tag:blogger.com,1999:blog-23984619446140491012024-03-07T19:05:55.524-08:00Arte, o acaso[Diários Literários...]LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.comBlogger46125tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-86707547500312396342015-01-28T03:33:00.000-08:002015-01-28T03:33:44.016-08:00Amor no arpoador<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Noite de verão</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Um luar</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
As expressões culturais</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Do morro ao alto escalão</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Os negros a dançar</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E você a criar sarais</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Não aprendi poesia</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Nem suas regras</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Nem suas rimas</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mas aprendi num dia</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Sobre você, suas fantasias</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Seus poemas e alegrias</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A descoberta no arpoador</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
As peripécias na Urca</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
O sexo em frente ao Cristo</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
As conversas sobre a dor</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A nudez: sem burca</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
E a intimidade disto</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Do Paraná a Bahia</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Viajo ao Rio</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Caótica paz</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Não sei se voltaria</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Mas por um fio</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Fico na esperança que você me trás</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Sem regras</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Sem boas rimas</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Eu continuo...</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Escrevo nas linhas</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Você poetiza</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Nós no nosso rumo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
(Lolo Dantas)</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
28 de janeiro de 2015.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/01004499849944016208noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-91990622323152318872015-01-19T01:55:00.000-08:002015-01-19T01:55:00.153-08:00Tempo próprio<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Um livro por acaso veio
parar em minhas mãos, era de um autor que muito apreciava, me sentia atraída
imediatamente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Comecei a lê-lo e a
história do personagem, de alguma forma me aproximava dos conflitos e crises
que passava em minha vida pessoal e aquilo me fez refletir ainda mais, ao ponto
de que não poderia mais prolongar uma decisão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Depois de tomá-la me
permiti ser mais leve e aproveitar um tempo sem responsabilidades, apreciar a
beleza dos dias por ela mesma, me interessar mais pelas pessoas e pelo o
universo que cada uma delas nos apresenta, e por fim, me ligar mais as formas
de demonstrações artísticas: ouvir mais músicas, ler e escrever literaturas,
apreciar imagens e filmes... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Percebi o poder da
leitura novamente... Havia me esquecido o quanto era maravilhoso mergulhar nos
livros de literatura e deixar fluir a imaginação, construindo imagens e
sentimentos através das descrições lidas, criando sentimentos pelos
personagens, pelos lugares e por vezes se reconhecer ou se sentir provocada à
refletir sua própria vida, suas histórias e os personagens reais que a
constroem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Tenho
um tempo próprio de realizar minhas leituras, é como se pra ler eu necessitasse
de inspiração, da mesma forma que produzir qualquer arte nos necessita. A
leitura me exige um determinado estado de espírito e de minha alma e isso me torna,
por mais tempo presa a um livro, do que a maioria das pessoas. Cada página a
imaginação percorre as linhas, e sorrisos, choros e caretas desenham-se no meu
rosto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O
mais difícil, desde adolescente são os finais dos livros. Já perdi as contas de
quantos não terminei, restavam pouquíssimas páginas e eu deixava por assim ser.
Não compreendo ao certo porque o fazia talvez medo de me decepcionar com o fim
ou por puro apego. Apegada, por vezes às histórias e personagens e agora, num
momento de transição de minha vida pessoal, onde me restam mais dúvidas do que
certezas, onde as responsabilidades são só anseios e desejos, pois não existe
nada concreto a ponto de me trazê-las, criei um círculo de amizades que condiz
com outro período e tudo isso me aproxima, de alguma forma, a adolescência
novamente e me lembro do quanto a arte foi presente nela e distante na fase que
veio a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Busco
de forma um pouco confusa recuperar a poesia que transformava minha vida, é confuso
mas um tanto apaixonado: tenho visto a vida com cores mais vibrantes e reparado
nos detalhes, construído sensações em mim das sensações do mundo, me percebendo
parte dos lugares por onde passo e transformando o acaso para além da
coincidência, buscando compreendê-lo de forma mais poética, despertando em mim
um auto interesse, sentindo prazer nas minhas experiências e curiosidade em
saber o que vem a seguir, na minha própria vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> A
literatura tem um poder mágico, a arte de uma forma geral o tem, tanto quanto
os amigos e as pessoas que amamos, pois com arte nunca estamos sozinhos, são
universos que saltam aos nossos olhos e/ou ouvidos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Talvez
falar da arte soe tão clichê quanto de [des]amor, mas acho que assim o é, porque
a arte e o amor nunca andam distantes... Só que isso, já é outra história!<o:p></o:p></span></div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-59499987416264890902014-09-26T20:25:00.001-07:002014-09-26T20:26:35.617-07:00Um dia sem se falar é estranho, dá saudade.<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No meio de tantas
pessoas, ostentação e futilidade estava lá: com um cachecol bonito – um verdadeiro
modelo da nova coleção outono/inverno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> As
conversas fluíram em forma de um jogo de perguntas e respostas! E o tempo
passou que nem se deram conta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Um
dia bem frio, um tanto úmido, uma noite agradável com teatro, música, amigos
dela, ela – ele. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> As
demais conversas, os desabafos, os problemas, a solidão, a insegurança, a
confusão e um no outro se apoiavam e seguiam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Um
vinho, balas fini, um filme – era Caetano na trilha sonora: Um choro. Mais do
que de repente, ela se sentia segura e ele ficou ali, do seu lado. Ela chorou a
solidão, as crises, os medos da vida, do seu futuro, do que iria acontecer e
por um lado se sentia bem, por ter alguém como o modelo da nova coleção
outono/inverno, o jogador de perguntas e respostas, o músico, professor, o
companheiro de tantas conversas, risadas e desabafos. Ele já era tanta coisa
pra ela que ela já nem sabia como defini-lo e só o era, assim... olhando pela
janela os prédios, a rua, as pessoas indo e vindo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Não
há nada melhor do que chorar ao lado de quem confia. Não há nada melhor do que
não ser julgada e sentir uma confortável felicidade em poder sofrer... O fardo
é mais leve quando compartilhado. O sofrimento é menor quando se tem pra quem
sofrer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> E
todas as vezes que vai ao bar que o levou, seja com quem for, é nele que ela
pensa e em toda sua gentileza, garantindo um copo de vidro, arrumando sua
cadeira, sorrindo pra ela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> E
todas as vezes que passa pela rua do hotel que ficaram também é nele que pensa.
E nos feriados a cidade vazia, lembra-se do feriado com ele de manhã.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Não
se sabe ao certo como ele se sente, mas não deve ser muito diferente!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> <o:p></o:p></span></div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-6693655278378054602014-09-15T13:00:00.001-07:002014-09-15T13:00:51.809-07:00Presente de aniversário<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Comendo uma maçã, sentada
no carro, o smartphone na mão, ela escreveu às redes sociais de um sinal bem
ruim, enquanto abasteciam o carro pra seguir viagem:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Olá
mundo! Estamos bem, vivos e alimentados! O Brasil é lindo e cheio de
contradições – é como mergulhar dentro de nós mesmos e compreender porque assim
somos, desde os pontos mais virtuosos até os mais frágeis. Ainda há muita
pobreza, ainda há muita desigualdade e injustiça e de tudo, o que a gente mais
vê é a garra e fibra desse povo que é igual a gente e de tão igual não dá
vontade de ir embora a cada nova parada!<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Viram-se numa única
ocasião e se passou dois anos bem medidos ou mais... E os diálogos vez ou outra
deram lugar a conversas mais longas e freqüentes. Essas conversas
possibilitaram perceber que as diferenças existiam, mas as semelhanças e o
reflexo de um no outro os fascinava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Veio a vontade de se
ver, de estar junto, de poder compartilhar momentos e “uma história pra contar”.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Essa vontade era tão
grande quanto a sede de conhecer tudo ao redor, oportunizar novos olhares e ver
a teoria na vida real, pensaram então,por que não juntar tudo isso e viver tudo
de uma vez só, como uma enxurrada de informação e sentimentos?!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Desbravar
os lugares a nós mesmos... Ia ser uma experiência de conhecimento do Brasil, de
conhecimento um do outro, e de autoconhecimento”</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">
disse ele em seu aniversário de 24 anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Planejaram a viagem, o
carro, as bagagens, o destino era mais longe conforme o dinheiro desse. O
objetivo era compreender o país que viviam, ir para as cidades mais afastadas e
