30 maio 2009

Eu não existo

Eu não existo numa sociedade contemporânea:
Eu sou um corpo e um rosto que desfila pelas ruas de minha rotina sem na realidade ser compreendido, tomei a minha liberdade prática e fui julgado pela audácia de andar pelos caminhos cheios de espinhos, de trocar o luxo pelo nostálgico, de amar as quedas e chorar num belo dia de sol, de ver televisão ao invés de ir à praia, de ficar em casa enquanto os outros vão à festa e de sorrir das banalidades e sempre ironizar as tragédias e ver tragédia onde aparentemente não há.
Eu caminhei pelas Avenidas mais largas pela manhã e me deparei com as cenas mais inusitadas, há muito tempo não encontrava tantos semáforos vermelhos e carros enfileirados numa longa fila onde o estresse prevalece na mente e nos espíritos de homens importantes, nem que sua importância seja apenas para o seu próprio mundo.
Mas o ponto é que eu não existo. Há dias não recebo uma ligação, uma correspondência, um toque de campainha, um “alô” na rua e eu acho que já não vivo nesse Universo, só estou correndo até a porta da saída, nem as contas insistem mais em vir e eu espero... Espero como todos os seres humanos esperam seus finais de expediente, para poder ter seu direito ao ócio, sua noite deitado ao seu leito.
E eu quero voltar à uma outra época, onde a instantaneidade só funcionava com miojo e meu estado melancólico era perfeitamente aceitável e o fato de eu ser indiferente quanto à vida de terceiros não me fazia alguém menos interessante e sem assunto.
Amei e fui amado, pensei ser compreendido, mas sou sensível demais e não caibo mais nos espaços.
Espero... Já perdi meus propósitos e continuo a esperar o inesperado, o que não sei o que é... como é e como quero, eu apenas não existo!

25 maio 2009

Minhas Orquídeas lindas

As orquídeas que ganhei chegaram pelo correio, elas vieram empacotadas e com um papelão cuidadoso para não amarrota-las.
As orquídeas que eu ganhei eram amarelas e nunca gostei de amarelo, mas nelas caiam tão bem que até me emocionei ao olhá-las.
Minhas orquídeas quase borraram sua linda cor, cor amarela e viva, quando os meus olhos insistiram em se emocionar.
Minhas Orquídeas que agora já estou chamando de minhas e as dando um nome próprio, eram as mais lindas orquídeas que um dia pude ver e tinham um vaso perfeito.
Minhas Orquídeas lindas vieram com um regador azul para eu não me esquecer que sua vivacidade estará sempre presente ao me lembrar que estão sendo sempre regadas.
Minhas Orquídeas lindas são bem mais importantes que qualquer outra flor que venha a nascer nos jardins, minhas Orquídeas lindas não ficam em minha janela, mas sim em meu quarto e todas as manhãs quando acordo eu olho para aquele amarelo e é como se o Sol estivesse me acordando e me dizendo o quão posso me sentir especial.
Minhas Orquídeas lindas não são criações de Deus, são criações de um homem, assim como eu, um ser humano que sente, que vive, que sofre e se emociona, assim como eu.
Minhas Orquídeas lindas foram criadas por um homem como eu, mas a perfeição de seu dom é tão sagrada que nenhuma crença justificaria a não ser a crença pela Arte.
Minhas Orquídeas lindas são a ponte entre o criador delas e eu, sua Nega, sua sempre crente de sua arte e sensível com a mesma.
Minhas Orquídeas lindas são mais lindas e lindas a cada amanhecer, a cada vez que as olho e lembro com saudade de meu caro e sempre amigo Nego Jorge Chueri.

20 maio 2009

Na brincadeira de ser pessoa convicta

"Eu só acho que eu penso estar certa, talvez eu concorde, mas num outro momento qualquer eu possa vir a discordar e eu também acredito que sei que estou com quase absoluta certa em concordar, mas que posso estar errada, admito... Essa é a minha opinião, tá?"

E é só isso!

É mais ou menos isso que costumo dizer e as vezes eu tenho medo, as vezes eu sei exatamente o que dizer, mas quando a voz sai é como se embaralhassem as letras e todo o meu “discurso” se torna uma oração enjoada, cansativa, onde digo digo e não sai nada mais que frases desconexas e fico sem graça, fico frustrada, mas eu não sei! Eu simplesmente não consigo... É tão mais fácil sentar em frente ao computador ou mesmo com folha e papel e transmitir tudo aquilo que eu realmente quero, penso, modo com costumo agir e viver a minha vida, as pessoas devem me ver como uma idiota e de fato eu devo parecer uma idiota, eu penso rápido demais e minha voz não acompanha meu ritmo e aí saem aquelas coisas distorcidas, fora que eu tenho um profundo medo de magoar as pessoas, eu fui uma criança muito frágil e vivo cheia de traumas até hoje por minha gagueira, pelo modo que eu falava, como eu me comportava, com as roupas que minha mãe me vestia e assim eu fico com medo de julgar qualquer ato alheio, medo de ferir outrem e medo até de me ferir, por me sentir culpada... ficar com a consciência pesada, antes de julgar alguém devemos nos julgar e perceber que temos nossas falhas, que também somos humanos e assim... eu não uso parágrafos nos meus textos porque eu prefiro assim, se eu começo a pontuar demais, trocar de linha, por muito espaço e isso e aquilo... Eu esqueço! E aí? Puf! Quando vou ver a idéia já foi, não resta mais, apesar de que assim minha mão fica doendo, tenho medo, acho que as vezes eu vou ter algum problema na mão por causa da minha velocidade ou no cérebro por pensar rápido demais... mas estou aprendendo, um dia eu chego lá, ou retardo a chegada, foi só um desabafo, eu já estou quase terminando, só queria dizer, que quando vocês pensam alguma coisa, não fique só pensando, meta a boca na botija, só não caia dentro dela, eu é que sou uma tonta... bom isso é o que eu acho, na minha humilde opinião, tá?


(huahauha só pra descontrair, gente!)