15 dezembro 2009
Ao amor!
08 dezembro 2009
Sem título
12 agosto 2009
Sonhos Concretizados
Comprei sapatos novos e fui ao encontro de meus amigos.
Havia comido ovos fritos pela manhã e sonhei com uma grande construção, onde meu falecido pai dizia-me que havia pouco tempo para a obra se concretizar e sermos felizes, ele sorria como nunca em vida o vi fazer, nem tanto brilho em seu olhar pude apreciar. Senti um certo medo e que as responsabilidades surgissem ainda mais. Perdi meu pai aos três anos e minha mãe aos 17, passei um ano de favor na casa da irmã de minha mãe, minha tia gostava muito de mim, mas seu segundo marido se incomodava bastante comigo, o que fez com que eu saísse de lá uma semana depois do aniversário que completei minha maioridade, fui obrigado a largar a faculdade que havia iniciado há alguns meses e trabalhava o dia inteiro pra pagar as contas do quarto/cozinha que passei a viver. Meus pais me deixaram uma casa boa, aluguei para um casal e filha e todo o dinheiro que ganhava com ela depositava numa poupança, tinha esperanças naquilo. O tempo foi passando e eu correndo atrás das oportunidades que não me apareciam, mas que eu tinha ilusão de encontrar, fiz amigos na metalúrgica que trabalhava e é com eles que saí, era meu aniversário de 19 anos.
Cheguei há um bar não muito longe da fábrica, onde costumávamos tomar café nos intervalos e dois deles já estavam me esperando, conversamos um pouco, eles me perguntaram da loja que eu trabalhava e eu contei que o salário era menor, mas eu ganhava uma boa comissão porque vendia bem e pelo menos iria poder retomar aos estudos porque me desgastava menos vendendo, meu terceiro amigo chegou, era o último que faltava e veio com um pacote na mão, eles haviam me comprado um livro, os três juntos e eu abri e eles entusiasmados falaram:
- A gente não entende muito de livro, se você não gostar e quiser trocar, você tem 7 dias, a gente comprou porque sabe que você gosta muito de ler!
Agradeci e depois daquela tarde de domingo agradável voltei pra casa intrigado com o livro na mão!
Era um livro de auto-ajuda, nunca havia lido um em toda a minha vida e sempre achei inútil ler sobre coisas que toda mundo já sabe e vivencia todos os dias! Que raios, que merda de livro, que vou fazer com ele?!
Aí me lembrei que poderia devolvê-lo em até 7 dias e joguei ele na poltrona da minha casa.
Acordei atrasado na segunda-feira e fui direto trabalhar e ouvi alguém dizer que domingo tinha um churrasco da turma da loja, passei a semana estudando depois do trabalho, iria prestar vestibular daqui alguns meses.
Domingo um colega da loja chegou na minha casa e disse que estava indo ao churrasco e que iria me levar com ele, não estava muito entusiasmado e pedi para ele esperar enquanto eu me arrumava, que eu queria uma carona até o shopping para trocar um livro, mas que não iria ao churrasco, o cara era chato e insistiu muito e eu fui com ele, deixei o livro no carro dele e pensei passar no shopping na volta.
Eu bebi algumas cervejas e esqueci do livro, acordei atrasado na segunda e fui correndo trabalhar, meu colega me entregou o livro dizendo que eu havia esquecido no carro dele e eu com raiva de não poder devolvê-lo acabei por demonstrar e meu colega disse:
- Calma cara, você já leu esse livro?
- Não e não tenho tempo para lê-lo ando estudando muito...
- Arruma um tempo, não é por um acaso que ele está com você ou você acha que é?
Fiquei o dia todo pensando nisso “não é por um acaso” e lembrei do sorriso e dos olhos de meu pai no sonho.
Cheguei em casa e não peguei em cadernos e apostilas, não iria estudar naquele dia, preparei um miojo e resolvi ler o tal livro que ganhei: “Sonhos concretizados”.
O primeiro capítulo chamava: Meu aniversário
- As vezes sonhamos com coisas que parecem não fazer muito sentido mas que nos causam uma insegurança e foi num dia como esse que resolvi comprar um par de sapatos novos...
