvez seja a causa mais nobre e importante da minha vida: Buscar seus por quês.
Tateio o abajur buscando a luz, localizo um livro... E ali [re]apago todas as perguntas e concentro-me numa narrativa transformada em obra.
Mas não paro de buscar... Por mais que tenha deixado vegetando algumas coisas, me deparo com outras e é constante... (divagando em coisas clichês como se fosse a primeira vez).
Depois do término do livro, levanto-me... Caminhando lentamente até a outra extremidade, não há pressa, não há porque ter pressa, o dia ainda está começando e ainda tenho todo seu rosto...
“Vidas alheias” são o grande mistério que não é da nossa vida, mas que nos impressiona como se fosse... Convocações, reuniões, discussões, tudo girando em torno de atos que não mudarão nossas vidas e tão pouco acrescentarão a nós algo de produtivo, é o ócio mais uma vez... É ele o responsável por todas as indiscretas conversas, inconvenientes imaginações...
Mas de estado moral e julgativo, me pego policiando a mim e a quem está comigo.
Falando em moral... Lembrei de duas passagens que me ocorreram ainda nessa semana que passou, em um dos dias desse feriado prolongado... Aliás, de três:
Em nossas relações sociais, o que fazemos além de contar histórias?
O que de fato, fazemos além de contar histórias?
Nossas vidas são histórias, isso eu já disse e torno a repetir, talvez nem tão engraçadas e instigantes quanto em obras literárias ou na arte, mas mesmo assim rendem boas risadas, ou soluços chorosos...
Assim como nossas relações sociais acabam por ser emaranhados de histórias que contamos e vivemos a arte torna-se automaticamente ou paralela a isso fonte de observação, de percepção, a arte é o reflexo de nossas vidas, é o doce transparecer da existência, um pouco mais refinado, ou dramático, um pouco mais aceitável... Mas de todas as cores e formas, ou sem elas... é simplesmente onde cabe o “nada”, isso tudo é nada quando se acaba a vida... Não que a morte não seja também manifestada através da arte e das pessoas, mas por trás de toda a morte há pelo menos uma vida e essa é a protagonista, mesmo que indiretamente...
Mas voltando ao que me ocorreu, pedi a três pessoas diferentes que me contassem uma história, impus as três apenas um fator quase que essencial nelas(digo quase, porque perdeu seu sentido depois de ouvi-las): Que houvesse magia, talvez fadas muitas delas... mas que fosse tudo mágico.
A primeira pessoa: Contou-me uma história onde um casal teria que escolher entre deixar viver um desconhecido ou ganhar uma fortuna...
A segunda pessoa: Falou sobre um cara que decepcionado com as guerras, com o amor em abundância (liberdade) e todas as repreensões que o sistema, a sociedade impunha, sai pelo mundo com seu carro ao som de Hendrix...
Das duas histórias que me contaram (apenas sintetizei aqui) não encontrei a magia ou as fadas de imediato (talvez ainda as esteja procurando).
Fico me perguntando se essas pessoas realmente acham nisso a magia, se pra elas a magia está em histórias como essas? E o que seria pra mim a magia? Seria mesmo nas fadas?...
A história da segunda pessoa, por mais que ela mesma tenha me revelado que não apreciava histórias de fadas e magia, encontro mais viva a imagem da “magia”, talvez seja porque em mim encontro uma longa e inexplicável “frustração” e na história, ele se livra disso tudo, talvez ele esteja fugindo, mas não importa... O que importa é que não há mais aquele apego aos resquícios.
Na história da primeira pessoa, apenas me pareceu mais uma dessas lições de moral que ouvimos durante os dias rotineiros que tem como finalidade nos fazer pessoas melhores, mais justas, com valores... No fim dela: A esposa sem a permissão do marido resolve apertar o botão que mataria alguém desconhecido e lhe traria o dinheiro, levam o “botão” dela e entregam a alguém desconhecido dela. (há!)
E a terceira pessoa?
Bom... A terceira pessoa não contou a história, não sei se teve medo da “magia” ou se contaria algo que aos olhos de uma pessoa qualquer não seria mágico, mas que aos dela seriam e isso acabaria por revelar um segredo a mim, pessoa descabida dos mistérios de sua existência!
Talvez das três histórias, essa tenha sido a mais misteriosa, pelo fato de ser ausentada... De não ter sido revelada e nem ao menos sei o motivo!
Uma: moralista; outra: sonhadora; a terceira... Eu posso criar, ou não posso?
Era uma vez um garotinho latino americano que vivia batendo com um pauzinho nas coisas e assobiando, adorava descobrir novos sons!
