19 outubro 2008

A cortina e eu

As cortinas seguiam a posição que o vento da fresta da janela coordenava, invadindo o quarto, aquela luz branca... Eu acordei e fiquei observando a cortina bailar de frente a janela, parado... Ali diante de um ato tão banal, mas que naquele instante deixava de ser, mesmo sem eu ter me dado conta disso.
O dia seguiu sua trama rotineira e eu inserido numa realidade que muito rejeitei, muito evitei, mas estava nela e agora não podia colocar de fronte aos meus ideais e princípios que não fazem nem nunca fizeram diferença alguma pro resto da sociedade e suas morais pré estabelecidas.
Pensei em quantas vezes fui como a cortina: Dançando conforme a música.
Dancei conforme a música, segui aquilo que me mandaram seguir, ultrapassei meus princípios e aprendia a ceder e ser flexível, não que só houvesse o mal em todas as posturas que o mundo me forçou a ter, não que restassem apenas a essência... Se eu pudesse que tudo fosse diferente, se o vento não coordenasse minhas idas e vindas e a luz não fosse cegamente branca, talvez tivesse chegado onde sempre quis estar, fosse um pouco menos as minhas frustrações e os dias teriam todas as cores e eu não estaria preso num trilho onde meu caminho é sempre o mesmo e minha função também.
Não quero ser apenas uma cortina, vendo o mundo da janela sem nunca poder tocá-lo, sem nunca chegar onde a vista já não alcança.

3 comentários:

Anônimo disse...

Me senti péssimo lendo isso... não gostei.

Anônimo disse...

Me senti péssimo lendo isso... [1]
só por causa de (eu) seguir a cortina...
mas eu gostei muito!!!

Anônimo disse...

PS.: era pra ser [2] no lugar de [1]...
¬¬°