Não podia estar lendo aquilo, fechei o livro e procurei me acalmar, lembrei de meu pai, dos meus sapatos novos, dos meus amigos no meu aniversário, do... “não é por um acaso”.
Deixei o livro lá jogado e continuei com minha rotina, ia do trabalho para a casa e estudava muito, dormia pouco, mas sabia que valia a pena...
Depois de algumas semanas resolvi lê-lo novamente e todas as coisas se encaixavam com os acontecimentos recentes de minha vida, e assim fui lendo um pouco (uma ou duas frases) há cada quinze dias, com medo, mas não parei. Entrei na faculdade, escolhi o mesmo curso que meu pai, fazia jornalismo, arrumei um estágio como fotógrafo e o autor do livro também, conheci uma garota maravilhosa e ela parecia tanto com a minha mãe, passamos a morar juntos, o autor do livro também foi morar com a namorada e eu passei a ser um fotografo muito consagrado e de muito prestígio, minha esposa estava grávida e tive de fazer uma viajem a África do Sul, deixei o livro na minha casa, bem guardado para que minha esposa não o visse, ela se assustaria e eu não teria como explicar tamanha coincidência em nossas vidas e após a temporada de seis meses, retornei, eu não ganhava muito dinheiro, mas fazia o que gostava, amava a vida que eu levava, cheguei a pensar que era o homem mais feliz do mundo, até que descobri que estava com uma doença muito grave, um vírus que devo ter adquirido na África e passei uma época muito difícil, minha esposa sempre me auxiliando e meu filho tinha apenas dois anos e meio quando meu corpo não agüentava mais e fiquei enfermo jogado numa cama.
Passava os dias com uma nostalgia gostosa e não conseguia ser triste mesmo adoecendo cada dia mais, eu amava tanto minha esposa e meu filho e vivi experiências maravilhosas em meu trabalho e nas viagens que ele me proporcionou, conheci pessoas incríveis e já tinha vivido como se fosse velho o suficiente e maduro para cair do pé.
Lembrei de meu pai e de como minha mãe o amou mesmo depois de morto e apesar do sofrimento que passou todos os 15 anos longe dele, nunca me contou muito sobre ele e mal sabia eu que estava tão perto de entende-lo, talvez tanto quanto ele mesmo.
Meu filho completou 3 anos na semana passada e eu terminei de ler o livro hoje de manhã, o livro foi escrito pelo assistente de meu pai na viagem que ele fez há África em 1977, esse homem virou um grande admirador de meu pai e escreveu a vida dele nesse livro, minha mãe nunca me contou e eu nunca saberei o por quê. O livro não era de auto-ajuda, era só um relato, em primeira pessoa da vida do meu pai vista pelos olhos de seu assistente, queria ter mais tempo para escrever, mas já não tenho muita força e meus dias estão contados. Espero que esse livro seja encontrado pelo meu filho e ela possa viver a vida de maneira linda e intensa, como vivemos, eu e papai, não poderei ver meu filho crescer, mas realizei todos os meus sonhos e fui muito feliz como espero que todos que leiam esse pequeno e humilde relato sejam e encontre suas histórias nos livros da vida.
05 agosto 2009
Uma produção tosca
23 junho 2009
Cai
30 maio 2009
Eu não existo
25 maio 2009
Minhas Orquídeas lindas
20 maio 2009
Na brincadeira de ser pessoa convicta
"Eu só acho que eu penso estar certa, talvez eu concorde, mas num outro momento qualquer eu possa vir a discordar e eu também acredito que sei que estou com quase absoluta certa em concordar, mas que posso estar errada, admito... Essa é a minha opinião, tá?"
E é só isso!
