Eu caminhava pela praia, numa manhã de céu acinzentado e não tinha mais noção de quantos dias passaria por ali, tenho problemas com cronologias... E isso tem se agravado ultimamente, cada vez mais... Não sei dizer ao certo quanto tempo, pois como já estou dizendo: Esse é o problema.
Durante a caminhada, percebi que não iria chover tão logo, mas que o Sol também não apareceria naquele dia, resolvi sentar na ponta de uma pedra e contemplar uma vista que há muitos não agradariam.
Conforme o vento batia em meu rosto, embaraçando meus cabelos e secando a umidade natural dos meus olhos, conformei na situação.
Eu havia me perdido, por fim...
>"Morava numa casa velha.
Era julho. As temperaturas baixavam cada dia mais e por um hábito inconstante, levantava pelas manhãs, colocava ainda mais roupas e casacos sem nunca retirar o pijama de algodão, tomava um café preto com pouco açúcar e caminhava até o Parque do Lago que havia na cidade.
Sentava num banco observava os pombos, brincava com as pedrinhas, logo os operários começavam a cercar o parque, atrasados, apressados... Havia uma grande indústria ali perto.
Mesmo assim o inverno lhe trazia a solidão, uma solidão nostálgica no verão, tornando-se completo nessa estação, ironicamente não falo, talvez seja a manifestação da alma na incoerência do ser.
Passava horas ali, no frio... Tentando buscar não se sabe o que e foram assim os invernos durante anos. Se lhe acrescentou ou não, isso não cabe a mim, estou aqui para contar a história, os sentimentos envolvidos só os mais transparentes minha percepção alcança, os outros ficam subjugados sem a certeza, talvez na auto-reflexão."
Durante sete invernos, por todas as manhãs, estive no mesmo lugar, os lugares em mim eram distintos, mas no espaço físico, como num templo era um só.
Das banalidades às minhas prioridades, era tempo e espaço de definir, analisar, compreender, aceitar e buscar nos detalhes toda complexidade.
Não pude aproveitar ou me despedir do inverno no Parque do Lago, sabia do risco que corria todo o tempo de muda-me de cidade. Nada me prende aqui, apenas o Lago, posso construir uma nova estrutura num lugar distante, afinal... A vida é feita de despedidas.
Citações em determinadas ocasiões não devem ser atribuídas, sentimentos nos entregam...
Pensando no quanto, às vezes... Torna-se difícil se expressar e arrumar algo para querer dizer... por isso, isso aqui vira um conto do nada e volta e vai...
E o que meus filhos teriam a ver com isso?
11 julho 2008
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Um comentário:
Tem uma cobra na minha bota!!!!!
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