No meio de tantas
pessoas, ostentação e futilidade estava lá: com um cachecol bonito – um verdadeiro
modelo da nova coleção outono/inverno.
As
conversas fluíram em forma de um jogo de perguntas e respostas! E o tempo
passou que nem se deram conta.
Um
dia bem frio, um tanto úmido, uma noite agradável com teatro, música, amigos
dela, ela – ele.
As
demais conversas, os desabafos, os problemas, a solidão, a insegurança, a
confusão e um no outro se apoiavam e seguiam.
Um
vinho, balas fini, um filme – era Caetano na trilha sonora: Um choro. Mais do
que de repente, ela se sentia segura e ele ficou ali, do seu lado. Ela chorou a
solidão, as crises, os medos da vida, do seu futuro, do que iria acontecer e
por um lado se sentia bem, por ter alguém como o modelo da nova coleção
outono/inverno, o jogador de perguntas e respostas, o músico, professor, o
companheiro de tantas conversas, risadas e desabafos. Ele já era tanta coisa
pra ela que ela já nem sabia como defini-lo e só o era, assim... olhando pela
janela os prédios, a rua, as pessoas indo e vindo...
Não
há nada melhor do que chorar ao lado de quem confia. Não há nada melhor do que
não ser julgada e sentir uma confortável felicidade em poder sofrer... O fardo
é mais leve quando compartilhado. O sofrimento é menor quando se tem pra quem
sofrer.
E
todas as vezes que vai ao bar que o levou, seja com quem for, é nele que ela
pensa e em toda sua gentileza, garantindo um copo de vidro, arrumando sua
cadeira, sorrindo pra ela.
E
todas as vezes que passa pela rua do hotel que ficaram também é nele que pensa.
E nos feriados a cidade vazia, lembra-se do feriado com ele de manhã.
Não
se sabe ao certo como ele se sente, mas não deve ser muito diferente!
Um comentário:
"Não há nada melhor do que chorar ao lado de quem confia". Realmente, pena ser uma possibilidade tão rara.
Seu texto é lindo Lo, como sempre (:
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