É mais ou menos isso que costumo dizer e as vezes eu tenho medo, as vezes eu sei exatamente o que dizer, mas quando a voz sai é como se embaralhassem as letras e todo o meu “discurso” se torna uma oração enjoada, cansativa, onde digo digo e não sai nada mais que frases desconexas e fico sem graça, fico frustrada, mas eu não sei! Eu simplesmente não consigo... É tão mais fácil sentar em frente ao computador ou mesmo com folha e papel e transmitir tudo aquilo que eu realmente quero, penso, modo com costumo agir e viver a minha vida, as pessoas devem me ver como uma idiota e de fato eu devo parecer uma idiota, eu penso rápido demais e minha voz não acompanha meu ritmo e aí saem aquelas coisas distorcidas, fora que eu tenho um profundo medo de magoar as pessoas, eu fui uma criança muito frágil e vivo cheia de traumas até hoje por minha gagueira, pelo modo que eu falava, como eu me comportava, com as roupas que minha mãe me vestia e assim eu fico com medo de julgar qualquer ato alheio, medo de ferir outrem e medo até de me ferir, por me sentir culpada... ficar com a consciência pesada, antes de julgar alguém devemos nos julgar e perceber que temos nossas falhas, que também somos humanos e assim... eu não uso parágrafos nos meus textos porque eu prefiro assim, se eu começo a pontuar demais, trocar de linha, por muito espaço e isso e aquilo... Eu esqueço! E aí? Puf! Quando vou ver a idéia já foi, não resta mais, apesar de que assim minha mão fica doendo, tenho medo, acho que as vezes eu vou ter algum problema na mão por causa da minha velocidade ou no cérebro por pensar rápido demais... mas estou aprendendo, um dia eu chego lá, ou retardo a chegada, foi só um desabafo, eu já estou quase terminando, só queria dizer, que quando vocês pensam alguma coisa, não fique só pensando, meta a boca na botija, só não caia dentro dela, eu é que sou uma tonta... bom isso é o que eu acho, na minha humilde opinião, tá?
(huahauha só pra descontrair, gente!)
30 abril 2009
Uma Puta no Mundo
A Casa 731, não era bem uma casa, ela tinha os números de uma casa e sempre estava na rua para quem procura uma, mas ela circulava para cima e para baixo com o número de plaqueta de indicação de casa pendurada em sua traseira e quem é que fosse perguntar ao seu dono, ele diria: essa é minha casa, número 731 sem rua.
Todas as ruas eram da Casa 731, cada esquina, cada frente dos comércios, cada espaço por onde ela trilhava e inventava e desviava e recriava seus próprios caminhos, sem nunca deixar de pensar que era o lar daquele menino, ele cresceu junto dela e desde que esteve ao seu lado, nunca mais quis saber de outra paixão e as outras que surgirão, vai ser ao lado da maior!
Um dia eu estava voltando para o meu apartamento, um de concreto que fica parado como ao lar de [quase] todo mundo e o vi com a Casa 731 na minha rua, parecia apressado, há muito tempo não o via, eu tinha acabado de mudar para aquele bairro e não sabia que ele também circulava por essas bandas e comecei a me perguntar quando aquele garoto a largaria, ela já estava velha, meio enferrujada e a placa já nem dava pra enxergar direito, entrei em casa e logo esqueci do garoto e a Casa 731, eu estava ficando velho e não existia nada que eu ainda carregasse comigo, que soubesse tão bem de mim quanto eu mesmo, que dividisse quase todas as minhas histórias e me senti desamparado, me senti uma puta do mundo.
Não tenho um companheiro de uma vida toda, sempre escondi meus sentimentos, sempre tive medo de beber por ter medo de dizer o que me arrependeria depois, por sair a conversar com estranhos, vivi quase toda minha vida sozinho, deturpei meus sonhos, chorei sobre lugares e em ocasiões diferentes e tive ao meu lado sempre alguém diferente, sempre tão inflexível, tão ególatra, sempre eu e percebi que de tão eu que fui, não tinha nem uma casa que me acompanhasse pelo resto da vida, vivia de aluguel num apartamento na Rua Alfredo de Azevedo, completamente só.
Talvez eu compre uma bicicleta pra chamar de Casa ou um cachorro, ou seja mais fácil começar a beber...
10 abril 2009
Um monte de anseios
Esperando... Ansiosamente para tantas coisas, a gente parece que vive sempre nisso de esperar, de ver o resultado, do que disseram, o que fizeram, como ficou... Numa curiosidade, num troço aqui dentro que nos faz criar e imaginar de tantas maneiras, é como se muitas vezes o instante agora fosse aquela aflição de um futuro que depois vai ser nostálgico, os momentos mais prazerosos duram tão pouco comparado ao tempo que somos capazes de esperar por eles...
