27 junho 2008

Cinco da manhã, sou um...

Temas... Diversas “realidades” num mesmo mundo real e no fim como aborda uma vez, abordamos todas as outras essa existência de mesclar a utopia ao real e vice-versa e versos em prosa...

Eram cinco da manhã e meu relógio despertou lá na cozinha...
Não consegui me lembrar a quantos dias estava dormindo e muito menos que dia era agora.
Café – Açúcar – Leite – Torrada – Manteiga – Café, pensando nesse banquete caminhei no corredor escuro... Tateando a parede a procura de um interruptor vejo meu cinzeiro com um cigarro fumegando e ao lado meu rádio-relógio sobre o microondas...
Cinco da manhã, não importa o dia, enfim... Devo ir ao trabalho.
Sou um operário de um pouco mais de trinta, talvez bastante mais, mas isso não importa... Tento me lembrar que dia é hoje.
Meu trabalho não exige muito da minha mente, enquanto exerço minhas tarefas procuro viajar até a casa da minha avó.
Não sei que dia é hoje, porque meu cigarro fumegava no cinzeiro ou como o rádio-relógio foi parar sobre o microondas... Mas era uma tarde de sol, sentia o cheiro dos bolinhos de chuva da vovó e todos os meus primos correndo no gramado sobre a jabuticabeira enorme que havia no quintal... Não sei se era mais gostoso fazer guerras com as jabuticabas ou saboreá-las enquanto ríamos contando histórias... Nesse dia eu havia me cortado com uma das máquinas da produção e por isso fui transferido a grande árvore de jabuticabas novamente, onde tive meu braço quebrado pela primeira vez... Fui tão paparicado, comi tantas guloseimas que passaria o resto da vida quebrando os membros.
Voltando pra casa eu esqueci do braço quebrado e lembrei que não fumava. Eu tinha um cinzeiro que havia comprado numa viagem, ele era tão bonito... mas de quem seriam as cinzas e o cigarro?
Abri a porta da sala com delicadeza para não atrapalhar quem estaria no meu solitário apartamento...
Surgiu uma bela moça na minha frente, ela era linda, mas não senti nenhum interesse e não conseguia entender o que me impedia, de repente percebi... era minha irmã e me veio as lembranças do tempo que morávamos na mesma casa, quando fui morar sozinho ela ainda era uma menina, uma tia havia falecido e por isso ela estava em minha casa.
Minha irmã fumava, mas deveria ter lembrado que a fumaça do cinzeiro seriam as cinzas da irmã mais nova de nossa mãe, deveriam ter me alertado... meu relógio estava na cozinha porque minha irmã pediu para deixa-lo lá para que pudesse ver as horas durante o dia, ela parecia abatida. Eu não entendia muito bem.
Cinco da manhã, Fábrica.
Hoje lembrei das últimas peladas na rua de casa...




Real ao utópico! – Vivemos nossas realidades.

Um comentário:

Ninguém disse...

Muito bom Lô.... eu ia ler o Instintos.... mas este me chamou a atenção^^ amanhã eu leio ta??
mas é realmente uma belezura o.o
me lembra Machado... não sei por quê^^


[Ninguém]