de vários estados diferentes, apreender tudo que podiam da cultura, do povo, da
economia...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ela lhe deu um caderno
para ser seu diário e comprou um pra ela também. Ele levou alguns livros de
sociólogos que admirava e ela alguns literários e durante a estrada liam coisas
um para o outro e ouviam músicas e falavam sobre tudo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Cada
dia percebiam algo novo e aprendiam novas técnicas pra sobreviver, economizar
dinheiro e se virar... Durante a noite, compartilhavam o que tinham escrito e o
que acharam dos lugares por onde passaram, das pessoas... Ele era entusiasmado
e ela uma romântica... Completavam suas percepções e queriam, por fim, escrever
um livro! Uma mistura de literatura com ensaio antropológico... Um quê dos dois
e que falasse por eles.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> As
fotos foram ficando melhores a cada clique e o domínio na direção do carro
também... Ela já não se queixava do sol e o vermelho na pele foi dando lugar ao
bronzeado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Uma
noite ou outra eles se rendiam a alguns caprichos: Escolhiam uma pousada,
compravam uma bebida não muito cara e no quarto viviam a única paixão
particular de toda viagem. Era o momento que se dividiam, mais que o companheirismo
de cada marmita rachada, de goles de água e pedaços de frutas cortados e dado a
boca de quem estava na vez de dirigir... Era o momento que todos os propósitos da
viagem cediam espaço para ser apenas o desejo e a vontade de ter um ao outro,
de compartilhar prazeres, carícias e se tornarem cúmplices completos: amantes,
enfim! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">15 de setembro de 2014. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Com carinho ao meu caro, </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;">LF.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-39809002106190363792014-08-13T05:29:00.002-07:002014-08-13T05:29:18.354-07:00Olhos perigosos<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E as olheiras
pousavam sobre as coisas de forma mais lenta enquanto ela se aninhava, com o
peso dos olhos e do corpo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Os olhos se
cruzaram e as mãos se encostaram e sabiam, sem precisar dizer: “não podemos”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Longas
conversas madrugada a dentro e resquícios de manhã, numa cama que não era
deles, deitados dividiam o balbuciar das palavras que restavam... e o “não
podemos” invadia cada canto daquele cômodo que não os pertencia e sem dizer,
dizia – sentia.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Sentiram e
recuaram por vezes, não se olharam, não se encostaram e se encostando, se
olhando e sentindo viveram o momento de coexistência. De desejo e culpa,
compartilhado. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O olhar tem um
pouco de nossas almas e nossas almas carregam nossas vontades e sentimentos
mais transparentes – enxergará o que não quer ver ou quer se enganar: por sua
vez, os olhos carregam perigo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E confuso como
esse pedaço de texto, a culpa e o desejo se misturam, se calam, se aconchegam.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E olhos
perigosos pousados nela, dão lugar a carinho, afeto que compartilha fragilidade,
solidão, confusão e a frase não dita, sentida, compartilhada fica sendo uma
parte em meio a tantas outras...</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-47163159794113965472014-07-17T18:17:00.000-07:002014-07-24T19:37:27.168-07:00Sorrir sem motivo aparente<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Era tudo o oposto. Tinham idéias
avessas e mil e um motivos para não se gostarem.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De alguma forma ela sabia algo
que ele aparentemente não havia se dado conta, mas que era inevitável: Ele a
desejava.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E saber disso, pra ela, era pura
vaidade, talvez fetiche, aquela coisa “shakespeariana”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com o tempo ele se deu conta:
conflitos internos... Aceitar de que ela lhe fazia bem era muito difícil, era
pra além do desejo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E a vaidade dela, deu espaço a
outro sentimento<i><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> “Você me faz sorrir sem motivo
aparente...”<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E os dias difíceis o fazia ter
vontade de tê-la em seus braços</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“Queria te dar um abraço bem apertado agora”<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E é um exercício de aceitar as
diferenças, de respeitar as pessoas e descobrir o que elas tem de melhor,
independente do resto, de qualquer coisa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Reinventaram os signos, mudaram a
lógica dos astros para ficar tudo a favor deles. Deixaram pra fora os conflitos
e os pontos divergentes e juntos dividiam conforto, alegria e companheirismo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E um dia os desejos e a vontade
de estar junto, o bem que faziam um para o outro e os sorrisos que arrancavam que
se escancarava no semblante cansado e conflituoso das rotinas conturbadas e já
não dava pra fingir e nem deixar de forma tímida.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Era visceral, era uma vontade
louca e a carência virou desejo; a vaidade virou vontade; e o fetiche... Talvez
ainda fetiche fosse.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A distância os impedia de fazer
tudo que queriam, no momento que queriam, mas a imaginação nos leva para onde a
gente quer e imaginar junto é tornar o [im]possível real.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-41093017959333446322014-07-06T22:12:00.003-07:002014-07-07T12:46:35.811-07:00Desfrutar de sua própria companhia<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O homem
caminhava pela rua com um chapéu, sobretudo bege, sapatos pretos, um guarda-chuva
no antebraço. No bolso na altura do peito, do sobretudo, uma caneta com câmera.
No bolso esquerdo estava uma câmera muito discreta, porém de uma qualidade
inquestionável, um bloco de papel anexado a uma caneta. No bolso direito tinha
um canivete e um smartphone muito sofisticado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Uma criança
cutuca sua mãe e observa:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-
Olha mãe, um detetive!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-
Não fale besteiras, vamos logo. Apressou-se a mãe, olhando desatenta para o
homem.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ele
era de fato um detetive e não se preocupava nem um pouco com seu estereótipo,
dizia que esse era seu melhor disfarce, ninguém iria desconfiar de alguém que
realmente parecia um detetive, ao menos que você fosse uma criança.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas
hoje ele não ia investigar nenhum caso, ele estava indo à casa de seu amado
para lhe deixar uma carta:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“Caro Gabriel.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Desde que você partiu meus dias tem sido a rotina. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Sinto falta de compartilhar os sonhos que tivemos durante a noite, de
seu bom humor pela manhã e como enchia essa casa de luz e alegria com sua
cantoria; enquanto eu, no meu mau humor típico tentava perder mais alguns
minutos na cama, ouvindo além da música, os barulhos das coisas de cozinha onde
preparava nosso café da manhã.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>A tarde era sempre um misto de saudade e de vontade de te ver e de
noite sempre a incerteza dos meus horários por conta do trabalho.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Sinto saudade do sexo, tudo era sempre tão intenso e ao mesmo tempo
voraz, o incansável desejo de um pelo outro nos mostrava que para além do amor,
existia o que a minha profissão também me ensinou, que é o tão importante:
tesão.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Ser detetive sempre me fez refletir muito sobre o comportamento das
pessoas e ser muito atento e perceptivo. E não me perdôo ao pensar que não me
atentei a todos os sinais que me destes, de que nosso relacionamento estava em
crise. E agora eu sou só aquele homem ranzinza e sozinho que você conheceu na
cafeteria.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Espero que esteja bem.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Com amor, ...”<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Colocou
por debaixo da porta e saiu sem rumo, andando sempre reto. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Hoje ele não
observava as pessoas e não se importava em ser observado. Hoje ele apenas
observava a si mesmo, e se dava cada vez mais conta, de que não se conhecia.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Desvendar fatos e o cotidiano das pessoas
tornara-se uma brincadeira de tão simples. Mas ele não sabia quem elas eram:
era só analisar as ações, cumprir seu trabalho e não pensar seus sentimentos,
suas razões, o que passava por suas cabeças.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E
se viu numa contradição tão grande!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Era tão
simples compreender o comportamento dos outros para enfim desvelar suas ações e
triunfar em seu trabalho. E seu “eu” era a si tão estranho, complexo e
imprevisível que suas ações só faziam sentido porque Gabriel tomou conta de
tudo; da casa; do seu dia a dia e agora que ele se foi, já não sabia se [re]construir.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Nesse dia o detetive andou, andou, andou... e
refletiu tanto e de suas incertezas, dúvidas e medos e se deu conta que há
muito tempo não sentia nem mesmo esses sentimentos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
E mesmo sem
saber de muitas coisas, ficou decidido que sofreria sem culpa e auto piedade. Sentiria
tudo que havia de sentir.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Porque sofrer
é buscar para além das ações e do que é previsível das pessoas, sofrer o levou
a um patamar elevado de sua relação consigo mesmo e estar sozinho não era
necessariamente ser ranzinza, estar sozinho poderia se transformar em desfrutar