Não vejo a hora de comer chocolates, de pegar a “GAZETA DO POVO” segunda-feira, de receber a carta com um quadro que vai chegar e de tantas coisas mais e tantas coisas menos que não quero que cheguem.
Tempo que não passa ou tempo que passa rápido demais e coexistindo perdida nos períodos eu vou vivendo minhas aflições, compartilhando alguns entusiasmos e anseios e no ócio de alguns momentos: reparto, encaixo, canso, descanso, choro, rio, abuso, sinto, danço, escrevo, leio, sonho, espero, crio os verbos, elaboro novas frases, preencho o espaço e dou abraços!!
Tchau... Até a próxima, talvez lhes conte meus momentos, talvez reclame ou apenas invente alguma besteira e os faça acreditar!
02 abril 2009
Gê, eu ainda sou Humana!!!
Esse último ano do meu Ensino Médio tem sido não só desgastante como também preocupante:
São muitas exigências, são muitas responsabilidades que surgem cada dia mais e se tudo girasse em torno disso, tornariam as coisas um pouco mais simples, porém, tenho uma família, um namorado, amigos e não posso esquecer que não sou apenas um cérebro ambulante, tenho que me preocupar com meu bem-estar físico e psicológico.
Estou dizendo tudo isso, porque há pouco estava pensando no novo projeto de Getulio Guerra com o “PrasBandas” de oficinas de Astrologia, Cinema & Vídeo, Fotografia e Música para a comunidade de bairros que compõem a periferia da cidade de Curitiba e o que isso tem de reflexão na minha vida é que foi difícil tomar uma decisão sobre o que cursaria numa universidade, pensei em várias coisas e todas elas ligadas à humanas, o que já eliminava muitas opções e facilitava minha árdua tarefa de selecionar um curso.
Quando falamos de outros Seres Humanos, penso na responsabilidade das profissões que se relacionam ao auxílio e assistência de pessoas, pessoas não são receitas prontas, cálculos exatos, os seres humanos são totalmente imprevisíveis e complexos no mais profundo significado que a palavra possa abranger e tudo isso me deixava bastante preocupada com a decisão que por fim, vim a tomar. Até agora ainda fico, estou com os olhos lacrimejando e aflorando minhas dúvidas a respeito da responsabilidade AINDA maior do que as que eu tenho enfrentado.
Pensar na grandiosidade de cada um, de suas idéias, personalidade, caráter, perspectiva! Que era o ponto onde queria chegar. Podemos analisar qualquer coisa que seja de modos tão diferentes, julga-los e não estarmos errados, nem eu, nem você nem o outro.
Aqui nos meus devaneios e pensando no projeto do Getulio e "PrasBandas", refletia sobre a responsabilidade de TRANSMITIR, APRESENTAR, TRANSFORMAR, FAZER arte, a arte são como as pessoas! A responsabilidade de transmitir pontos de vista sobre arte é tamanha que me dá calafrios ao pensar no quanto eu também gostaria de estar com o “PrasBandas” nessa tarefa complexa, mas tão gratificante.
Complexa porque fazer arte, como quase tudo é visto por pontos diferentes: Quem cria vê de uma forma, quem reproduz ou adapta de outra, quem assiste ainda de outra e quem julga talvez de outra e dessas 4 formas ainda podem surgir 8-12-16-400-4000... que criarão uma eternidade de perspectivas, de valores agregados, de sentimentos, de idéias, desejos e isso tudo porque a Arte é tão humana como quem a produz e transmitir formas de criar, formas de “trabalhar” é como ensinar alguém a Amar! Não se ensina a amar, apenas se ama!
Se eu pudesse dizer algo aos que farão as Oficinas, seria: Sintam cada idéia que for transmitida, não há uma receita, um padrão ideal, uma critica perfeita porque muitas vezes nem nós mesmos conseguimos transmitir o que sentimos, muito menos saberão nos compreender. E produza aquilo que você acha que deve, seja de modo rebuscado, claro, abstrato... Não importa, é o seu modo de enxergar as coisas e ninguém enxerga com seus olhos, apenas você mesmo!
Ao PrasBandas meu todo apoio, mesmo que distante e minha total confiança do sucesso e competência de cada um de vocês.