Um dia na escola, a professora de música levou uns desenhos e contou para turma a lenda dos índios tukanos sobre o UAKTI:
Que inferno constante, sem fogo, sem chamas, sem o ódio... É apenas o “nada” tão conflitante, tão óbvio e sagaz... Razões das quais nos causam profundas dúvidas e auto-interrogatórios sobre o sentido de tudo isso, sobre nossas causas, nossos atos, a dúvida de nossas dúvidas e de um instante... transformo todo o ócio em prioridade, talvez seja a causa mais nobre e importante da minha vida: Buscar seus por quês.
Tateio o abajur buscando a luz, localizo um livro... E ali [re]apago todas as perguntas e concentro-me numa narrativa transformada em obra.
Mas não paro de buscar... Por mais que tenha deixado vegetando algumas coisas, me deparo com outras e é constante... (divagando em coisas clichês como se fosse a primeira vez).
Depois do término do livro, levanto-me... Caminhando lentamente até a outra extremidade, não há pressa, não há porque ter pressa, o dia ainda está começando e ainda tenho todo seu rosto...
“Vidas alheias” são o grande mistério que não é da nossa vida, mas que nos impressiona como se fosse... Convocações, reuniões, discussões, tudo girando em torno de atos que não mudarão nossas vidas e tão pouco acrescentarão a nós algo de produtivo, é o ócio mais uma vez... É ele o responsável por todas as indiscretas conversas, inconvenientes imaginações...
Mas de estado moral e julgativo, me pego policiando a mim e a quem está comigo.
Falando em moral... Lembrei de duas passagens que me ocorreram ainda nessa semana que passou, em um dos dias desse feriado prolongado... Aliás, de três:
Em nossas relações sociais, o que fazemos além de contar histórias?
O que de fato, fazemos além de contar histórias?
Nossas vidas são histórias, isso eu já disse e torno a repetir, talvez nem tão engraçadas e instigantes quanto em obras literárias ou na arte, mas mesmo assim rendem boas risadas, ou soluços chorosos...
Assim como nossas relações sociais acabam por ser emaranhados de histórias que contamos e vivemos a arte torna-se automaticamente ou paralela a isso fonte de observação, de percepção, a arte é o reflexo de nossas vidas, é o doce transparecer da existência, um pouco mais refinado, ou dramático, um pouco mais aceitável... Mas de todas as cores e formas, ou sem elas... é simplesmente onde cabe o “nada”, isso tudo é nada quando se acaba a vida... Não que a morte não seja também manifestada através da arte e das pessoas, mas por trás de toda a morte há pelo menos uma vida e essa é a protagonista, mesmo que indiretamente...
Mas voltando ao que me ocorreu, pedi a três pessoas diferentes que me contassem uma história, impus as três apenas um fator quase que essencial nelas(digo quase, porque perdeu seu sentido depois de ouvi-las): Que houvesse magia, talvez fadas muitas delas... mas que fosse tudo mágico.
A primeira pessoa: Contou-me uma história onde um casal teria que escolher entre deixar viver um desconhecido ou ganhar uma fortuna...
A segunda pessoa: Falou sobre um cara que decepcionado com as guerras, com o amor em abundância (liberdade) e todas as repreensões que o sistema, a sociedade impunha, sai pelo mundo com seu carro ao som de Hendrix...
Das duas histórias que me contaram (apenas sintetizei aqui) não encontrei a magia ou as fadas de imediato (talvez ainda as esteja procurando).
Fico me perguntando se essas pessoas realmente acham nisso a magia, se pra elas a magia está em histórias como essas? E o que seria pra mim a magia? Seria mesmo nas fadas?...
A história da segunda pessoa, por mais que ela mesma tenha me revelado que não apreciava histórias de fadas e magia, encontro mais viva a imagem da “magia”, talvez seja porque em mim encontro uma longa e inexplicável “frustração” e na história, ele se livra disso tudo, talvez ele esteja fugindo, mas não importa... O que importa é que não há mais aquele apego aos resquícios.
Na história da primeira pessoa, apenas me pareceu mais uma dessas lições de moral que ouvimos durante os dias rotineiros que tem como finalidade nos fazer pessoas melhores, mais justas, com valores... No fim dela: A esposa sem a permissão do marido resolve apertar o botão que mataria alguém desconhecido e lhe traria o dinheiro, levam o “botão” dela e entregam a alguém desconhecido dela. (há!)
E a terceira pessoa?
Bom... A terceira pessoa não contou a história, não sei se teve medo da “magia” ou se contaria algo que aos olhos de uma pessoa qualquer não seria mágico, mas que aos dela seriam e isso acabaria por revelar um segredo a mim, pessoa descabida dos mistérios de sua existência!