de sua própria companhia.</div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-3393035397444273852011-12-18T19:59:00.000-08:002011-12-18T20:09:24.372-08:00Yin YangEra um dia de clima peculiar em dois pontos estratégicos. Na cidade que costumava chover, fazia muito sol e um calor insuportável como de costume no verão, esse mesmo clima se fez presente numa outra cidade, de um outro estado, dando espaço ao vento que nela é de costume. O ócio era constante, o tempo fazia com que os corpos parecessem cansados, as cores tediosas, os espaços corriqueiros, os mesmos problemas, as mesmas pessoas; a mesmice misturou com a saudade e o gosto amargo virou uma constante por todo o dia. <br />Nos detalhes, mesmo aos que não coincidem existia sincronia. Como a dança mesclado aos desastrosos momentos da dramaturgia. <br /> Quando o sol se pôs por completo, o calor permaneceu, porém uma brisa se fez presente na cidade dos ventos; o céu escureceu e pareceu mais baixo, na chuvosa cidadezinha. E haviam duas pessoas, preenchendo o vazio da distância entre um lugar e o outro.<br />As mãos cobriam seu rosto, a posição era fetal, os soluços oscilavam sua frequência. No outro estado, passos sem pressa caminhavam pela calçada, na mão, um cigarro que ia da boca para fora dela como um compasso, seguindo uma sequência angustiante.<br />O peso das palavras invadia dois peitos, a angústia dilacerava os corpos; uma saudade embebida em felicidade e amor se transforma em partes menores de tormento, inquietude e sofrimento, resquícios inferiores aos sentimentos mais nobres, mas que pela primeira vez, causavam uma dor física traduzida em enfermidade. <br />Ela se levantou da posição fetal, tirou suas mãos pálidas de um rosto amarrotado e desajeitadamente sentada na cama, tentou se recompor. Na boêmia ele buscou companhia, cruzou as pernas, acenou ao garçom pedindo uma cerveja, sua mão camuflada sobre a blusa preta, tateava por mais um cigarro.<br />Passavam por eles os caminhos que percorreram ao longo de vidas tão distintas e a dúvida do momento em que puderam se cruzar, as incertezas permaneciam e ganhavam complexidade a cada novo pensamento, a cada nova lembrança esses dois seres percebiam que tornaram-se, com o tempo, movidos a uma única vontade.<br />A fumaça de um cigarro como névoa fazia os conflitos serem ilustrados em frente seus olhos grandes e inquietos de quem vêm ao mundo buscando o novo, de quem tem sede de conhecimento, como um alienígena que olha tudo pela primeira vez, mas sem a pretensão de um ser humano. Esses olhos de alienígena só não se fazem presentes numa única ocasião em todo o Universo, apesar de ao longo de seus trinta anos, ter conseguido teorizar diversas das coisas presentes e parecer certo da maioria delas, sua única certeza e domínio total de conhecimento é sobre essa complexa menina, mulher, amante; seus olhos quando pousam sobre ela transformam um olhar inquieto na paz, em sua plenitude. <br />E as lágrimas voltavam a percorrer um rosto frágil demonstrando assim suas inseguranças cotidianas de quem tem muitos anseios e as vezes se perde neles, de quem sempre buscou conhecer de tudo um pouco e se viu perdida por não saber em qual dos lados devia seguir, se bloqueou para muitas coisas como qualquer ser humano, que é errante. Mas que hoje, em especial nesse dia, sabe que seu maior erro, será permitir que sua única certeza percorra um caminho diferente do seu.<br />Nem todas as certezas teriam seu propósito, se dois corpos, como os deles dois, estiverem verdadeiramente distantes.<br /> E essa distância necessária ou não só trás uma crescente de sentimentos que os remetem a estranha e intensa vontade de estarem sempre juntos, mesmo que suas cidades não permitam por completo, relevando o aspecto físico desses dois seres, toda essa história tem o objetivo de provar a eles mesmos que se amam e que não há fator no mundo que mude a ordem dessa última afirmação.<br />Nem mesmo suas idades, seus tempos, suas diferenças, suass distância, suas personalidades, nem mesmo os problemas e qualquer discussão que se faça presente em algum momento, só servirá para que essas duas almas reflitam sobre seus valores e percebam novamente o que já percebem todos os dias: que se amam.LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-84683251092003418532011-07-11T15:37:00.001-07:002011-07-11T15:39:32.227-07:00Pielonefrite<span xmlns=""><p style="text-align: justify">Esse desabafo foi escrito no dia 10 de julho de 2011 – Domingo. No quarto 204 do Hospital Geral da Unimed. Ele não tem nenhuma finalidade literária, ele não é bonito, ele não é interessante, é um texto cru, seco e sem cores, como as vezes são os dias de nossa vida real.<br /></p><p style="text-align: justify">Infecção Urinária – Pielonefrite:<br /></p><p style="text-align: justify"><span style="color:black"><em>A infecção dos rins. A principal via é a ascendente, quando bactérias da bexiga alcançam os ureteres e conseguem subir até os rins. Isto ocorre normalmente nas cistites não tratadas ou nos casos de colonização assintomática da bexiga por bactérias. Nem todas as pessoas relatam sintomas de cistite antes do surgimento da pielonefrite.<br /></em></span></p><p style="text-align: justify"><span style="color:black"><em><strong>A pielonefrite é um caso potencialmente grave</strong>, já que estamos falando da infecção de um órgão vital. É um quadro que pode ter gravidade semelhante a uma pneumonia. Se não tratado a tempo e corretamente, pode levar a sepse e morte.<br /></em></span></p><p style="text-align: justify"><span style="color:black"><em>A sepse ou sepsis é uma síndrome que acomete os pacientes com infecções severas. É caracterizada por um estado de inflamação que ocorre em todo o organismo, secundária a invasão da corrente sanguínea por agentes infecciosos (geralmente bactérias).<br /></em></span></p><p style="text-align: right"><em><span style="color:black">Fonte: MD. Saúde - <a href="http://mdsaude.com">Blog Médico para Pacientes</a></span><br /></em></p><p style="text-align: justify"> </p><p style="text-align: justify">Nesse conto não serei nenhum personagem, eu – lírico e/ou heterônimo.<br /></p><p style="text-align: justify">Hoje é um dia triste em minha vida. Penso em tantas coisas que passei nesse hospital e que perdi por conta dele, penso em coisas que ainda perderei, penso em como minha saúde está diretamente vinculada às fases da minha vida, as mudanças delas, as transformações e como me faz sempre enxergar a vida por outro viés.<br /></p><p style="text-align: justify">Esse <em>post</em> só tem finalidade de desabafo prosseguido de uma estranha vontade de marcar esse momento da minha vida, através do texto. Ele não segue uma cronologia, ele não segue nada, ele só é guiado pelo que penso e no momento em que penso, sinto e transformo isso em palavras que se agrupam e assim formam-se orações às vezes pouco compreendidas, não estou preocupada com a estética do texto e com nada dele, só me preocupa sua essência e meus motivos são meramente narcisistas e egoístas em relação ao seu fim.<br /></p><p style="text-align: justify">Não tenho vontade de comer; de olhar o belo dia, que insiste entrar pela janela do meu quarto do hospital; nem de levantar. Hoje é um dia que gostaria de passar dormindo, para acabar o quanto antes.<br /></p><p style="text-align: justify">Receberia alta hoje pela manhã, o médico esteve aqui e não gostou do resultado do hemograma (taxa muito alta de leucócitos). Meu braço dói onde a agulha que me ligava ao soro ficou desde quinta-feira (07/07) até hoje pela manhã um pouco depois do médico vir aqui. Minha anatomia não é muito colaboradora das agulhas, me picaram três vezes com agulhas de calibres 20/22 até que por fim, com quatro enfermeiras em minha volta, na quarta tentativa funcionou. Essa minha última experiência no hospital, não me foi muito agradável com as agulhas e com dor, a cólica Renal na quinta estava terrível, eu lacrimejava e não conseguia me mover, devido a febre de quase 39ºC meu corpo estava mais sensível (refiro a sensível em sensibilidade, as dores se tornam mais intensa, o frio era tamanho – tremor), o que fez com que uma veia furasse na tentativa de inserir um cateter.<br /></p><p style="text-align: justify">As coisas não são como a gente quer, alguns diriam que são como "tem de ser", "o destino quis assim". Na realidade o ceticismo é algo que me acompanha, apesar de paradoxalmente me permitir pensar em inúmeras razões mais "espirituais".<br /></p><p style="text-align: justify">A dimensão que o hospital ganhou em minha vida, é tão absurda, que tenho a impressão que se a vida parar de me trazer até ele, eu passarei a arranjar motivos só para circular por esses corredores, sentir esse cheiro, esse ar de limpeza, de reflexão, uma coexistência de luta e fraqueza. (Uma utopia, talvez insanidade de minha parte pensar dessa forma).<br /></p><p style="text-align: justify">Esse hospital acompanha minha trajetória há anos, e não me lembro de não ter passado por ele nas fases mais marcantes da minha vida.<br /></p><p style="text-align: justify">As pessoas quando me perguntam se eu me arrependi de algo que fiz, eu sempre digo a elas que nunca me arrependi de nada que fiz, que todas as escolhas que tomei tinham um porquê de serem tomadas e que com certeza me proporcionaram momentos muito felizes, afinal tive a opção de não escolhe-las e não o fiz.<br /></p><p style="text-align: justify">Perguntam-me ainda, se eu pudesse escolher entre não ter tido aquele quadro de saúde delicada em 2009 que sucedeu numa depressão e ter levado uma "vida normal", não exito em dizer que não mudaria nada do que passei: nenhuma noite mal ou não dormida, nenhuma náusea ou crise de enxaqueca, vômitos intermináveis, dores abdominais por função dos vômitos, dor, sofrimento, tristeza, pânico, crises de choros incontroláveis, insegurança, medo, dúvida, desespero, frustração, raiva, ódio, compreensão, conformismo, cansaço...<br /></p><p style="text-align: justify">Foram meses de muita fraqueza física, mas anexo a ela de muita luta! Uma única vez tive vontade de tentar suicídio, foi a pior crise sem dúvida e não lembro de ter tido nenhuma depois daquela. Creio ter chegado ao fim, ao limite do meu estado físico e mental de desespero e retomei ao caminho da lucidez, da paz, da imunidade e por fim saúde física e mental.<br /></p><p style="text-align: justify">O tempo é o maior aliado dos arrependimentos e do rancor. Não que o tempo o cure, mas nos dá margem para que possamos com sensatez perceber de que de nada adianta.<br /></p><p style="text-align: justify">É impossível não passar um filme rápido de toda essa minha história com esse hospital, toda vez que aqui entro, às vezes ainda, encontro vários rostos iguais, de enfermeiros que na época sabiam meu nome e acompanhavam meu quadro, por repetidas vezes eu ter estado aqui.<br /></p><p style="text-align: justify">Nenhum lugar me conhece de forma tão visceral como esse. Nenhum lugar já me viu nos estados mais deploráveis. No ápice de minha enfermidade. É tamanha minha vontade de sair daqui, que mais uma vez o Hospital é um paradoxo em minha vida, um sentimento de amor e ódio. Amor porque já faz parte da minha vida de uma forma que não escolhi, mas faz e de ódio por todas as frustrações e diversos outros sentimentos que ele me causa.<br /></p></span>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-68327863707413199522011-04-23T08:21:00.000-07:002014-07-06T22:37:12.646-07:00[intro] Horas de Estrelas<br />
<div style="text-align: justify;">
<em><em>Dizem por aí, que tudo tem seu tempo.</em></em></div>
<em><div style="text-align: justify;">
