05 setembro 2010

A imagem

E essa foto é o reflexo dessa essência, desse sentido.
No olhar de cumplicidade, de amizade, de quem se ama...
Num sorriso que nem eu conhecia em mim.
No seu sorriso que tão bem conheço - talvez poucos o tenham visto.
Riso inocente.
Riso de quem não precisa se preocupar com os julgamentos e com a exposição de seus sentimentos.
Porque inevitavelmente eles se expõem.
Inevitavelmente nos tornamos o que somos.
Expondo um ao outro o que pouco se entendia, mas muito se sentia.
Do pouco de razão e do muito da emoção.
Dilacerando certas morais e conceitos que o contexto nos inseriu.
Das relações que a vida nos criou, dos amigos que nos deu e amantes...
Uma foto que na banalidade dos problemas das pessoas
Nas dificuldades
Na falta de tempo
Se passa despercebida.
Como esse olhar, deveríamos ter tantos outros na nossa história.
Tantos que nem nós podemos ter tido conta.
Em tempos onde nada disso poderia ser imaginado.
Mas não só da imaginação os sonhos se tornam realidade.
A realidade é travessa e pode imperar em nossos sonhos.
Como uma ironia, uma brincadeira do destino.
Fluir, deslizar, voar e se permitir!
Deixar os dias serem mais que sucessão de acontecimentos.
Que os sorrisos sejam surgidos do nosso íntimo.
Que olhar revele muito, de forma simples e clara.
De forma leve e incalculável.
Que exista.
Fique aí existindo para os meus sorrisos, olhares, desejos e vontades.
Exista para minha felicidade, para o apoio na dificuldade.
Solene, intenso, complexo, denso, meticuloso, leve...
A imagem de nossos eu’s – existindo – revela o que não se vê, o que se sente e existe de forma real e ilusória.
Amor!

Nesses poucos meses, onde muito parece pouco e pouco parece muito.

Onde o tempo voou e estacionou pairando pelas vistas que de belas, pudemos curtir como andorinhas num verão, pombinhos de uma paixão e joões de barro para uma eternidade.


Com todo meu olhar, sorriso e sentimento.

Lorena Dantas Abrami.