17 julho 2014

Sorrir sem motivo aparente

Era tudo o oposto. Tinham idéias avessas e mil e um motivos para não se gostarem.
De alguma forma ela sabia algo que ele aparentemente não havia se dado conta, mas que era inevitável: Ele a desejava.
E saber disso, pra ela, era pura vaidade, talvez fetiche, aquela coisa “shakespeariana”.
Com o tempo ele se deu conta: conflitos internos... Aceitar de que ela lhe fazia bem era muito difícil, era pra além do desejo.
E a vaidade dela, deu espaço a outro sentimento
 “Você me faz sorrir sem motivo aparente...”
E os dias difíceis o fazia ter vontade de tê-la em seus braços
“Queria te dar um abraço bem apertado agora”
E é um exercício de aceitar as diferenças, de respeitar as pessoas e descobrir o que elas tem de melhor, independente do resto, de qualquer coisa.
Reinventaram os signos, mudaram a lógica dos astros para ficar tudo a favor deles. Deixaram pra fora os conflitos e os pontos divergentes e juntos dividiam conforto, alegria e companheirismo.
E um dia os desejos e a vontade de estar junto, o bem que faziam um para o outro e os sorrisos que arrancavam que se escancarava no semblante cansado e conflituoso das rotinas conturbadas e já não dava pra fingir e nem deixar de forma tímida.
Era visceral, era uma vontade louca e a carência virou desejo; a vaidade virou vontade; e o fetiche... Talvez ainda fetiche fosse.
A distância os impedia de fazer tudo que queriam, no momento que queriam, mas a imaginação nos leva para onde a gente quer e imaginar junto é tornar o [im]possível real.


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