<em><em>Quarta-feira (20/04/11) a noite, na biblioteca lemos trechos da “A Hora da Estrela” de Clarice.</em></em></div>
<em><div style="text-align: justify;">
<em><em>Sexta (22/04/11) perguntaram-me sobre o fato de não escrever mais no meu blog.</em></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><em>Sábado, hoje (23/04/11) abro a pasta “Lolo Textos” e dentro dela tem a pasta “Blog” que dentro ainda possui uma pasta que recebe o nome de “Construções” e ao abri-la encontro contos sem término todos de 2009, um deles com o título de “Horas de Estrelas” e ao lê-lo novamente, refleti sobre o fato de escrever em primeira pessoa e ser uma mulher, o que é raro, não costumo escrever como mulher. E mais, pude encontrar nele muitas passagens que me lembrassem Gabriel García Marquez, lembrei-me ainda, que em 2009 li “Cem anos de solidão” e resolvi não alterar nada e publicar o conto em construção como foi feito até o dia 12/12/2009 e mergulhar nos detalhes dele que faz hoje muito mais sentido do que fariam quando escrito e perceber assim, que dentro de nossas evoluções interiores existem também, ciclos. E é desse ciclo de maturidade, experiência, sonhos e quem sabe a falta de tudo isso que percebo o reflexo de quem sou, mesmo quando ofuscada pelo [quem eram] os outros, os amigos, os amantes...</em></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><em>Ainda assim, existe a essência.</em></em></div>
</em></em><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Horas de Estrelas</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na nostalgia do caos surgem perguntas ainda sem respostas e respostas para perguntas que já não me lembro quais eram. O tempo torna proporções irremediáveis e ele acaba nos controlando, nos domando como leões de circo. Domesticados por ironia, feras por na natureza. Sociedade nos molda da forma que torna-se convencional e estamos presos aos lugares de nossa história, à cultura que transpassa gerações e quando nos damos conta do que fizemos e do que ainda pretendemos fazer, temos um ápice de lucidez que nos leva a refletir sobre nossa insignificância e quão mesquinhos nossos valores tornam-se diante tantos outros fatores que moveram e ainda movem o Universo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lembrei de Dorival, um colega da escola, ele promovia piqueniques e em intervalos de comida e passeios no parque, trocávamos alguns diálogos boêmios que minha inocência não me fazia perceber isso e só hoje, rodeado dos maços de cigarro, das bebidas, livros empoeirados e uma bagagem de vida, percebo que Dorival era um malandro, com um sorriso cativante e uma alegria contagiante fazia as moças suspirarem e os homem gargalharem, as senhoras admirarem como bom rapaz e os pais acharem um exemplo para essa juventude que surgia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Troquei afetos e centenas de cartas com Dorival, num tempo mais romântico e cheio de curiosidades nunca reveladas. Eu era moderna para nossa época, mas medrosa e cheia de complexos moralistas, que não passavam de besteiras e preocupação com pessoas alheias. Por razão dessas besteiras que não me mudei de uma vez pra casa de Dorival quando ele ficou bem empregado. Hoje não me arrependo, mas chorei por muitos anos de minha vida, a mágoa de decisões passadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de Dorival, foi o Senhor Otávio que me encantou, era amigo de meus tios e sempre presente em confraternizações familiares, um homem casado de uma mulher que de fertilidade só conseguia lhe dar pés de goiaba num pomar apodrecido pelo tempo, pela umidade e pela falta de amor que havia numa casa imensa, herança dos falecidos pais da esposa. Otávio era um homem de boa índole, caráter indiscutível e que não saía muito, vivia a mercê dos caprichos de sua patroa e foi com ele que aprendi valores mais convencionais, ele parecia ter muito mais idade do que os anos que havia vivido, recebeu uma educação muito rígida e morreu um mês antes de seu aniversário de casamento, acidente, até hoje ninguém toca no assunto, mas dizem as más línguas que não era tão ajuizado quanto parecia e a criminalidade o levou para o túmulo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tornei-me amiga da viúva, Dona Catarina, moça distinta que lamentou toda a vida pelos filhos que não teve, chorou uma vez, confessando-me que casou a contra gosto com Seu Otávio e tinha certeza que ele era estéril, mas isso tiraria a honra de um homem e por isso ocultava seu ódio pelo esposo. Quis chorar junto com ela, ao pensar que amei Otávio e nunca ousei demonstrar meu sentimento mais puro e sincero por ele em respeito à Catarina.</div>
<div style="text-align: justify;">
Com isso tornei-me uma mulher "velha", que homem nenhum casaria por já estar desgastada e cheia de manias... Mas não me importei com os outros e com o que pensavam.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vivi paixões, bebi e fumei em noites longas de verões, outono, inverno e na primavera dos licores de fruta e flores fiz meu companheiro na sesta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Minha modernidade aguçava e aflorava conforme os anos passavam e menos me lembrava dos costumes antiquados da sociedade, fui dona da minha vida e escrevi textos e livros que os brasileiros horrorizados criticaram e cuspiram como a vergonha da literatura brasileira, a decadência de uma arte construída em palanques de madeira carunchada, de interesses econômicos sujos e eu levantei minha cabeça e segui em frente, não renunciei sequer uma palavra que escrevi, e faria tudo outra vez se me houvesse tempo, coisa que já não me resta mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Relatar uma vida em uma pequena folha de papel é tolice demais para uma senhorita idosa como eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vivi guerras civis, um ditadura militar, três exílios, uma guerra mundial e diversas manifestações passivas ou não.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não tive filhos e tão pouco netos para contar minhas histórias de avó e fiz dos meus dias tão agitados e incertos que nem seria uma boa mãe. Queria ser jovem e viver tudo outra vez, conhecer novas tecnologias, sonhar os sonhos dos jovens e sofrer mais uma vez, para carregar minhas insignificâncias cheias de erros e jogá-las num caixão com meus ossos.</div>
<div style="text-align: justify;">
A vida acaba como começa, os sonhos se realizam como foram concebidos, os dias tornam-se noites conforme o tempo nos impõem ... E se ele é nosso Domador de Leões, cabe a essa Leoa se despedir, de quem é que tenha restado para ouvi-la e para enterrá-la.</div>
Morro bebendo e fumando, morro com meu organismo podre de vícios e saudoso de virtudes. Chorar não irei, já fiz demais por toda minha vida e agora cabe a mim a serenidade e um pouco de sensatez, que talvez não tenha dosado-a como realmente deveria ter feito.<br />
Um adeus simples e vago...<br />
<br />
12 de dezembro de 2009LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-31615276265137434482010-09-05T19:21:00.000-07:002014-07-06T22:38:03.890-07:00A imagem<div style="text-align: justify;">
E essa foto é o reflexo dessa essência, desse sentido.</div>
<div style="text-align: justify;">
No olhar de cumplicidade, de amizade, de quem se ama...</div>
<div style="text-align: justify;">
Num sorriso que nem eu conhecia em mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
No seu sorriso que tão bem conheço - talvez poucos o tenham visto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Riso inocente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Riso de quem não precisa se preocupar com os julgamentos e com a exposição de seus sentimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Porque inevitavelmente eles se expõem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Inevitavelmente nos tornamos o que somos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Expondo um ao outro o que pouco se entendia, mas muito se sentia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Do pouco de razão e do muito da emoção.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dilacerando certas morais e conceitos que o contexto nos inseriu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Das relações que a vida nos criou, dos amigos que nos deu e amantes...</div>
<div style="text-align: justify;">
Uma foto que na banalidade dos problemas das pessoas</div>
<div style="text-align: justify;">
Nas dificuldades</div>
<div style="text-align: justify;">
Na falta de tempo</div>
<div style="text-align: justify;">
Se passa despercebida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como esse olhar, deveríamos ter tantos outros na nossa história.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tantos que nem nós podemos ter tido conta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em tempos onde nada disso poderia ser imaginado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não só da imaginação os sonhos se tornam realidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
A realidade é travessa e pode imperar em nossos sonhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como uma ironia, uma brincadeira do destino.</div>
<div style="text-align: justify;">
Fluir, deslizar, voar e se permitir!</div>
<div style="text-align: justify;">
Deixar os dias serem mais que sucessão de acontecimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que os sorrisos sejam surgidos do nosso íntimo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que olhar revele muito, de forma simples e clara.</div>
<div style="text-align: justify;">
De forma leve e incalculável.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que exista.</div>
<div style="text-align: justify;">
Fique aí existindo para os meus sorrisos, olhares, desejos e vontades.</div>
<div style="text-align: justify;">
Exista para minha felicidade, para o apoio na dificuldade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Solene, intenso, complexo, denso, meticuloso, leve...</div>
<div style="text-align: justify;">
A imagem de nossos eu’s – existindo – revela o que não se vê, o que se sente e existe de forma real e ilusória.</div>
<div style="text-align: justify;">
Amor!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesses poucos meses, onde muito parece pouco e pouco parece muito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Onde o tempo voou e estacionou pairando pelas vistas que de belas, pudemos curtir como andorinhas num verão, pombinhos de uma paixão e joões de barro para uma eternidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com todo meu olhar, sorriso e sentimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lorena Dantas Abrami.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<a href="http://lorenacapital.multiply.com/photos/album/66/A_imagem"></a>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-30037820075575380172010-06-30T14:56:00.001-07:002014-07-06T22:36:09.537-07:00Porque Eu não sou seu Deus<div style="text-align: justify;">
