02 julho 2008

Paredes da nostalgia

É... Talvez eu tenha um novo post

Meus olhos fitavam num ângulo que não sei definir direito, porque não consigo entender geometria espacial!
Mas num ângulo onde nem toda aquela construção parecia banal, nem toda nostalgia, efêmera. Confortei-me ao conseguir encontrar um ângulo, mesmo sem saber qual era, onde pudesse descobrir um resto daquilo que acabou...
As paredes trancaram a liberdade nostálgica, talvez o templo de toda a nostalgia, um aglomerado de todas as lembranças que vinham e iam sem seguir ordens cronológicas, sem se preocupar com as horas e com quem as vivia ou ouvia relatos... Ali igualávamos qualquer história que seja especial e relevávamos o resto, o que importa é o que realmente nos importava.
Uma vontade reprimida de destruir as paredes, o concreto que abala minha sede do intangível, do mistério de sentir...

Aquela foi uma tarde de acasos, nada planejado e tudo acontecendo e [des]acontecendo como o acaso espera que seja, dando direito até a chopp no meio do dia, violão, fones compartilhados com Hendrix, unhadas na coxa... A nostalgia cruza seu ápice na visão ampla de uma cidade que tão pouco exploramos, com visões diferentes diante de um mesmo ângulo (talvez esse, de um pouco mais de 180º). Assuntos vão sendo despejados em pautas como se tudo aquilo fosse planejado durante muito tempo... Sendo que o “tempo” é a única razão de aquilo tudo existir...
As causas de determinadas escolhas são diferentes, mas isso não altera as mesmas escolhas e tudo parece tão óbvio e ao mesmo tempo é tão surpreendente!

O que cabe agora é cruzar as linhas da nostalgia com minha vida que ainda acontece, no agora... Se eu pudesse mudar algumas coisas, algumas posturas e atitudes passadas... Teria o feito, mas tudo é uma grande forma de aprendizado e eu sou um poço de minhas próprias histórias e profundo para caber ainda diversas delas...
Minha vida sempre é literária demais...
Não segue regras de realismo, dosagens de realidade dura e cruel... Ela sempre vem embargada de... Contos, romances, filmes franceses... Sentimentalismo... Arte! É isso, eu não sei viver, eu apenas faço arte em tempo integral.

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