Talvez das três histórias, essa tenha sido a mais misteriosa, pelo fato de ser ausentada... De não ter sido revelada e nem ao menos sei o motivo!
Uma: moralista; outra: sonhadora; a terceira... Eu posso criar, ou não posso?
Era uma vez um garotinho latino americano que vivia batendo com um pauzinho nas coisas e assobiando, adorava descobrir novos sons!
Um dia na escola, a professora de música levou uns desenhos e contou para turma a lenda dos índios tukanos sobre o UAKTI:
Uakti era um ser mitológico que vivia
às margens do Rio Negro. Seu corpo era repleto de
furos que ao serem atravessados pelo vento emitiam sons que encantavam as
mulheres da tribo. Os homens perseguiram Uakti e o mataram. No local onde seus
restos foram enterrados nasceram palmeiras que os
índios usaram para fazer flautas de som
encantador como os produzidos pelo corpo de Uakti.
Depois de contar a história ela apresentou uma flauta doce e todos os alunos insistiram para que ela tocasse o instrumento tão curioso e inédito aos olhos dos pequenos meninos.
Ela tocou e o garotinho latino ficou admirado diante de tal som, era lindo e encantador!
Desse dia em diante encontrou sua missão.
A missão da sua vida estava na música, mais precisamente nos instrumentos de sopro e foi nisso que buscou aprimoramento.
Hoje ele é um latino americano que toca gaita e flauta maravilhosamente bem, mostrando através do sua missão, trabalho, prazer (como queiram chamar) o que há de mais lindo no mundo.
Talvez minha história não tenha fadas também... mas acho mágico o poder de uma paixão de mover o sentido de nossas vidas (se é que sobra alguma lógica tirando todo o sentimentalismo dessa frase).
Ela tocou e o garotinho latino ficou admirado diante de tal som, era lindo e encantador!
Desse dia em diante encontrou sua missão.
A missão da sua vida estava na música, mais precisamente nos instrumentos de sopro e foi nisso que buscou aprimoramento.
Hoje ele é um latino americano que toca gaita e flauta maravilhosamente bem, mostrando através do sua missão, trabalho, prazer (como queiram chamar) o que há de mais lindo no mundo.
Talvez minha história não tenha fadas também... mas acho mágico o poder de uma paixão de mover o sentido de nossas vidas (se é que sobra alguma lógica tirando todo o sentimentalismo dessa frase).
I Ching - Uakti
24 maio 2008
Era uma vez um Diário Literário...
Oscilações longas ou breves de humor sejam biológicos ou meros sentimentos que afloram e... de um jeitinho ou de outro vão se encaixando e tomando alguns espaços, aconchegam, se esparramam... Isso tudo tem a ver que na forma literária encontrei (egocentricamente) meu medo de discernir onde e como devo [des]apegar-me a essas enfermidades que me compõem.
Quantas foram as vezes e vontades de criar um diário já não tomaram conta de mim...
A idéia de um “diário” é tão individualista... é como expor a você mesma idéias do seu dia-a-dia, reavaliar os fatos, organiza-los em palavras e num texto com sentido (começo-meio-fim).
De um outro lado: É seu próprio crescimento, amadurecer idéias e pensamentos...
Bah... A vida real é muito monótona, rotineira, passiva...
O Diário pode ser meu, sendo meu... Escrevo como quero!
Posso transformá-lo em literário, posso inserir príncipes, castelos... Ou talvez mais esquizofrênico... Nada de tão surreal, mas nem tão “comportado”.
E assim abro um leque de fantasias nem tão cômicas, magias nem tão trágicas, abro o tempo e o fecho, faço os dias e em linhas tortas ou retas vou decifrando onde e como quero chegar a qualquer(nenhum) lugar!
Que da ARTE surgirão e pra ARTE servirão....
Quantas foram as vezes e vontades de criar um diário já não tomaram conta de mim...
A idéia de um “diário” é tão individualista... é como expor a você mesma idéias do seu dia-a-dia, reavaliar os fatos, organiza-los em palavras e num texto com sentido (começo-meio-fim).
De um outro lado: É seu próprio crescimento, amadurecer idéias e pensamentos...
Bah... A vida real é muito monótona, rotineira, passiva...
O Diário pode ser meu, sendo meu... Escrevo como quero!
Posso transformá-lo em literário, posso inserir príncipes, castelos... Ou talvez mais esquizofrênico... Nada de tão surreal, mas nem tão “comportado”.
E assim abro um leque de fantasias nem tão cômicas, magias nem tão trágicas, abro o tempo e o fecho, faço os dias e em linhas tortas ou retas vou decifrando onde e como quero chegar a qualquer(nenhum) lugar!
Que da ARTE surgirão e pra ARTE servirão....
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