Pensei que as pessoas em meio a tantas falhas podiam, também ser legais e ter atitudes nobres, apesar de muitas vezes agirem de forma que desaprovaria. Sei que sou um pouco exigente com as pessoas ao meu redor, principalmente se há sentimentos como admiração que envolva tal relação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Admirar as pessoas é algo que se torna cada vez mais meticuloso e raro, há banalizações de certos valores, a hipocrisia, por exemplo, que posso considerar um defeito catastrófico, não que não cometamos sempre, o tempo todo; porém, quando se torna algo impiedosamente hipócrita é tão decepcionante que as reações de quem percebe tamanha incoerência de atos e ideologias, chega ao ponto de chocar, desnorteando o ser que até então apreciava o hipócrita acometido, os sentimentos de desilusão são maiores que traições e qualquer mal que possam causar de forma direta não deixariam tão confuso e misturando sentimentos ao ponto de não compreendê-los.</div>
<div style="text-align: justify;">
Parece que não estou sendo claro e muito menos objetivo no meu diálogo. Vago por pensamentos de minhas concepções e confesso que não os tive assim, numa nuance foram dias analisando e a cada nova reação que eu tinha em resposta ao que via exteriormente, de forma visível e fútil, nos trejeitos, nas frases infelizes de um ser que há pouco tempo eu considerava um companheiro, um amigo, a quem poderia depositar um certo grau de confiança e intimidade, digo “um certo grau” porque nossa amizade surgiu em alguns meses e não se conhece alguém o suficiente tão depressa, talvez nem em toda uma vida, mas as relações, sejam elas qual forem, surgem com o tempo que se dedica ao outro, que compartilha, com experiências que passamos juntos ou mesmo que vemos a pessoa passar e lidar com elas, fáceis, difíceis, grandiosas ou não e assim percebemos seus valores e crenças, suas prioridades e objetivos, as semelhanças são importantes para unir e as diferenças para crescermos juntos, sem que certas diferenças cheguem ao ponto do egoísmo sólido, egoísmo esse que constrói muros gigantescos numa falta de empatia, de interesse mútuo e um narcisismo tremendo nasce tornando uma relação unilateral, de uma via imensamente construída para um único lado, construída tanto pelo outro quanto pelo próprio ser que se contempla, que acredita piamente que nada é mais importante que seus sentimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Minhas pernas tremiam, tive medo de desmaiar, tive medo de não conseguir um momento suficiente de lucidez, para que eu pudesse me ajudar, para que eu pudesse me recompor e nesse estado que me encontrava, cruelmente viraram-se as costas de seres, não tão humanos, mas ainda assim, seres que um dia pude, talvez numa insanidade, ter tido a inocência de ver valores priorizados neles, valores esses que eu priorizo e lucidamente percebo que a ilusão que tive, era apenas o meu reflexo.</div>
<div style="text-align: justify;">
A concepção de crueldade de determinadas pessoas é exatamente quando se vai contra a concepção delas, contra a vontade do que querem ouvir, de quererem ser acolhidas. A crueldade na concepção do egoísta, daquele que se prioriza a todo instante é justamente o fato de que se você discordar ou pensar em tomar atitudes opostas, você é escória, você merece nem se quer o chão que está pisando, porque Eu não sou seu Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
E ali buscando em mim as forças que meu corpo perdia e ainda o medo da solidão momentânea, do abandono... Chorar apavorado.</div>
<div style="text-align: justify;">
No choro abandonar qualquer resquício que possa sobrar de sentimentos avessos ou não por seres que provaram que nem só da humanidade se vive, que seres tão pouco ricos de valores, de bondade e cordialidade dividem espaços com pessoas sensíveis e virtuosas e que na coexistência que formam as diferentes concepções, encontramos uma sociedade desequilibrada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Há diversas dúvidas que ficarão a quem ler esse relato, mas há uma única certeza em mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
Jamais sentiria raiva, ódio ou mesmo amor e compaixão por seres desumanos, o egoísta consegue apenas a indiferença e talvez eu tenha pena, é talvez eu tenha.</div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-53493446624534397742010-02-22T17:24:00.001-08:002010-02-22T17:24:24.868-08:00TempoÓ inferno, como os dias passam de forma lenta e dolorida apesar da chuva, dos dias cheio de ocupações e espero ansiosa as horas de amanhã passarem para que eu possa vê-lo, nem que seja de longe, nem que seja um olhar apenas, um sorriso ou qualquer coisa que seja, porque ainda haverão os outros dias distante, os dias sem ele, os dias de reflexos e de pensamentos doloridos e difíceis, ó semana, ó tempo de angústia, ó tempo de emoções caladas ao afogar em lágrimas, ao derramar sobre pensamentos que não são esquecidos, pelos sorrisos, pelos abraços e olhares de compreensão, do tempo que não vivemos mais, do tempo que será o futuro.LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-11232215221930929562009-12-15T10:12:00.000-08:002014-07-06T22:36:47.682-07:00Ao amor!<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;">- Eu não sei como você não se tornou amiga deles antes, se bem lhe conheço você já teria o feito.</span></div>
<span style="font-style: italic;"><div style="text-align: justify;">
- De fato, você me conhece muito bem, mas talvez os acontecimentos fizeram com que essa amizade fosse adiada.</div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei, eles passam uma energia diferente a mim, é como se eu visse o reflexo das nossas vidas neles, não que tenhamos tanta diferença de idade, isso é praticamente imperceptível, mas o modo como as coisas sucederam entre eles, por uma pessoa que viu de fora, como eu, trazia uma nostalgia de um tempo não tão remoto, mas tão maravilhoso quanto o tempo que estavam vivendo no início de seu relacionamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
Praticamente acompanhei-os como uma observadora, percebia um sentimento de talvez timidez ou medo do namoro por parte dela, como você, meu amor, tinha quando começamos nosso relacionamento. Depois ele usou da mesma estratégica que eu: Um pouco de indiferença para provar que fazia diferença em sua vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Torço por eles, torço que sejam felizes como nós dois somos... Torço para que tenham paciência um com o outro e que nas dificuldades consigam superar e tê-las como lição, como as que passamos neste ano tão difícil que foi para mim e consequentemente foi para você.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que a pureza dos sentimentos seja preservada durante as discussões e brigas que venham a surgir e que resgatem sempre a essência da força que o transformaram em um só, num casal tão adorável que contagia com a demonstração de reciprocidade e sinceridade no afeto.</div>
<div style="text-align: justify;">
É bom poder ter tido o prazer de conhecê-los e tirar a prova real de que eu estava certa em olhá-los com tanto carinho quanto olho nossa relação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um conto breve, que mais parece um relato, mas talvez por que realmente seja, apenas um relato do que sinto e do que estive pensando agora, descendo da rua de casa...</div>
<div style="text-align: justify;">
Pensei no casal que conheci, pensei em mim e no meu namorado e todos os momentos adoráveis que nossa amizade e mais tarde nosso namoro proporcionou um ao outro e como fomos fortes para superar juntos minhas doenças,todos os outros problemas que viemos a ter e hoje, somos outras pessoas: mais maduros, mais lúcidos sobre a realidade e sobre os sonhos que coexistem dentro de nós. Pensei na leveza dos dias que tenho passado, de umas férias tão diferentes de qualquer outras que tive, numa primavera que irradia e que meus sentimentos e modo de ver a minha vida e a relação dos outros me torna mais sensata, mais flexível e assim até consigo viver melhor, tendo mais tempo para apreciar as cores, os pequenos detalhes e quaisquer outras formas de vida que meus olhos possam ver...</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao amor! Que é a forma mais bela e mais irracional, irracional pelo fato de quem nem sequer sabemos o por quê amamos, quando nos damos conta de um relacionamento, já vamos nos entrelaçando de uma forma tão natural que nos dá intimidade e já estamos sentindo diversos tipos de feições, seja fraternal, de zelo ou de vontade e desejo, e o amor torna-se parte de nós como os defeitos e nossos outros "eus " que pouco os conhecem surgem para quem queremos compartilhar de toda uma vida e até mesmo as imperfeições do outro, tornam-se amadas e já não saibamos viver sem aqueles detalhes que nos irritam, sem as atitudes que nos revoltam, porque tudo isso é o que compõem nosso companheiro e fiel amigo, amante, irmão... E tantos outros laços de união que germinam e brotam mais tarde, alimentados por todo o afeto, compaixão, paixão, preocupação, amor... Puro, simples, verdadeiro e transparente!</div>
<div style="text-align: justify;">
Que não seja efêmero e negligente e que seja aperfeiçoado e nos faça sábios diante da vida!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dedico esse conto (relato) simples e objetivo ao<span style="font-style: italic;"> "Casal UTF"</span>: Telise Roberta e Ewerton André.</div>
<div style="text-align: justify;">
E ao meu caro amigo e amante: Diego Moreira.</div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-5093725154470976652009-12-08T10:50:00.001-08:002014-07-06T22:37:34.790-07:00Sem título<div style="text-align: justify;">
Percebi que estava crescendo quando mamãe começou a colocar cuecas e meias do meu pai em minha gaveta. Achava graça e me sentia grande o bastante pra enfrentar o mundo inteiro, me sentia maduro por já ter o tamanho do meu pai e usar roupas íntimas de adulto.</div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira vez que percebi a dificuldade de crescer, foi quando fiquei doente e ao invés do pediatra me ver, foi um clínico geral.</div>
<div style="text-align: justify;">
Conforme os anos passavam, tudo tornava proporções maiores e minhas prioridades de garoto viravam besteiras das quais eu já não tinha mais tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Duro mesmo foi quando minha profissão deixou de ser "estudante", passei a ter horários mais rígidos e receber um dinheiro todo mês o que parecia muito bom, mas junto com ele vieram as contas, as parcelas, os juros do banco, o cartão de crédito, a segunda conta, o primeiro talão de cheque, o segundo emprego, o terceiro, o cheque especial...</div>
<div style="text-align: justify;">
Nisso tudo eu deixei de ser solteiro e tornei-me casado... com filhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje sou um homem e tenho medo de cada passo que dou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Inseguro sou, dependente deixei de ser e lidar com todas essas responsabilidades e atitudes que a vida nos impõem me fez ter medo de envelhecer...</div>
<div style="text-align: justify;">
Não por vaidade, pelas rugas ou pela flacidez , mas por morrer sem ter encontrado minhas razões, sem ter entendido o tempo, a vida e meus próprios objetivos, sem ter certeza se foi isso que desejei pra mim. </div>
<div style="text-align: justify;">
Frustro-me ao pensar que não me auto avaliei antes e cheguei até aqui sem entender muitas das minhas atitudes, muitos dos meus sentimentos e agora a vida me pôs contra parede, tenho uma casa, uma esposa e dois filhos que dependem do meu desempenho, dos meus sentimentos para tudo estar bem e que haja paz e felicidade em nossas vidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas nunca saberei se fui feliz antes ou se sou feliz agora, queria poder experimentar outras vidas e escolher a que mais me agrada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Queria ter tempo para ser criança sem que as obrigações me batessem a porta, sem que os anos passassem...</div>
<div style="text-align: justify;">
Chorei ontem e choro agora como um bebê recém-nascido que sai do útero sem entender o por quê fizeram isso com ele!</div>
<div style="text-align: justify;">
Não há uma razão para essas palavras, para essas frases e não há, porque tudo torna-se racional demais sem tempo para refletir e eu só quero o incerto, a dúvida, as alternativas, a ilusão, os sonhos...</div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-41089776590904250322009-08-12T12:15:00.000-07:002009-08-12T12:16:02.333-07:00Sonhos Concretizados<p class="MsoNormal">Comprei sapatos novos e fui ao encontro de meus amigos.</p> <p class="MsoNormal">Havia comido ovos fritos pela manhã e sonhei com uma grande construção, onde meu falecido pai dizia-me que havia pouco tempo para a obra se concretizar e sermos felizes, ele sorria como nunca em vida o vi fazer, nem tanto brilho em seu olhar pude apreciar. Senti um certo medo e que as responsabilidades surgissem ainda mais. Perdi meu pai aos três anos e minha mãe aos 17, passei um ano de favor na casa da irmã de minha mãe, minha tia gostava muito de mim, mas seu segundo marido se incomodava bastante comigo, o que fez com que eu saísse de lá uma semana depois do aniversário que completei minha maioridade, fui obrigado a largar a faculdade que havia iniciado há alguns meses e trabalhava o dia inteiro pra pagar as contas do quarto/cozinha que passei a viver. Meus pais me deixaram uma casa boa, aluguei para um casal e filha e todo o dinheiro que ganhava com ela depositava numa poupança, tinha esperanças naquilo. O tempo foi passando e eu correndo atrás das oportunidades que não me apareciam, mas que eu tinha ilusão de encontrar, fiz amigos na metalúrgica que trabalhava e é com eles que saí, era meu aniversário de 19 anos.</p> <p class="MsoNormal">Cheguei há um bar não muito longe da fábrica, onde costumávamos tomar café nos intervalos e dois deles já estavam me esperando, conversamos um pouco, eles me perguntaram da loja que eu trabalhava e eu contei que o salário era menor, mas eu ganhava uma boa comissão porque vendia bem e pelo menos iria poder retomar aos estudos porque me desgastava menos vendendo, meu terceiro amigo chegou, era o último que faltava e veio com um pacote na mão, eles haviam me comprado um livro, os três juntos e eu abri e eles entusiasmados falaram:</p> <p class="MsoNormal">- A gente não entende muito de livro, se você não gostar e quiser trocar, você tem 7 dias, a gente comprou porque sabe que você gosta muito de ler!</p> <p class="MsoNormal">Agradeci e depois daquela tarde de domingo agradável voltei pra casa intrigado com o livro na mão!</p> <p class="MsoNormal">Era um livro de auto-ajuda, nunca havia lido um em toda a minha vida e sempre achei inútil ler sobre coisas que toda mundo já sabe e vivencia todos os dias! Que raios, que merda de livro, que vou fazer com ele?! </p> <p class="MsoNormal">Aí me lembrei que poderia devolvê-lo em até 7 dias e joguei ele na poltrona da minha casa.</p> <p class="MsoNormal">Acordei atrasado na segunda-feira e fui direto trabalhar e ouvi alguém dizer que domingo tinha um churrasco da turma da loja, passei a semana estudando depois do trabalho, iria prestar vestibular daqui alguns meses.</p> <p class="MsoNormal">Domingo um colega da loja chegou na minha casa e disse que estava indo ao churrasco e que iria me levar com ele, não estava muito entusiasmado e pedi para ele esperar enquanto eu me arrumava, que eu queria uma carona até o shopping para<span style="mso-spacerun:yes"> </span>trocar um livro, mas que não iria ao churrasco, o cara era chato e insistiu muito e eu fui com ele, deixei o livro no carro dele e pensei passar no shopping na volta.</p> <p class="MsoNormal">Eu bebi algumas cervejas e esqueci do livro, acordei atrasado na segunda e fui correndo trabalhar, meu colega me entregou o livro dizendo que eu havia esquecido no carro dele e eu com raiva de não poder devolvê-lo acabei por demonstrar e meu colega disse:</p> <p class="MsoNormal">- Calma cara, você já leu esse livro?</p> <p class="MsoNormal">- Não e não tenho tempo para lê-lo ando estudando muito...</p> <p class="MsoNormal">- Arruma um tempo, não é por um acaso que ele está com você ou você acha que é?</p> <p class="MsoNormal">Fiquei o dia todo pensando nisso “não é por um acaso” e lembrei do sorriso e dos olhos de meu pai no sonho.</p> <p class="MsoNormal">Cheguei em casa e não peguei em cadernos e apostilas, não iria estudar naquele dia, preparei um miojo e resolvi ler o tal livro que ganhei: <i>“Sonhos concretizados”.</i></p> <p class="MsoNormal">O primeiro capítulo chamava: <b>Meu aniversário</b></p> <p class="MsoNormal"><i> - As vezes sonhamos com coisas que parecem não fazer muito sentido mas que nos causam uma insegurança e foi num dia como esse que resolvi comprar um par de sapatos novos...</i></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Não podia estar lendo aquilo, fechei o livro e procurei me acalmar, lembrei de meu pai, dos meus sapatos novos, dos meus amigos no meu aniversário, do... “não é por um acaso”.</p> <p class="MsoNormal">Deixei o livro lá jogado e continuei com minha rotina, ia do trabalho para a casa e estudava muito, dormia pouco, mas sabia que valia a pena...</p> <p class="MsoNormal">Depois de algumas semanas resolvi lê-lo novamente e todas as coisas se encaixavam com os acontecimentos recentes de minha vida, e assim fui lendo um pouco (uma ou <span style="mso-spacerun:yes"> </span>duas frases) há cada quinze dias, com medo, mas não parei. Entrei na faculdade, escolhi o mesmo curso que meu pai, fazia jornalismo, arrumei um estágio como fotógrafo e o autor do livro também, conheci uma garota maravilhosa e ela parecia tanto com a minha mãe, passamos a morar juntos, o autor do livro também foi morar com a namorada e <span style="mso-spacerun:yes"> </span>eu passei a ser um fotografo muito consagrado e de muito prestígio, minha esposa estava grávida e tive de fazer uma viajem a África do Sul, deixei o livro na minha casa, bem guardado para que minha esposa não o visse, ela se assustaria e eu não teria como explicar tamanha coincidência em nossas vidas e após a temporada de seis meses, retornei, eu não ganhava muito dinheiro, mas fazia o que gostava, amava a vida que eu levava, cheguei a pensar que era o homem mais feliz do mundo, até que descobri que estava com uma doença muito grave, um vírus que devo ter adquirido na África e passei uma época muito difícil, minha esposa sempre me auxiliando e meu filho tinha apenas dois anos e meio quando meu corpo não agüentava mais e fiquei enfermo jogado numa cama.</p> <p class="MsoNormal">Passava os dias com uma nostalgia gostosa e não conseguia ser triste mesmo adoecendo cada dia mais, eu amava tanto minha esposa e meu filho e vivi experiências maravilhosas em meu trabalho e nas viagens que ele me proporcionou, conheci pessoas incríveis e já tinha vivido como se fosse velho o suficiente e maduro para cair do pé.</p> <p class="MsoNormal">Lembrei de meu pai e de como minha mãe o amou mesmo depois de morto e apesar do sofrimento que passou todos os 15 anos longe dele, nunca me contou muito sobre ele e mal sabia eu que estava tão perto de entende-lo, talvez tanto quanto ele mesmo.</p> <p class="MsoNormal">Meu filho completou 3 anos na semana passada e eu terminei de ler o livro hoje de manhã, o livro foi escrito pelo assistente de meu pai na viagem que ele fez há África em 1977, esse homem virou um grande admirador de meu pai e escreveu a vida dele nesse livro, minha mãe nunca me contou e eu nunca saberei o por quê. O livro não era de auto-ajuda, era só um relato, em primeira pessoa da vida do meu pai vista pelos olhos de seu assistente, queria ter mais tempo para escrever, mas já não tenho muita força e meus dias estão contados. Espero que esse livro seja encontrado pelo meu filho e ela possa viver a vida de maneira linda e intensa, como vivemos, eu e papai, não poderei ver meu filho crescer, mas realizei todos os meus sonhos e fui muito feliz como espero que todos que leiam esse pequeno e humilde relato sejam e encontre suas histórias nos livros da vida. </p>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-49490363309959799172009-08-05T16:43:00.001-07:002009-08-05T16:43:15.925-07:00Uma produção tosca<div>Ninguém se importa se você dorme mal, se não vai bem de saúde ou se sua mente está em farrapos, ninguém se importa com seu dia ruim, com sua baixa qualidade de vida, com seus problemas e com sua felicidade, ninguém se importa se você pensa em se matar ou se arrumou um bom emprego, se chora com a luz apagada e abafando os soluços num travesseiro sem fronha.</div><div>Somos todos números dos quais o resto das pessoas não enxergam nenhum tipo de expectativa, de oportunidade e esperança.</div><div>Faz doze dias que não vejo o sol e há doze dias que não produzo uma sequer fagulha de alguma coisa e no meio de todo o meu ócio, consumindo minha própria compulsividade, recorro aos livros, discos, filmes, papéis e rebusco qualquer coisa, procuro ler, ouvir e ver atentamente, mas nada torna-se prazeroso e a comida tem um gosto insosso, como todas as obras que alguém custou a produzir como custaram a cozinhar e eu me faço de mal agredecido e reclamo de tudo como um velho, chato que já viveu demais e espera amargurado seu fim, nada trágico e clássico, nada comovente, é só uma regra da vida: morrer, assim... por ter vivido demais, por já ter dado o tempo de cumprir o que tinha como objetivo ou de se frustrar.</div><div>Chorei sem nem se quer saber quais eram meus motivos, bocejava de tanto tédio e fazia um drama numa incoerência, sem sentido algum.</div><div>Eu tinha o mundo nas mãos, mas não poderia alcançá-lo, tinha o que todos gostariam de ter: tempo.</div><div>Só que o tempo deixa a gente meio maluco, pensando demais e de pensar acaba se intristecendo e da tristeza faz seu dilema e se torna insociável, inadequado, intolerável até o dia que ninguém te convida para tomar um chá, para ir numa festa e sua namorada até esquece que você existe, de tão ausente que você se torna e ela não liga, não convida mais pra sair, não te namora mais e você chora porque sabe que falta algo e você também não sabe o que é de tanto tempo que não a vê!</div><div>E aí resolve relatar todas essas coisas enfames que não cabem no espaço com você, porque você o tornou pequeno demais e fica insuportável dividi-lo com quaisquer coisas que sejam...</div><div>Já estou pensando em vender esses móveis, a Televisão e alguns livros... Até a Cozinha tem muitas coisas, não preciso mais, essa louça toda suja vou jogar pela janela pra me poupar tempo e assim, posso arrumar uma desculpa para sair de casa: comprar louça nova ou comida congelada que já vem em embalagens descartáveis, mas ainda tenho de comprar talheres.</div><div>Não não, gosto de comprar louças! Poucas coisas tem me dado prazer como ouvir pratos sendo estraçalhados, vidros dos copos sendo moídos e pisoteados como um acidente...</div><div>É, vou comprar chicletes, quem sabe eu faça uma obra de arte com esses cacos e torne menos despresível o meu dia, uma produção tosca...</div>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-88528493706011961852009-06-23T16:00:00.001-07:002009-06-23T16:00:57.750-07:00Cai<div>Eu caminhava cabisbaixo enquanto a garoa fina tornava meu dia ainda mais cinzento.</div><div>Encostei nas árvores do parque e andei descalço pela grama, não por falta de um sapato, pensava que sem ele eu poderia libertar minhas angústias, expelindo-as pelo os dedos, e recuperando da terra a energia vivaz que tanto precisava.</div><div>Andei o gramado todo, deitei na relva, fechei meus olhos e procurei a luz, não seria tolo de procura-la com os olhos cerrados se já não soubesse onde estavam: era dentro de mim que buscaria mais força, era algo lá dentro que tornaria minha vida reluzente outra vez.</div><div>Mas todo o meu tempo, só me fez perceber o quão perdido em minhas escuridões eu me encontrava, o quão insaciável a paz era em meu peito e atormentado, chorei, lágrimas comprimidas pelo tempo que me corroia na devastação de meus próprios almejos.</div><div>O tempo havia passado e eu perdendo a noção não só dele, como de espaço e de meus próprios sentimentos, já não sabia no que me transformei. O que estaria eu,fazendo largado aos insetos numa relva pública?</div><div>E do público fiz meu drama, minha vida que perdia uma razão ou a ganhava tarde demais.</div><div>Fui eu, um homem esquecido e fiz de mim um lúcido, intocável, fiz de minha fortuna uma sucessão de compras de segredos e silêncios, de mais fortuna e deixei minha eloqüência tomar jus a cada passo que eu dava.</div><div>Fiz da vida um marasmo, onde minhas únicas companheiras eram aquelas que dormiam comigo e ao amanhecer retiravam de meus bolsos sua merecida e suada recompensa, vivi sozinho, andei sozinho e na opção de assim ser, rasguei fotos, crucifiquei àqueles que acreditavam e me apoiavam, joguei pro alto minhas prioridades e só queria o sucesso, o conforto e o luxo, nada mais me importava... Nem os sonhos do passado, os amores que eu tive e a suposta nostalgia que viria.</div><div>Caí em Terra, despejado à relva percebia todos os anos que perdi corrompendo pessoas e de minha própria arapuca viro alvo nesse instante. De meus propósitos antigos viro escravo, viro servo de minhas nostalgias e subalterno da única coisa que não compunha o meu cenário por toda uma fase adulta: sentimentos.</div><div>Eu não tive uma vida, eu fui a ganância,ela como uma sede tomava todos os meus poros e fez de mim um criminoso, mais que isso, fez de mim um assassino de mim mesmo e quase aos cinqüenta, sem construir nada que não seja de concreto, sinto que perdi tempo demais, tempo que não volta e nem nunca será recuperado...</div><div>Saí da relva, calcei meus sapatos, tirei a gravata que já estava afrouxada e ao entrar em meu apartamento, abri bem a janela de minha sala de estar e senti pela última vez o vento bater em meu rosto.</div><div>Assumi a queda, pela primeira vez em tantos anos que não me via cair e cai, pela última vez, cai sentindo-me livre pela primeira vez em todos esses anos.</div>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-47118003480629129212009-05-30T16:50:00.000-07:002014-07-06T22:38:42.756-07:00Eu não existo<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu não existo numa sociedade contemporânea:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu sou um corpo e um rosto que desfila pelas ruas de minha rotina sem na realidade ser compreendido, tomei a minha liberdade prática e fui julgado pela audácia de andar pelos caminhos cheios de espinhos, de trocar o luxo pelo nostálgico, de amar as quedas e chorar num belo dia de sol, de ver televisão ao invés de ir à praia, de ficar em casa enquanto os outros vão à festa e de sorrir das banalidades e sempre ironizar as tragédias e ver tragédia onde aparentemente não há.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu caminhei pelas Avenidas mais largas pela manhã e me deparei com as cenas mais inusitadas, há muito tempo não encontrava tantos semáforos vermelhos e carros enfileirados numa longa fila onde o estresse prevalece na mente e nos espíritos de homens importantes, nem que sua importância seja apenas para o seu próprio mundo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas o ponto é que eu não existo. Há dias não recebo uma ligação, uma correspondência, um toque de campainha, um “alô” na rua e eu acho que já não vivo nesse Universo, só estou correndo até a porta da saída, nem as contas insistem mais em vir e eu espero... Espero como todos os seres humanos esperam seus finais de expediente, para poder ter seu direito ao ócio, sua noite deitado ao seu leito.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E eu quero voltar à uma outra época, onde a<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> <span class="apple-style-span"><a href="http://www.dicionarioinformal.com.br/definicao.php?palavra=instantaneidade&id=2022"><em><span style="color: windowtext; font-style: normal; mso-bidi-font-weight: bold; text-decoration: none; text-underline: none;">instantaneidade</span></em></a></span></i> só funcionava com miojo e meu estado melancólico era perfeitamente aceitável e o fato de eu ser indiferente quanto à vida de terceiros não me fazia alguém menos interessante e sem assunto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Amei e fui amado, pensei ser compreendido, mas sou sensível demais e não caibo mais nos espaços.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Espero... Já perdi meus propósitos e continuo a esperar o inesperado, o que não sei o que é... como é e como quero, eu apenas não existo!</div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-5988877081165528542009-05-25T15:37:00.000-07:002014-07-06T22:40:17.643-07:00Minhas Orquídeas lindas<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
As orquídeas que ganhei chegaram pelo correio, elas vieram empacotadas e com um papelão cuidadoso para não amarrota-las.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
As orquídeas que eu ganhei eram amarelas e nunca gostei de amarelo, mas nelas caiam tão bem que até me emocionei ao olhá-las.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Minhas orquídeas quase borraram sua linda cor, cor amarela e viva, quando os meus olhos insistiram em se emocionar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Minhas Orquídeas que agora já estou chamando de minhas e as dando um nome próprio, eram as mais lindas orquídeas que um dia pude ver e tinham um vaso perfeito.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Minhas Orquídeas lindas vieram com um regador azul para eu não me esquecer que sua vivacidade estará sempre presente ao me lembrar que estão sendo sempre regadas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Minhas Orquídeas lindas são bem mais importantes que qualquer outra flor que venha a nascer nos jardins, minhas Orquídeas lindas não ficam em minha janela, mas sim em meu quarto e todas as manhãs quando acordo eu olho para aquele amarelo e é como se o Sol estivesse me acordando e me dizendo o quão posso me sentir especial.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Minhas Orquídeas lindas não são criações de Deus, são criações de um homem, assim como eu, um ser humano que sente, que vive, que sofre e se emociona, assim como eu.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Minhas Orquídeas lindas foram criadas por um homem como eu, mas a perfeição de seu dom é tão sagrada que nenhuma crença justificaria a não ser a crença pela Arte.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Minhas Orquídeas lindas são a ponte entre o criador delas e eu, sua Nega, sua sempre crente de sua arte e sensível com a mesma.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
Minhas Orquídeas lindas são mais lindas e lindas a cada amanhecer, a cada vez que as olho e lembro com saudade de meu caro e sempre amigo Nego <span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;">Jorge Chueri.</span></div>
LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-39796895740937438462009-05-20T13:17:00.000-07:002009-05-20T13:24:11.113-07:00Na brincadeira de ser pessoa convicta<p class="MsoNormal">"Eu só acho que eu penso estar certa, talvez eu concorde, mas num outro momento qualquer eu possa vir a discordar e eu também acredito que sei que estou com quase absoluta certa em concordar, mas que posso estar errada, admito... Essa é a minha opinião, tá?"</p> <p class="MsoNormal">E é só isso! </p> <p class="MsoNormal">É mais ou menos isso que costumo dizer e as vezes eu tenho medo, as vezes eu sei exatamente o que dizer, mas quando a voz sai é como se embaralhassem as letras e todo o meu “discurso” se torna uma oração enjoada, cansativa, onde digo digo e não sai nada mais que frases desconexas e fico sem graça, fico frustrada, mas eu não sei! Eu simplesmente não consigo... É tão mais fácil sentar em frente ao computador ou mesmo com folha e papel e transmitir tudo aquilo que eu realmente quero, penso, modo com costumo agir e viver a minha vida, as pessoas devem me ver como uma idiota e de fato eu devo parecer uma idiota, eu penso rápido demais e minha voz não acompanha meu ritmo e aí saem aquelas coisas distorcidas, fora que eu tenho um profundo medo de magoar as pessoas, eu fui uma criança muito frágil e vivo cheia de traumas até hoje por minha gagueira, pelo modo que eu falava, como eu me comportava, com as roupas que minha mãe me vestia e assim eu fico com medo de julgar qualquer ato alheio, medo de ferir outrem e medo até de me ferir, por me sentir culpada... ficar com a consciência pesada, antes de julgar alguém devemos nos julgar e perceber que temos nossas falhas, que também somos humanos e assim... eu não uso parágrafos nos meus textos porque eu prefiro assim, se eu começo a pontuar demais, trocar de linha, por muito espaço e isso e aquilo... Eu esqueço! E aí? Puf! Quando vou ver a idéia já foi, não resta mais, apesar de que assim minha mão fica doendo, tenho medo, acho que as vezes eu vou ter algum problema na mão por causa da minha velocidade ou no cérebro por pensar rápido demais... mas estou aprendendo, um dia eu chego lá, ou retardo a chegada, foi só um desabafo, eu já estou quase terminando, só queria dizer, que quando vocês pensam alguma coisa, não fique só pensando, meta a boca na botija, só não caia dentro dela, eu é que sou uma tonta... bom isso é o que eu acho, na minha humilde opinião, tá?</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">(huahauha só pra descontrair, gente!)</p>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-11061622624472173492009-04-30T16:32:00.001-07:002009-04-30T16:32:34.905-07:00Uma Puta no Mundo<p class="MsoNormal" style="text-indent:35.4pt">A Casa 731, não era bem uma casa, ela tinha os números de uma casa e sempre estava na rua para quem procura uma, mas ela circulava para cima e para baixo com o número de plaqueta de indicação de casa pendurada em sua traseira e quem é que fosse perguntar ao seu dono, ele diria: essa é minha casa, número 731 sem rua.<br /></p> <p class="MsoNormal" style="text-indent:35.4pt">Todas as ruas eram da Casa 731, cada esquina, cada frente dos comércios, cada espaço por onde ela trilhava e inventava e desviava e recriava seus próprios caminhos, sem nunca deixar de pensar que era o lar daquele menino, ele cresceu junto dela e desde que esteve ao seu lado, nunca mais quis saber de outra paixão e as outras que surgirão, vai ser ao lado da maior!</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent:35.4pt">Um dia eu estava voltando para o meu apartamento, um de concreto que fica parado como ao lar de [quase] todo mundo e o vi com a Casa 731 na minha rua, parecia apressado, há muito tempo não o via, eu tinha acabado de mudar para aquele bairro e não sabia que ele também circulava por essas bandas e comecei a me perguntar quando aquele garoto a largaria, ela já estava velha, meio enferrujada e a placa já nem dava pra enxergar direito, entrei em casa e logo esqueci do garoto e a Casa 731, eu estava ficando velho e não existia nada que eu ainda carregasse comigo, que soubesse tão bem de mim quanto eu mesmo, que dividisse quase todas as minhas histórias e me senti desamparado, me senti uma puta do mundo.</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Não tenho um companheiro de uma vida toda, sempre escondi meus sentimentos, sempre tive medo de beber por ter medo de dizer o que me arrependeria depois, por sair a conversar com estranhos, vivi quase toda minha vida sozinho, deturpei meus sonhos, chorei sobre lugares e em ocasiões diferentes e tive ao meu lado sempre alguém diferente, sempre tão inflexível, tão ególatra, sempre eu e percebi que de tão eu que fui, não tinha nem uma casa que me acompanhasse pelo resto da vida, vivia de aluguel num apartamento na Rua Alfredo de Azevedo, completamente só.</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Talvez eu compre uma bicicleta pra chamar de Casa ou um cachorro, ou seja mais fácil começar a beber...</p>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-43451942839104758122009-04-10T18:19:00.000-07:002009-04-10T18:25:53.757-07:00Um monte de anseios<p class="MsoNormal">Esperando... Ansiosamente para tantas coisas, a gente parece que vive sempre nisso de esperar, de ver o resultado, do que disseram, o que fizeram, como ficou... Numa curiosidade, num troço aqui dentro que nos faz criar e imaginar de tantas maneiras, é como se muitas vezes o instante agora fosse aquela aflição de um futuro que depois vai ser nostálgico, os momentos mais prazerosos duram tão pouco comparado ao tempo que somos capazes de esperar por eles...</p> <p class="MsoNormal">Não vejo a hora de comer chocolates, de pegar a “GAZETA DO POVO” segunda-feira, de receber a carta com um quadro que vai chegar e de tantas coisas mais e tantas coisas menos que não quero que cheguem.</p> <p class="MsoNormal">Tempo que não passa ou tempo que passa rápido demais e coexistindo perdida nos períodos eu vou vivendo minhas aflições, compartilhando alguns entusiasmos e anseios e no ócio de alguns momentos: reparto, encaixo, canso, descanso, choro, rio, abuso, sinto, danço, escrevo, leio, sonho, espero, crio os verbos, elaboro novas frases, preencho o espaço e dou abraços!!</p> <p class="MsoNormal">Tchau... Até a próxima, talvez lhes conte meus momentos, talvez reclame ou apenas invente alguma besteira e os faça acreditar!</p>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-91378709210156084822009-04-02T15:13:00.000-07:002009-04-02T15:47:55.440-07:00Gê, eu ainda sou Humana!!!<p class="MsoNormal" style="text-indent:35.4pt">Esse último ano do meu Ensino Médio tem sido não só desgastante como também preocupante:</p> <p class="MsoNormal" style="text-indent:35.4pt">São muitas exigências, são muitas responsabilidades que surgem cada dia mais e se tudo girasse em torno disso, tornariam as coisas um pouco mais simples, porém, tenho uma família, um namorado, amigos e não posso esquecer que não sou apenas um cérebro ambulante, tenho que me preocupar com meu bem-estar físico e psicológico.</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Estou dizendo tudo isso, porque há pouco estava pensando no novo projeto de Getulio Guerra com o <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">“PrasBandas”</span> de oficinas de <span class="apple-style-span"><a href="http://www.acuio.com/" target="_blank"><span style=" text-decoration:none;text-underline:nonecolor:windowtext;">Astrologia</span></a>, Cinema & Vídeo, Fotografia e Música para a comunidade de bairros que compõem a periferia da cidade de Curitiba</span> e o que isso tem de reflexão na minha vida é que foi difícil tomar uma decisão sobre o que cursaria numa universidade, pensei em várias coisas e todas elas ligadas à humanas, o que já eliminava muitas opções e facilitava minha árdua tarefa de selecionar um curso.</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Quando falamos de outros Seres Humanos, penso na responsabilidade das profissões que se relacionam ao auxílio e assistência de pessoas, pessoas não são receitas prontas, cálculos exatos, os seres humanos são totalmente imprevisíveis e complexos no mais profundo significado que a palavra possa abranger e tudo isso me deixava bastante preocupada com a decisão que por fim, vim a tomar. Até agora ainda fico, estou com os olhos lacrimejando e aflorando minhas dúvidas a respeito da responsabilidade AINDA maior do que as que eu tenho enfrentado. </p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Pensar na grandiosidade de cada um, de suas idéias, personalidade, caráter, perspectiva! Que era o ponto onde queria chegar. Podemos analisar qualquer coisa que seja de modos tão diferentes, julga-los e não estarmos errados, nem eu, nem você nem o outro. </p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Aqui nos meus devaneios e pensando no projeto do Getulio e "PrasBandas", refletia sobre a responsabilidade de TRANSMITIR, APRESENTAR, TRANSFORMAR, FAZER arte, a arte são como as pessoas! A responsabilidade de transmitir pontos de vista sobre arte é tamanha que me dá calafrios ao pensar no quanto eu também gostaria de estar com o “PrasBandas” nessa tarefa <span style="mso-spacerun:yes"> </span>complexa, mas tão gratificante.</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Complexa porque fazer arte, como quase tudo é visto por pontos diferentes: Quem cria vê de uma forma, quem reproduz ou adapta de outra, quem assiste ainda de outra e quem julga talvez de outra e dessas 4 formas ainda podem surgir 8-12-16-400-4000... que criarão uma eternidade de perspectivas, de valores agregados, de sentimentos, de idéias, desejos e isso tudo porque a Arte é tão humana como quem a produz e transmitir formas de criar, formas de “trabalhar” é como ensinar alguém a Amar! Não se ensina a amar, apenas se ama!</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Se eu pudesse dizer algo aos que farão as Oficinas, seria: Sintam cada idéia que for transmitida, não há uma receita, um padrão ideal, uma critica perfeita porque muitas vezes nem nós mesmos conseguimos transmitir o que sentimos, muito menos saberão nos compreender. E produza aquilo que você acha que deve, seja de modo rebuscado, claro, abstrato... Não importa, é o seu modo de enxergar as coisas e ninguém enxerga com seus olhos, apenas você mesmo!</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Ao PrasBandas meu todo apoio, mesmo que distante e minha total confiança do sucesso e competência de cada um de vocês. </p>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2398461944614049101.post-39308551109652093582009-03-10T15:38:00.000-07:002014-07-06T22:45:19.604-07:00Aquilo...<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O problema que vou enfrentar é maior, as causas? Desconheço... Então? Por que...?</div>
<div style="text-align: justify;">
Era uma quarta-feira e a sensação de embaraço crescia, se formava e permanecia em mim, sem afloramentos e sem intensidade num viver que apenas existe e aquilo tudo que foi dito ontem? E antes de ontem... Também disseram e aquilo que tem sido visto?</div>
<div style="text-align: justify;">
Entender o que se passa é saber o que não sabe e não dá pra saber o que não sabe e não dá pra saber... o que estaríamos sentindo? E o fato de perder o garantido? Sofrer pelo bem... ou não saber, qual é o certo de sentir e o que alcançar e a falta, e a fome, e a dor, a sede, o voto, o leito, a devoção, o pudor, o horror, o escuro, o medo, o tempo, o provável, o prescrito, o indicio, o sucesso, o poder, o fruto, o Isso...</div>
<div style="text-align: justify;">
A sombra das besteiras, dos risos a causa disso, o isso do que foi atingido e louvor ao desconhecido.</div>
<div style="text-align: justify;">
Perda, cerque, ofenda... Atenta no subjetivo, o interesse... O impasse, não, não se mate!</div>
<div style="text-align: justify;">
Aquele emaranhado de desejos, de ódio, de paixão e o que é fato é o ato de sermos julgados, desprezados, apanhados, acolhidos, extingüidos e ofendidos...</div>
<div style="text-align: justify;">
E a revolta? E o medo? Tenso... Ofuscante... sem sucesso, com feridas, hipócrita.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os números? Catastróficos, reflexivos...</div>
<div style="text-align: justify;">
Exageros formados por grupos de falantes e o perdão, o pagão, o culpado e o mal gerado? O aborto! A lentidão, a impaciência, a formação, o oposto...</div>
<div style="text-align: justify;">
E tudo que disse... que seja sempre dito, omitido... e sempre, sempre sentido e o nojo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<em><div style="text-align: justify;">
<em>(Escrito numa quarta-feira, 05 de setembro de 2007)</em></div>
</em><br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<em><div style="text-align: justify;">
<em style="color: red; font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 85%;">* É só mais um emaranhado de idéias!</em></div>
</em>LoLo Dantashttp://www.blogger.com/profile/11686229058305813807noreply@blogger.com1